Sem ter muitas opções além de descansar, Bárbara passou o resto da manhã deitada no quarto tentando inutilmente adaptar-se ao local. Se conseguisse ao menos se sentir um pouco confortável naquela casa, talvez o período que obrigatoriamente teria de passar ali se tornasse mais suportável.
Não sabia onde Daniel estava. Quando lhe disse que ia descansar, ele apenas assentira com a cabeça e lhe desejara um bom descanso.
"O que será que ele está fazendo?" – Pensou.
Naquela manhã, pela primeira vez, o tinha visto mais à vontade quando passearam pelo jardim. Não usava terno e gravata, apenas uma calça clara e uma camisa azul, com as mangas dobradas. Mesmo assim, não conseguia imaginá-lo de bermudas e camiseta com os pés para cima, assistindo televisão como um mero terráqueo. Com certeza ele deveria estar empenhado em alguma coisa mais complexa. Mas no que?
Desistiu de ficar imaginando, levantou-se e desceu. Seja o que for que ele estivesse fazendo, ela ia descobrir.
Aos pés da escada encontrou-se com Ian, que passava instruções para alguns empregados.
– Senhora Bárbara, bom dia, posso lhe ser útil?
– Creio que sim, obrigada. Estou procurando meu...marido. – Bárbara engasgou com aquelas palavras. Quando foi que começara a se referir a Daniel como seu marido com tanta facilidade?
As inúmeras perguntas que seu cérebro formulava a todo momento estavam deixando-a exausta.
– Ele está na varanda da biblioteca, senhora.
– Obrigada. Para que lado fica? Ainda me perco por aqui.
– Acompanho-a até lá, se não se importar.
– Claro que não.
– Por aqui, por favor.
Durante o trajeto, mais longo do que o costumeiro entre dois cômodos da mesma casa, a dificuldade habitual de Bárbara de manter-se quieta na companhia de alguém se somou a imensa curiosidade que consumia seus pensamentos, deixando-a sem alternativa que não fosse puxar conversa com Ian.
– Faz tempo que trabalha para Daniel?
– Sim. Vinte anos.
– Puxa, é bastante tempo. Deve conhecê-lo muito bem.
– Apenas o que ele permite, senhora.
– Isso faz todo o sentido. – respondeu Bárbara sorrindo – Nem mesmo eu, que sou casada com ele, o conheço o suficiente.
– Se permite uma observação, creio que, mesmo que não se dê conta disso, a senhora é quem mais o conhece.
– Como assim?
– Nessas duas décadas em que trabalho para ele, o Senhor McCain nunca recebeu visitas em casa. Com exceção do Senhor Jeremy, que sempre vem a trabalho. O fato de meu patrão ter se casado com a senhora já lhe confere um grau de conhecimento sobre ele maior do que qualquer um já teve.
Bárbara imediatamente pensou que aquilo era uma pena. Se ela era a pessoa que supostamente mais sabia sobre McCain, estava realmente perdida, pois não sabia nada.
– Entendo. – Respondeu com visível desânimo.
– Chegamos, é aqui.
– Obrigada Ian.
– Disponha senhora.
Com cuidado, Bárbara bateu à porta. Como não houve resposta, forçou a fechadura, e entrou com cuidado.

VOCÊ ESTÁ LENDO
O Protetor - Série case-se comigo - Livro 1
RomanceEle: Daniel McCain, um empresário de sucesso que comanda uma corporação gigantesca fundada e construída com cada gota de seu suor. Controlador, frio e extremamente estrategista Ela: Bárbara McNamara, uma publicitária bem sucedida, criada por uma fam...