Capítulo 25

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Um raio de sol entrou pela janela e iluminou o quarto, atingindo o rosto de Bárbara e despertando-a do sono.

"Já deve ser de manhã"– Ela pensou.

Cansada e com o corpo dolorido, decidiu virar-se para o lado e dormir um pouco mais. Mas não conseguiu. Havia algo preso a seu braço.

Então ela abriu os olhos, e o que viu não foi o que esperava ver.

Não estava em seu quarto. Não estava em sua cama. Mas, não estava sozinha.

Havia um homem dormindo sentado em uma poltrona.

Com bastante dificuldade, cerrando os olhos, conseguiu enxergá-lo: era Daniel.

Ele parecia bem diferente do que costumava ser. Estava com o cabelo bagunçado, com olheiras profundas e usava uma camiseta branca e uma calça jeans.

Calça jeans? Nunca tinha lhe visto usando jeans, ainda mais para dormir. E por que ele estava dormindo sentado em uma poltrona?

Lentamente, começou a assimilar o ambiente a seu redor. Percebeu que o que a prendia era a ligação com um tubo de soro pendurado ao seu lado.

Estava em um hospital, com toda certeza.

Sua cabeça doía e ela sentia como se estivesse em um sonho nublado, sem entender o que a tinha levado até ali.

Mas, Daniel poderia lhe dizer.

– Dan..i.. – Tentou chama-lo com dificuldade, mas as palavras não saíam.

Pensou em virar-se, mas não podia sentir suas pernas. Aquilo a afligiu enormemente, e ela tentou então, em um gesto desesperado, estender a mão para se apoiar em algo. Foi quando bateu no aparelho telefônico que havia sobre a o criado mudo ao lado da cabeceira, derrubando-o no chão.

Daniel acordou e colocou-se em pé com um pulo.

– Bárbara! – ele exclamou atônito – Você acordou! Você acordou, minha querida!

Correu então até ela e segurou suas mãos, beijando-a ternamente nos lábios.

– Meu bem, você acordou, voltou pra mim. – Ele repetia enquanto enchia suas mãos de beijos.

– Da-ni...n-ã-o s-i-n-t...p-e-r-n-a-s...

– Suas pernas. Não sente suas pernas?

Bárbara assentiu com a cabeça.

– Acalme-se querida, tudo vai passar. Estou aqui e vai ficar tudo bem. Vou chamar o médico.

As horas seguintes passaram-se atribuladas. Além de seus emocionados pais, uma equipe médica veio vê-la, submetendo-a uma infinidade de exames. Tudo parecia confuso, mas Bárbara decidiu que dada as circunstâncias, não podia se desesperar na busca por respostas, era preciso esperar.

Em cada minuto, Daniel esteve ao seu lado, acompanhando atentamente a realização de cada procedimento.

No fim do dia, ele a avisou que se ausentaria durante cerca de uma hora, para tomar um banho e trocar de roupa, mas que em breve estaria de volta.

Bárbara ficou sozinha no quarto, olhando para o teto, tentando organizar seus pensamentos, quando uma médica entrou para vê-la

No decorrer do dia, sua fala tinha voltado lentamente e quando a noite chegou, ela já conseguia articular algumas curtas palavras.

– Como está senhora Bárbara? – perguntou a médica em tom animado – Bem-vinda de volta.

– Por-que est-ou a-qui. – Bárbara perguntou com dificuldade.

O Protetor - Série case-se comigo - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora