Onze

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— Abaixem-se — Cash grunhe enquanto fecha a porta atrás deles.

Na escuridão abrupta,eu  tropeço em um esfregão e na perna de Nick,e nós caímos
juntos numa pilha ruidosa de penicos de metal.

Nick cai primeiro,de cara no chão,e paro
em cima dele.

— Ai, meu Deus — Nick diz, com a voz abafada e ecoando um pouco.

Eu meio que torço para que o rosto dele esteja enfiado num penico.

— Sabe — eu digo com a cara no cabelo de Nick— A gente tem que parar de cair desse jeito.

— Dá licença?

— Isso é culpa sua!

— Como isso poderia ser culpa minha?-sussurra, furioso.

— Ninguém nunca tenta atirar em mim quando estou fazendo aparições presidenciais, mas no minuto que saio com a porra de um membro da realeza…

— Dá para calar a boca para não nos matarem?

— Ninguém vai matar a gente. Cash está bloqueando a porta. Além disso, não deve ser nada.

— Então pelo menos sai de cima de mim.

— Para de mandar em mim! Você não é meu príncipe!

— Saco — Nick murmura.

Ele empurra o chão com força e rola para o lado, me derrubando,e acabo entre o corpo de
Nick e uma estante de produtos de limpeza com cheiro forte.

— Dá para sair daí, vossa alteza? —Eu sussurro batendo o ombro no de Nick — Prefiro
não ficar na parte de dentro da conchinha.

— Acredite em mim, estou tentando —Nick responde. — Não tem espaço.

Do lado de fora, há vozes, passos apressados

— nenhum sinal de que está liberado.

— Bom — Eu digo. — Acho que é melhor tentar ficar confortável.

Nick expira, tenso.

— Que fantástico.

Eu sinto ele se mexendo ao meu lado, os braços cruzados diante do peito em sua postura reservada típica enquanto continua deitado no chão com o pé dentro de um balde de esfregão.

— Que fique claro — Nick diz — Que também nunca sofri um atentado antes.

— Bom, parabéns — Eu falo. — Você finalmente conseguiu.

— Sim, é exatamente como sonhei que seria.Trancado em um armário com seu cotovelo enfiado na minha caixa torácica- Nick alfineta.

Ele fala como se quisesse dar um soco na cara na minha, e eu nunca devo ter gostado tanto dele quanto agora, então obedeço a um impulso e enfio o cotovelo na barriga de Nick com força.

Nick solta um grito agudo e abafado e, quando  eu me dou conta, fui puxado de lado pela
camisa e Nick está meio em cima dele, o imobilizando com a coxa.

Minha cabeça lateja no ponto onde bateu contra o piso de linóleo, mas eu consigo sentir meus lábios se abrirem em um sorriso.

— Então você sabe brigar — Eu digo.

Eu erguo os quadris, tentando me livrar de Nick mas ele é mais alto e mais forte e está me segurando pela gola

— Já acabou? — Nick diz, com a voz esganiçada.— Será que dá pra parar de colocar sua vidinha miserável em perigo?

Na realezaOnde histórias criam vida. Descubra agora