Nada, absolutamente nada, poderia ser mais divertido do que ver a cara de Daniel quando chegaram ao supermercado. Pela expressão que fez ao olhar para as fileiras intermináveis de produtos e ver a quantidade imensa de pessoas naqueles corredores, Bárbara tinha certeza de que ele sairia correndo.
- Nunca foi à um supermercado Daniel? - Ela perguntou.
- Não nos últimos vinte anos. - ele respondeu - Não me sinto confortável nesse ambiente cheio de pessoas intrometidas.
- Por que intrometidas?
- Não param de olhar para mim de cima à baixo.
- Talvez se deva ao fato de você estar usando terno e gravata para fazer compras.
- E o que você queria? Me arrastou para cá sem que eu tivesse tempo para trocar de roupa.
- Então quer dizer que você usa outras roupas que não sejam ternos? Estou chocada. - Disse Bárbara com ironia, enquanto tentava pegar o pote de um produto em uma prateleira mais alta.
Ele aproximou-se por trás dela e pegou o produto que ela tentava alcançar com uma facilidade irritante. E uma proximidade perturbadora.
- Em breve verá, meu bem... - disse entregando o pote a ela com um olhar sagaz - ...que eu não durmo de terno.
Bárbara sentiu o rosto ficar vermelho, segurou firme no carrinho e seguiu em frente, tentando não dar importância para o comentário.
Tratou de ignorar também os olhares atentos das mulheres, que praticamente babavam para Daniel.
- Você tem uma lista? - Ele perguntou.
- Lista?
- Sim. Do que pretende comprar, isso agilizaria o trabalho.
- Isso não é um trabalho Daniel, relaxe. Não tente sistematizar até uma simples compra de supermercado.
- Eu sistematizo tudo à minha volta e você sabe disso. Além do mais, pensei que não quisesse deixar sua amiga sozinha durante muito tempo.
- Tem razão, não quero. Façamos o seguinte: você pega os legumes para a sopa e eu vou pegar a carne.
- Eu tenho cara de quem sabe escolher legumes?
- Sempre há uma primeira vez e essa não deve ser uma tarefa difícil para quem construiu um império. Os legumes estão ali. Pegue ao menos três tipos.
- Quais tipos?
- Cenoura, batata e o que mais encontrar.
- Não vendem sopa pronta neste lugar?
- Sim, lotada de conservantes, tudo o que a Emily e o bebê não precisam agora.
Daniel suspirou e Bárbara não pôde evitar sorrir. E dessa vez, seu sorriso foi verdadeiro, sem ironia e sem amargura, o que o deixou encantado.
***
Depois de meia hora, deixaram o supermercado e foram para o apartamento, onde Emily ainda dormia.
Ele ajudou-a a levar as compras para cima, deixando-as sobre o balcão da cozinha e foi sentar-se no sofá da sala.
- Onde pensa que vai mocinho? - Bárbara perguntou.
- Mocinho? - Ele perguntou, erguendo a sobrancelha.
- Sim, não é assim que me chama sempre? Pois então, agora conhece a sensação. - Ela disse com um sorriso irônico. - Venha me ajudar com o jantar.
- Está brincando, não é?
- Não estou. Preciso de ajuda e você é o único por aqui.
- Eu aceitei fazer as compras e isso já foi demais.
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O Protetor - Série case-se comigo - Livro 1
RomanceEle: Daniel McCain, um empresário de sucesso que comanda uma corporação gigantesca fundada e construída com cada gota de seu suor. Controlador, frio e extremamente estrategista Ela: Bárbara McNamara, uma publicitária bem sucedida, criada por uma fam...