Capítulo 3

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Embora amasse sua agência, Bárbara jamais se sentiu tão feliz em pisar em seu escritório novamente como naquele dia. Enquanto tentava explicar a situação à sua assistente pessoal Emily, ela se deu conta que nem ela mesmo entendia muito bem o que tinha acontecido.

– Quis te obrigar a aceitar? – perguntou Emily perplexa.

– Não diria obrigar porque não poderia fazer isso – respondeu Bárbara à sua assistente que a olhava sem sequer piscar – mas, insistiu demais e foi muito arrogante. Fez jus à reputação que tem.

Bárbara levantou-se e foi até o espelho da parede lateral de seu escritório olhar seu reflexo por alguns instantes. Sentia-se um pouco atordoada. Havia acordado tão bem naquela manhã, mas o encontro com McCain havia a deixado mentalmente exausta. Passou a mão pelos cachos do cabelo loiro escuro sentindo um cansaço anormal e pensou que com certeza foi muita coisa para uma só manhã.

– É verdade o que dizem sobre ele?

– Que é irritante e soberbo? Sim.

– Não, não é isso que eu quero saber. Deixa eu reformular a pergunta: é verdade o que as mulheres dizem sobre ele?

– Não sei o que as mulheres dizem sobre ele.

– Então é a única que não sabe. Em que planeta você vive? Todas dizem que ele é bonito! É verdade? Como ele é?

Bárbara olhou para Emily que a encarava com um sorriso adolescente. Ao refletir sobre sua pergunta perdeu-se em seus pensamentos.

– Bárbara! Bárbara! Me conta, vai. Ah não, você mergulhou em você mesma de novo, não é? Então volta para a superfície que eu quero saber como ele é! – disse Emily tocando seu braço.

– Alto, muito alto...

– E?

– É moreno...

– Hum, moreno, adoro morenos. O que mais?

– Tem os cabelos grossos, escuros, olhos cor de mel um pouco orientalizados, lábios grossos, mas não muito, só o suficiente. A linha do maxilar é quadrada e tem as maiores mãos que já vi. Aparenta ter mais de trinta e menos de quarenta...tem dentes perfeitos, não sorri, mas dá para ver quando fala. As costas são largas e tem uma presença imponente e....

Foi tirada de seus pensamentos pela gargalhada de Emily.

– Do que está rindo?

– Ah nada, só achei hilário vê-la falar assim. Você nunca descreveu um homem desta maneira.

– Desta maneira o que?

– Detalhista. Como se tivesse analisado cada centímetro.

– Ora Emily, que bobagem! Você sabe que costumo analisar tudo à minha volta.

– Sei, mas é a primeira vez que te vejo fazer isso com um ser e não com coisas ou ambientes.

– Francamente, Emily.

– Então vai me dizer que não achou ele bonito?

– Não.

– Mentira!

– Achei lindo, Emily. Não de uma beleza surpreendente, mas, de uma beleza excêntrica.

Emily encarou-a chocada, com a boca literalmente formando um "o".

– O que foi? – perguntou Bárbara – Só porque ele é um cretino que se acha o centro do universo não quer dizer que eu não saiba reconhecer sua beleza. Você está cansada de saber que não omito minhas opiniões.

O Protetor - Série case-se comigo - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora