VI. Hayley

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Agosto, 2001.

Eu não podia pensar em nada que estragasse o meu dia! Estava tudo perfeito, tudo maravilhoso! Tudo muito melhor do que eu poderia sonhar!

E nada disso seria real sem Matthew, que trabalhava diariamente pra realizar os meus sonhos!

Estava tudo certo! Depois de hoje, só faltava eu terminar a escola e, então, partiríamos para a Irlanda. Eu finalmente estaria livre pra realizar os meus sonhos com ele ao meu lado.

Matthew finalmente fez o pedido de casamento e eu, é claro, não tinha como sequer pensar na possibilidade de dizer não. Era tudo o que eu sempre sonhei.

Meus pais não gostaram muito da ideia, apesar de terem sido muito educados ao expressar isso. Minha mãe mencionou incontáveis vezes a nossa pouca idade, já que Matthew, apesar de mais velho, era tão inexperiente quanto eu. Meu pai, por outro lado, estava focado em minar a minha coragem em partir, ele tentou cortar as minhas asas, mas eu queria voar. Eu precisava!

Por fim, ambos respeitaram minha decisão, mas nenhum dos dois estava radiante a respeito disso. Bem ou mal, esse é o momento da vida em que você anseia pelo apoio das pessoas com as quais você esperava contar a vida inteira, mas, no meu caso, duas dessas pessoas falharam em me apoiar.

Mas nem tudo estava perdido, ainda!

Depois dos meus pais, Henry era o único pra quem eu queria dar a notícia. O único que eu realmente fazia questão de ter ao meu lado, no dia mais lindo da minha vida.

Corri até a sua casa e fui muito bem recebida, como sempre, pela mãe dele. Éramos praticamente irmãos, então não era estranho estar lá.

— Oh, Hayley! – Charlie pareceu surpreso em me ver – Matthew sabe que está aqui? Ele liberou você?

— Para de idiotice! – ri rolando os olhos – Onde tá o seu irmão?

— Lá em cima! – ele indicou o andar superior – Chegue com calma e bata na porta. Você desapareceu por tanto tempo que eu tenho medo de que ele não te reconheça e morra de susto!

— Ah, cale a boca, Charlie! – falei dando-lhe as costas e subindo as escadas, com um sorriso de orelha a orelha.

Quando cheguei na porta de Henry, abri de uma vez, sem medo. Vi quando ele se assustou ao me ver entrar, me fazendo rir.

— De onde eu venho, as pessoas batem na porta antes de entrarem! – ele comentou se levantando da cama e vindo até mim enquanto eu fechava a porta, sorrindo – O que houve? Ganhou na loteria?!

— Quase? – respondi misteriosa

— O que houve, Hayley? – ele começou a rir fraco. Eu continuei em silêncio, me jogando em sua cama e passando a encarar o teto. Estendi o braço na cama e ri pra ele. – Santo Cristo, você sabe que eu odeio quando você demora a contar as coisas! – ele resmungou se aproximando e deitando-se ao meu lado, com a cabeça apoiada em meu braco, eu ri ainda mais.

— Tem algo que eu quero te contar – falei e ele me olhou feio – É coisa boa, eu juro!

— Deve ser mesmo, pro seu namorado deixar você vir aqui me contar! – ele falou com desdém e eu o olhei feio

— Matthew não manda em mim, Henry! – defendi e ele rolou os olhos, fechando-os em seguida

— Enfim, conte logo antes que acabe o tempo da sua liberdade condicional...

— Henry! – reclamei e ele suspirou despreocupado, ainda de olhos fechados.

Nesse momento, tive medo de ter uma reação negativa da parte dele.

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