XVII. Hayley & Henry

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Da mesma forma que a ida até o restaurante foi silenciosa, o caminho até o hospital também foi. Hayley estava atenta as mensagens de Marianne, enquanto Henry repassava mentalmente pra si mesmo tudo o que Hayley já tinha lhe dito.

Anne estava sendo examinada. Anne estava segura. Marianne estava com ela. Essas eram as frases que ele repetia pra si, simplesmente pra se impedir de pensar no pior.

Quando chegaram no hospital, os dois foram imediatamente pra ala pediátrica, onde a avó da menina esperava por eles.

— Como ela está? – Henry perguntou soltando um longo suspiro, como se prendesse a respiração por muito tempo até chegar ali.

— Ela está sendo examinada, colheram sangue há pouco – Marianne informou dando um abraço rápido no filho e outro em Hayley – Estava esperando vocês, vamos entrar. Ela está esperando a enfermeira vir pra fazer uma ultrassom.

— Alguma suspeita? – Hayley perguntou caminhando ao lado dos dois

— Apendicite, ao que tudo indica – ela contou e Henry se manteve calado, soltando outro suspiro. Hayley, percebendo a tensão do homem ao seu lado, segurou sua mão em uma demonstração de apoio – Estamos esperando a ultrassom pra confirmar e, se for isso mesmo, verificar qual é a situação do apêndice.

— De qualquer forma, ela vai ter que operar – Henry concluiu e Hayley apertou levemente a mão do amigo – Ela só tem três anos...

— Sim, ela só tem três anos, mas vai se sair bem – Hayley declarou tentando não se abalar – Vamos manter a calma, ok? Ela deve estar bastante nervosa, então...

— Ela vai ficar mais tranquila vendo vocês, eu vou esperar aqui fora – Marianne comunicou ao pararem na porta do quarto – Depois eu entro pra vê-la.

— Obrigado, mãe! – Henry agradeceu dando um beijo na bochecha da mulher, antes de entrar no quarto da menina.

— Pai... – Anne chamou manhosa. Henry se aproximou da cama dela, inclinando-se sobre a menina e dando um beijo em sua testa

— O que houve, querida? – Henry perguntou com calma, recebendo um gemido de Anne

— Minha barriga. Tá doendo muito aqui! – Anne falou chorosa, apontando em direção ao próprio umbigo – Oi, tia Hayley! – Anne direcionou sua atenção pra ruiva, que se aproximou pelo outro lado da cama, beijando a bochecha da menina

— Não se preocupe, querida. Vai ficar tudo bem, não vai demorar – Hayley sorriu pra menina, falando carinhosamente antes de dar outro beijo nela.

Os dois ficaram com a menina, tentando distraí-la da dor e de toda a situação estressante que era estar em um hospital. Não demorou até que a enfermeira chegasse com o aparelho de ultrassom para realizar o exame em Anne.

Ambos ficaram satisfeitos ao ver que a enfermeira estava sendo bem atenciosa e avaliando minuciosamente a área, pra garantir que não houvesse engano com o diagnóstico. Apesar de tudo, Hayley conseguia distrair Anne, brincando com coisas bobas como a temperatura do gel e outros detalhes que faziam a menina parar de pensar tanto na dor ou no que aconteceria.

Henry, que mesmo estando nervoso com toda a situação, tentava ir no embalo da amiga. Ele não diria aquilo agora, já que havia muito mais com o que se preocupar, mas estava profundamente grato pela presença da ruiva. Não era só a Anne que ela conseguia acalmar.

...

Depois do diagnóstico ser confirmado, das devidas preparações serem feitas e de muito terem tranquilizado Henry, Hayley e Marianne, a equipe médica levou Anne para o centro cirúrgico. Marianne aproveitou para ir em casa enquanto Anne estaria na cirurgia, mas Henry sequer cogitou essa possibilidade. Hayley o acompanhou até uma área externa do andar, que era uma espécie de varanda com algumas mesas e cadeiras.

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