XXXVI. Henry & Hayley

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"Se eu pudesse lhe dar alguma coisa na vida, eu lhe daria a capacidade de ver a si mesmo através dos meus olhos. Só então você perceberia como é especial para mim."

Frida Kahlo

Henry e Hayley eram o casal dos sonhos, segundo todas as pessoas que conviviam com os dois. Parte de Hayley tinha medo que, depois do casamento e de toda a declaração pública de amor, o relacionamento dos dois esfriasse ou caísse na rotina. Algumas vezes ela também pensava sobre a possibilidade de Henry acordar um dia e decidir que não gostava tanto assim dela.

— Sabe, Hayley? – ele perguntou chamando a atenção dela que o olhou sem entender – Você é, sem sombra de dúvidas, o amor da minha vida. – ele falou sorrindo ao ver Hayley desenrolar um sorriso preguiçoso nos lábios.

Era realmente inspiradora a forma como ele costumava reconfortá-la sem ela precisar verbalizar suas inseguranças que, volta e meia, voltavam para assombrá-la outra vez.

Anne também parecia estar cada vez mais adaptada à nova dinâmica familiar. Gostava de ter uma mãe, gostava ainda mais de ter Hayley como essa figura. Se davam melhor que bem e, mesmo com os puxões de orelha e as chamadas que vez ou outra Hayley costumava dar em Anne, eram inseparáveis.

Eram a definição perfeita de "família margarina", nem mesmo as fãs de Henry, que costumavam colocar as namoradas dele para correr, eram capazes de falar algo ruim sobre Hayley, mas ela também não ligava pra isso. Ela não se importava se as pessoas amavam e aprovavam o relacionamento deles ou se odiavam e desejavam que ele acabasse, ela só se importava com a família que tinha construído ao lado do homem que amava.

Alguns dias eram mais tranquilos e outros bem agitados, especialmente quando Henry estava em casa e, contando Kal, ela tinha três crianças pra cuidar. Mesmo assim, ele tem sido muito atencioso nos últimos meses.

Hayley não tinha a menor intenção de engravidar, quando ela e Henry se casaram. Na verdade, os dois concordaram que Anne era filha o suficiente para eles. Depois de um ano casados e algumas semanas de enjoos persistentes, Hayley descobriu a sua gravidez.

A princípio, sentiu uma breve onda de pânico. Não sabia como reagir, não sabia como Anne e Henry reagiriam e muito menos suas famílias. Por um momento, pensou seriamente em esconder de todo mundo, já que sua idade já era um fator de risco para qualquer gravidez. Ficou tão tensa com isso que sequer conseguia imaginar que sua pudesse chegar ao final sem nenhuma ocorrência. Ela teria guardado para si, se Henry não tivesse encontrado-a chorando sozinha na sala, no meio da noite.

— Hayley, o que aconteceu? – Henry perguntou preocupado, sentando-se ao lado da esposa e afagando suas costas – Por que está chorando?

Se acalmou um pouco e respirou fundo, decidindo se contaria pra ele ou manteria o segredo para si por mais algum tempo. Quando seu olhar encontrou o dele, parte de si se sentiu culpada por esconder, mas a outra parte sentiu alívio porque era Henry. Era o seu melhor amigo de todos os momentos, não importa o que fosse, sabia que podia contar com ele.

— Estou grávida. – ela falou de uma só vez e ele arregalou os olhos – Desculpe não ter contado antes.

Ele levou segundos pra processar a notícia e abrir um sorriso enorme. Quando sua ficha caiu por completo, a reação alegre e leve de Henry fizeram que com que Hayley esquecesse os seus temores por algum tempo e apenas comemorasse com ele. Depois que a euforia passou, Hayley contou a ele suas razões para ter guardado aquilo para si durante aqueles dias. Achou que ele se chatearia, mas Henry foi mais que compreensivo.

— Sinto muito ter escondido de você – ela falou abraçada a ele. Estavam sentados no parapeito da janela, onde Hayley sempre gostava de ficar observando o dia passar. Sua cabeça descansava sobre o ombro de Henry e ele acariciava o seu ventre, onde ainda não era possível ver qualquer sinal de um bebê.

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