Na realeza

Dez

O motivo por que eu querer entrar na política, mesmo sabendo que tantos filhos de presidentes anteriores fugiram correndo assim que fizeram dezoito anos, é que eu realmente me importo com o povo.

O poder é ótimo, a atenção é divertida, mas o povo... o povo é tudo.

Eu tenho um certo problema de se importar demais com todas as coisas, incluindo se as pessoas conseguem pagar suas despesas médicas, se casar com quem quer que amem, ou não levar um tiro na escola.

Ou,nesse caso, se as crianças com câncer têm livros suficientes para ler no Royal Marsden NHS Foundation Trust.

Eu,Nick e a horda coletiva de seguranças dos dois tomaram conta do andar do hospital,atrapalhando as enfermeiras e apertando mãos.

Eu estou tentando - tentando para valer--não cerrar os punhos ao lado do corpo, mas Nick está abrindo seu sorriso robótico com um garotinho careca todo entubado para uma fotografia idiota, e minha vontade é gritar com todo esse maldito país.

Como sou obrigado por contrato a estar aqui, me concentro nas crianças.

A maioria não faz ideia de quem eu seja, mas Nick me apresenta alegremente como filho da presidenta, e não demora para estarem perguntando sobre a Casa Branca e se eu conhece a Ariana Grande, eu rio e respondo às perguntas.

Retiro livros das caixas pesadas que eles trouxeram, sento nas camas e leio em voz alta, seguido por um fotógrafo.

Eu só me dou conta de que perdeu Nick de vista quando o paciente para quem estava lendo pega no sono, e eu reconheço o burburinho baixo da voz do príncipe do outro lado da cortina.

A poucos passos dali - nenhum fotógrafo.

Apenas Nick.

Hmm.

Em silêncio,passo por cima da cadeira encostada à parede no canto da cortina.

Se sentar no ângulo certo e erguer a cabeça, consegue enxergar um pouco.

Nick está conversando com uma garotinha com leucemia chamada Claudette, segundo a
prancha na parede. A pele negra da menina tem um tom acinzentado e ela usa um lenço laranja brilhante amarrado na cabeça, estampado com o Starbird da Aliança Rebelde.

Em vez de estar em pé e sem jeito como eu imaginava ver, Nick está ajoelhado ao lado da
garota, sorrindo e segurando sua mão.

- ... fã de Star Wars, então? - Nick diz com uma voz baixa e afetuosa que eu nunca tinha ouvido dele antes, enquanto aponta para o símbolo no lenço da menina.

- Eu amo! - Claudette diz efusivamente.-Quero ser que nem a princesa Leia quando crescer porque ela é muito forte, resistente e esperta. E além de tudo beija o Han Solo!

Ela cora um pouco por falar em beijo na frente do príncipe, mas é corajosa e mantém o contato visual.

Me pego esticando mais o pescoço para ver a reação do principe.Ele definitivamente não se lembra de Star Wars na ficha informativa.

- Quer saber - Nick diz, inclinando-se em tom conspiratório -, acho que você teve a ideia certa.

Claudette ri baixinho.

- Quem é o seu preferido?

- Hmm - Nick diz, fingindo pensar muito.-Sempre gostei do Luke. Ele é corajoso e bom, e é o jedi mais forte de todos. Acho que o Luke é prova de que não importa de onde você venha ou quem seja a sua família; você sempre pode ser incrível se for verdadeiro consigo mesmo.

- Certo, srta. Claudette - uma enfermeira diz alegremente enquanto abre a cortina.Nick

levanta de um salto, e eu quase caio da cadeira, pego no flagra.

Limpo a garganta ao ficar de

pé, se esforçando para não olhar para Nick

- Vocês dois podem ir, está na hora dos remédios dela.

- Dona Beth, o Nick falou que somos amigos agora! - Claudette praticamente choraminga. - Ele pode ficar!

- Ei, mocinha! - Beth, a enfermeira, a repreende. - Isso não é jeito de se dirigir ao príncipe. Sinto muito, vossa alteza.

- Não tem por que se desculpar - Nick diz. - Comandantes rebeldes são mais importantes do que a realeza. - Ele dá uma piscadinha e bate continência para Claudette, e ela se derrete toda.

- Estou impressionado - Eu falo enquanto saimos juntos para o corredor.Nick ergue uma sobrancelha, e eu acrescento- Não impressionado, só surpreso.

- Com o quê?

- Que você tem, sabe, sentimentos.

Nick está começando a sorrir quando três coisas acontecem em rápida sucessão.

A primeira: um grito ecoa na ponta oposta do corredor.

A segunda: há um estouro alto que assustadoramente parece um tiro.

A terceira: Cash pega Nick e eu pelos braços e os empurra pela porta mais próxima

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Oii gente

Espero que tenham gostado desse capítulo

Me perdoem pelos erros
Até o próximo

Att: A autora