Vinte e um

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Capitulo narrado em terceira pessoa

Tony está...Bom,Tony está perdendo a cabeça.

São 22h48.

Ele está andando de um lado para o outro.

Ele jogou o terno e a gravata em cima da poltrona assim que voltou para o quarto, e está com os dois primeiros botões da camisa social desabotoados.

Não consegue parar de enroscar as mãosno cabelo.

Está tudo bem. Está tudo certo.

É definitivamente uma péssima ideia. Mas está tudo bem.

Ele não sabe ao certo se deveria tirar mais alguma peça.

Não sabe que roupas as pessoas usam
quando convidam o inimigo declarado que virou melhor amigo de mentirinha para seu quarto para transar, muito menos quando esse quarto é na Casa Branca, muito menos quando essa pessoa é um homem e, muito menos, quando esse homem é a porra do príncipe da Inglaterra.

O quarto está à meia-luz — um único abajur, no canto perto do sofá, cobrindo o azul-escuro das paredes com uma luz neutra.

Ele pôs na mesa todos os documentos da campanha que estavam na cama e ajeitou a colcha.

Ele olha para a lareira, os detalhes entalhados da cornija quase tão antigos quanto o próprio país, e pode não ser nenhum Palácio de Kensington, mas até que parece bom.

Meu Deus, se algum fantasma dos Pais Fundadores dos Estados Unidos estiver passeando pela Casa Branca hoje, ele deve estar sofrendo.

Ele está tentando não pensar demais no que vem a seguir.

Ele pode não ter muita experiência prática, mas fez sua lição de casa.

Tem diagramas. Ele dá conta.

Ele realmente quer muito dar conta. Disso ele tem certeza.

Tony fecha os olhos, se equilibra com as pontas dos dedos na superfície fria da escrivaninha,as pontas leves dos papéis ali.

Sua mente volta para Nick,as linhas suaves de seu terno, a maneira como sua respiração roçou a bochecha de Tony quando o beijou.

Ele sente um frio vergonhoso na barriga que pretende nunca revelar para ninguém.

Nick,o príncipe.

Nick,o garoto do jardim.

Nick, o garoto na sua cama.

Ele lembra a si mesmo que não sente nada por esse cara.

Sério mesmo.

Há uma batida na porta.Tony olha o celular: 22h54.

Ele abre a porta.

Tony fica parado e expira devagar, o olhar pousado em Nick.Pensa que nunca se permitiuapenas olhar

Nick é alto e lindo, metade realeza, metade astro de cinema, o vinho tinto ainda marcado em seus lábios.

Ele deixou o paletó e a gravata para trás, e as mangas de sua camisa estão arregaçadas até os cotovelos.

Parece nervoso pela tensão em seus olhos, mas sorri para Tony com um canto da boca rosada e diz:

— Desculpa, estou adiantado.

Tony morde o lábio.

— Encontrou o caminho fácil?

— Uma agente do Serviço Secreto foi muito prestativa — Nick diz. — Acho que o nome
dela é Amy?

Na realezaOnde histórias criam vida. Descubra agora