Capítulo 15

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Nada, absolutamente nada, poderia ser mais divertido do que ver a cara de Daniel quando chegaram ao supermercado. Pela expressão que fez ao olhar para as fileiras intermináveis de produtos e ver a quantidade imensa de pessoas naqueles corredores, Bárbara tinha certeza de que ele sairia correndo.

- Nunca foi à um supermercado Daniel? - Ela perguntou.

- Não nos últimos vinte anos. - ele respondeu - Não me sinto confortável nesse ambiente cheio de pessoas intrometidas.

- Por que intrometidas?

- Não param de olhar para mim de cima à baixo.

- Talvez se deva ao fato de você estar usando terno e gravata para fazer compras.

- E o que você queria? Me arrastou para cá sem que eu tivesse tempo para trocar de roupa.

- Então quer dizer que você usa outras roupas que não sejam ternos? Estou chocada. - Disse Bárbara com ironia, enquanto tentava pegar o pote de um produto em uma prateleira mais alta.

Ele aproximou-se por trás dela e pegou o produto que ela tentava alcançar com uma facilidade irritante. E uma proximidade perturbadora.

- Em breve verá, meu bem... - disse entregando o pote a ela com um olhar sagaz - ...que eu não durmo de terno.

Bárbara sentiu o rosto ficar vermelho, segurou firme no carrinho e seguiu em frente, tentando não dar importância para o comentário.

Tratou de ignorar também os olhares atentos das mulheres, que praticamente babavam para Daniel.

- Você tem uma lista? - Ele perguntou.

- Lista?

- Sim. Do que pretende comprar, isso agilizaria o trabalho.

- Isso não é um trabalho Daniel, relaxe. Não tente sistematizar até uma simples compra de supermercado.

- Eu sistematizo tudo à minha volta e você sabe disso. Além do mais, pensei que não quisesse deixar sua amiga sozinha durante muito tempo.

- Tem razão, não quero. Façamos o seguinte: você pega os legumes para a sopa e eu vou pegar a carne.

- Eu tenho cara de quem sabe escolher legumes?

- Sempre há uma primeira vez e essa não deve ser uma tarefa difícil para quem construiu um império. Os legumes estão ali. Pegue ao menos três tipos.

- Quais tipos?

- Cenoura, batata e o que mais encontrar.

- Não vendem sopa pronta neste lugar?

- Sim, lotada de conservantes, tudo o que a Emily e o bebê não precisam agora.

Daniel suspirou e Bárbara não pôde evitar sorrir. E dessa vez, seu sorriso foi verdadeiro, sem ironia e sem amargura, o que o deixou encantado.

***

Depois de meia hora, deixaram o supermercado e foram para o apartamento, onde Emily ainda dormia.

Ele ajudou-a a levar as compras para cima, deixando-as sobre o balcão da cozinha e foi sentar-se no sofá da sala.

- Onde pensa que vai mocinho? - Bárbara perguntou.

- Mocinho? - Ele perguntou, erguendo a sobrancelha.

- Sim, não é assim que me chama sempre? Pois então, agora conhece a sensação. - Ela disse com um sorriso irônico. - Venha me ajudar com o jantar.

- Está brincando, não é?

- Não estou. Preciso de ajuda e você é o único por aqui.

- Eu aceitei fazer as compras e isso já foi demais.

O Protetor - Série case-se comigo - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora