Após terminar de comer, Bárbara pediu a ajuda da enfermeira para tomar um banho de banheira, o que foi revigorante.
Daniel convidou-a então para um passeio pelo jardim, alegando que um pouco de ar fresco lhe faria bem.
Ele dispensou a enfermeira, preferindo realizar o passeio a sós com sua esposa.
- Esse é realmente um belo jardim. - comentou Bárbara enquanto ele empurrava sua cadeira de rodas - Essa parte é tão linda quanto a que tem a estufa.
- Sim, gosto mais dessa parte, a circulação de ar é mais intensa.
- De fato, é mesmo.
O silêncio imperou nos próximos instantes.
- Certa vez- disse Bárbara - Você me disse que essa casa não é um lar para você, mas nesse tempo morando aqui, percebi que gosta muito dela. Tem certeza que não se sente mesmo apegado a ela?
- Apegado? Não. Nunca me apego a coisas materiais, não faz sentido.
- Sério? Achei que era totalmente o contrário, você parece não poupar esforços para ter o melhor e mais moderno de tudo.
- São meios para um fim. Nós vivemos em uma era em que tudo muda muito depressa, para manter minha empresa como líder de mercado, eu tenho que investir em tecnologia.
- Mas a sua casa não é sua empresa. Se não se apega a coisas materiais, porque outro motivo teria uma casa tão grande e carros tão caros?
- Eu não disse que não gosto de conforto. Fazer uso de coisas materiais não é o mesmo que ser apegado a elas. Eu aprecio tudo o que tenho, mas para mim as coisas não importam tanto quanto as pessoas. Quer sentar ali? - Daniel disse apontando para um banco debaixo de uma árvore frondosa.
- Sim, pode ser.
Cuidadosamente ele a conduziu até lá e a ajudou a se acomodar, sentando-se ao seu lado.
- Continuando, o que eu quero dizer é que nada material vale mais do que uma pessoa. Na minha empresa por exemplo, os bens que possuo que são realmente importantes são os talentos humanos. Sem eles, toda a tecnologia do mundo não seria suficiente para manter a McCain no patamar que está. Quanto aos frutos que colho pelo trabalho, gosto de ter ao meu redor coisas que sejam confortáveis e realmente funcionem, apenas isso.
- Mas existem casas menores e carros menos luxuosos que são confortáveis e funcionam muito bem.
- Concordo. Mas aí entra outro fator. A maioria das pessoas, principalmente no mundo dos negócios, são completamente impressionáveis e não respeitam seu trabalho a menos que o vejam produzir resultados megalomaníacos. Se veem uma mansão gigantesca e um carro de edição limitada, elas automaticamente concluem que você é uma pessoa confiável, que sabe exatamente o que está fazendo. É claro que tudo isso é bem ridículo, mas se é esse atestado de sucesso que os contratantes precisam ver para fechar negócio com a minha empresa, aqui está ele. - Concluiu apontando para a mansão atrás deles.
- Confesso que estou surpresa. Achei que ganhar e gastar dinheiro fosse a razão de sua existência.
- Acha mesmo que sou tão fútil assim? - ele disse erguendo uma sobrancelha - Ah, está bem, não lhe culpo. É o que parece, não é?
- Sim. Parece muito.
- Só parece. Não sou assim. Jamais deixei de investir nas pessoas que trabalham comigo para aumentar meu patrimônio. Valorizo meus funcionários e pago a eles o que realmente merecem por seu desempenho. O que eu quis dizer quando afirmei que essa casa não é um lar para mim, é que não é essa a definição que tenho de um lar. Não é o lugar onde estou, mas com quem estou.
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O Protetor - Série case-se comigo - Livro 1
RomantizmEle: Daniel McCain, um empresário de sucesso que comanda uma corporação gigantesca fundada e construída com cada gota de seu suor. Controlador, frio e extremamente estrategista Ela: Bárbara McNamara, uma publicitária bem sucedida, criada por uma fam...