XX. Hayley

1.3K 110 279
                                    

Eu jamais achei que viveria esse momento. Sinceramente, eu ria sempre que alguém insinuava que Henry e eu éramos algo além de amigos, ou botava pilha pra que um de nós tomasse uma atitude porque, aparentemente, nós seríamos o casal.

Então, foi surpreendente vê-lo tão próximo, sentir sua respiração contra o meu rosto e o seu nariz roçando no meu. Foi ainda mais surpreendente perceber que eu queria beijá-lo. Queria muito!

A princípio, parecia mesmo o beijo de dois adolescentes que nunca haviam beijado ninguém. Nossos lábios permaneceram colados por longos segundos, até eu interromper o beijo, que eu mesma comecei, de repente.

Henry parecia tão surpreso quanto eu, mas acredito que fosse por eu ter parado de beijá-lo e não por ter começado, em primeiro lugar. Fiquei olhando pra ele, olhando bem, por longos segundos. Tentei olhar pro meu amigo, reconhecê-lo como apenas meu amigo.

E, é claro, ele sempre seria o meu amigo, mas ficar encarando não deu certo, já que quanto mais eu olhava pra ele, mais eu queria beijá-lo.

Quando ele pensou em dizer algo, eu avancei contra ele outra vez, tendo algum tipo de reação além de simplesmente colar os nossos lábios uns nos outros.

Ele também pareceu ter esse estalo e começou a se movimentar comigo. Eu me derretia diante da sensação dos seus lábios macios se movendo contra os meus, somada a sensação de suas mãos deslizando do meu rosto para o meu corpo e segurando com firmeza em minha cintura.

Cada carícia, cada toque, cada mínimo olhar entre um beijo e outro, me deixava fora de mim. Como se eu estivesse experimentando algo sobrenatural pela primeira vez na vida.

Dei passagem para a sua língua, mergulhando em um beijo profundo que de cara eu percebi que se tornaria um vício. Senti meu corpo sendo levemente puxado contra o dele, fazendo com que ficássemos colados um no outro.

Apesar dele me segurar com firmeza, seu beijo era doce, gentil e carinhoso. Sentia a minha cabeça leve e o meu corpo respondendo cada vez mais a ele.

Ainda estávamos completamente ensopados, devido a chuva, mas nem mesmo isso me fazia querer parar. Pelo visto, ele estava na mesma. Caminhávamos às cegas pela casa, sem saber se iríamos esbarrar em algo pelo caminho, mas felizmente conseguimos encontrar o caminho do quarto sem nenhum contratempo.

Seus lábios deixaram os meus, mas eu não tive tempo de achar ruim, já que ele passou a espalhar seus beijos pelo meu pescoço, até a minha clavícula.

— Henry... – suspirei alto enfiando meus dedos em seu cabelo úmido. Era como se ele espalhasse pequenos pontos inflamáveis, que entrariam em combustão a qualquer instante e seria tudo culpa dele. Senti seu dedo deslizando levemente sobre meu ombro, afastando uma das alças da meu vestido, fazendo eu me arrepiar ao pensar nas infinitas possibilidades, ou em tudo o que eu queria que ele fizesse comigo.

— Hayley... – ele falou meu nome em um sopro, me fazendo suspirar mais uma vez.

Se alguém me dissesse que algum dia isso aconteceria, eu teria rido, mas agora, tudo parecia fazer sentido. Como se todas as peças finalmente estivessem no lugar certo, pela primeira vez em muitos anos.

Henry se afastou apenas o suficiente pra tirar a própria blusa e eu aproveitei a brecha pra abrir o zíper do meu próprio vestido. Não vou cansar nunca de dizer como ele é lindo.

Deslizei minhas palmas sobre seus ombros enquanto seus dedos deslizavam pelas minhas costas, puxando lentamente o tecido úmido do vestido  já aberto.

Chosen FamilyOnde histórias criam vida. Descubra agora