Capítulo 36

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- A porta! - O grito de Bárbara ecoou pelo corredor.

Daniel, que estava na biblioteca, saiu em disparada em direção a onde ela estava.

Quando entrou em um arranque pela porta do quarto, viu sua esposa sentada na cama, com os olhos arregalados, respiração acelerada e gotas de suor lhe escorrendo pela face. O horror de sua expressão denotava que havia tido um pesadelo.

Aproximando-se devagar, ele tomou a mão de Bárbara com suavidade para não assustá-la ainda mais.

- Calma querida, está tudo bem. - Sussurrou.

Recobrando a consciência de onde, como e por que estava, Bárbara o encarou com olhar severo.

- A porta... - Ela repetiu.

- Como é? - Perguntou McCain sem entender o que a esposa queria dizer e pensando que ela ainda se encontrava no transe do pesadelo.

- A porta... é lá que está a resposta. - Bárbara respondeu fixando o olhar nos lençóis.

- Não estou entendendo minha que.... - Daniel tentou responder, mas foi abruptamente interrompido pelo movimento brusco feito por ela para jogar o lençol que a cobria para o lado.

Bárbara desceu da cama e saiu em disparada pelo corredor. Seu marido a seguiu sem compreender o que estava acontecendo. Ela desceu correndo as escadas em direção à garagem, aumentando cada vez mais a velocidade, enquanto batia as portas pelas quais passava no caminho.

Daniel fez tudo o que pode para segui-la, mas sua esposa parecia estar tomada de uma ânsia incompreensível.

Ao passar pela entrada da garagem, ele parou um segundo para respirar e então viu Bárbara estagnada ao lado de um carro vermelho. No mesmo momento entendeu tudo: não adiantava mais esperar, ela já tinha descoberto.

***

Enquanto Bárbara observava o carro de cor carmim, sentiu um calafrio percorrer seu corpo. Naquele momento usava apenas uma camisola de seda que Daniel havia lhe colocado enquanto dormia para deixá-la mais confortável.

Passou então os braços em volta se si mesma e tentou se acalmar.

"Era isso" - Pensou enquanto se mantinha parada, esperando seus sentidos se reestabelecerem.

A porta a que Ian se referiu certa vez quando conversavam sobre Daniel era real, não se tratava de uma metáfora.

Aquela porta, cuja passagem era impedida pelo carro vermelho estacionado em frente a ela, era a resposta.

Bárbara virou-se lentamente e encarou o marido.

- Tire esse carro daqui McCain, quero abrir aquela porta.

Ele não respondeu uma só palavra. Apenas deslocou-se silenciosa e lentamente até o carro, abriu a porta e com um suspiro, fez o que sua esposa havia ordenado.

Com um movimento rápido, ela se colocou em frente da porta e puxou com força a maçaneta que, obviamente, estava trancada.

- Abra Daniel, abra agora! - Vociferou.

Seu marido tirou do bolso um molho de chaves e escolheu uma pequena prateada. Aproximando-se, destrancou-a e se afastou. Ele sabia que qualquer empecilho que impusesse faria Bárbara se descontrolar ainda mais.

Ela empurrou a porta e entrou por ela sem pensar, mas o que encontrou foi apenas uma sala vazia, sem absolutamente nada. Raciocinou por alguns instantes e percebeu que havia uma outra porta naquela sala. Antes que tivesse tempo de fazer qualquer questionamento, Daniel aproximou-se e, com outra chave, a abriu.

O Protetor - Série case-se comigo - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora