XIII. Hayley

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Mesmo sabendo que, em breve, a vida de Henry se tornaria uma loucura, eu não poderia estar mais grata por tudo o que eu estava vivendo depois de Anne entrar na minha vida.

Eu sabia que haviam grandes chances de eu não vê-la por um tempo, quando Henry precisasse ir pra Londres, mas também eu sabia que isso não seria motivo pra perdermos o contato.

De qualquer forma, quanto mais próximo estávamos de nos "separar", mais Anne me fazia estar perto dela, especialmente depois da ideia da horta.

Ficamos um bom tempo sem realmente plantar algo, já que Henry sempre foi detalhista com tudo. Por um longo tempo, trabalhamos na horta afim de aperfeiçoá-la pra ter um lugar perfeito pra plantar o que quiséssemos.

— Confesso que adorei a ideia dos girassóis – Henry comentou quando dávamos uma última checada no jardim – Ela vai amar quando eles estiverem grandes.

— Ela vai amar rolar na terra e fazer bagunça, isso sim! – ri e ele concordou comigo – Nesse ponto, ela é tão parecida com você que parece até que vocês têm laços de sangue.

— Ela é uma criança, Hayley – ele riu e eu ri concordando – Se sujar é parte do pacote.

— Realmente! – concordei rindo – Tem ideia de quando vão precisar ir pra Londres?

— Mês que vem... – ele falou distante – Estou preocupado com isso, é realmente bem corrido. Tenho meso de Anne ficar um pouco desajustada...

— Sei que vai encontrar uma forma de fazer isso funcionar – falei apertando seu ombro de leve e oferecendo-lhe um sorriso encorajador

— Dany acha que eu deveria encontrar alguém... – ele falou reticente e eu o olhei sem entender

— Uma babá? – perguntei e ele riu

— Uma esposa... – ele respondeu e eu o olhei surpresa – Quer dizer, uma namorada, mas você entendeu...

— Entendi – afirmei ainda com uma careta – E acho uma péssima ideia – acrescentei rapidamente

— Acha? – ele parecia surpreso – Achei que concordaria que isso seria uma boa ideia, pra ajudar Anne a se estabilizar?

— Anne já está estabilizada – garanti, me sentindo na defensiva por algum motivo que eu não sabia exatamente explicar – Se você quer arrumar uma namorada por esse motivo, é mais fácil você procurar uma babá.

— É óbvio que eu não quero alguém só pra cuidar de Anne... – ele explicou calmamente – Só que eu também acho que está mais do que na hora de sossegar. Encontrar alguém que eu goste,  alguém que, sei lá... Preencha o que está faltando.

— Está falando da sua vida ou de uma partida de Tetris? – perguntei e ele riu alto, me empurrando de leve

— Jesus, você tá azeda, hoje! – ele balançou a cabeça, rindo – Vamos plantar alguns maracujás, vai ser útil!

Passamos o tempo todo conversando sobre outras coisas, mas, felizmente, Henry não entrou no assunto outra vez. Não sei se por falta de vontade ou porque eu não tive a melhor das reações, da primeira vez.

— O que foi? – ouvi ele me perguntar enquanto eu encarava a tela do meu celular, um pouco surpresa

— Gira Carano? – perguntei e ele ergueu uma sobrancelha, como sempre fazia quando não entendia onde eu queria chegar – De novo?

— De novo o quê? – ele franziu o cenho, olhando a tela do celular quando eu virei o aparelho na sua direção – O que...

— Sei lá, não é todo mundo que posta uma arte dela mesma com o ex, do nada... – comentei quando ele desviou a atenção do celular e resumiu o que estava fazendo antes

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