Amanda Linhares
Atravessei a porta do quarto da Rebeca ainda incrédula, não acreditava que estava voltando de um encontro com o Diogo. Me arremessei na cama sorridente, querendo gritar de felicidade.
— Conta tudo! — a Rebeca disse animada, pulando do meu lado.
— Foi incrível! — disse animada — Ele é perfeito, sabe conversar e é um amor! — parecia que a qualquer momento eu iria explodir.
— Como foi? Cês fizeram o quê? — perguntou animada.
— Fomos pro mirante do Leblon, daí a gente comeu açaí, fomos pra praia do Pepê e depois a gente foi pra casa dele. — contei animada.
— Peraí, vocês transaram?! — perguntou incrédula — Amanda, eu não acredito!
— Quem transou? — seu irmão entrou no quarto sem bater, querendo participar da conversa — Transou? — me olhou curioso.
— Não! — disse rindo — Gente, pelo o amor de Deus! A gente só viu um filme e depois ele me trouxe.
— Deu mole. — Miguel riu, vindo até nós, deitando na cama também.
— Alguém te chamou? — a Rebeca perguntou o empurrando.
— Ih, sai daí. — disse rindo — Ele pelo menos pagou tua comida? — me olhou.
— Eu nem vi ele pagando meu açaí, levei dinheiro e nem mexi nele. Será que ele me achou interesseira ou acomodada? — me sentei na cama, realmente pensativa sobre aquilo.
— Não, amiga. Foi só um açaí e ele não fez mais que a obrigação dele, ele que te chamou pra sair. — a Rebeca disse rindo.
— Que isso, só comeu um açaí? — Miguel me olhou incrédulo.
— Eu não tava com fome. Se eu comesse muito eu ia vomitar de tanto nervoso. — ri.
— Caralho, duvido! Se eu fosse você tinha falido ele. — disse rindo — Ia pedir tudo o que eu visse. Milho, churrasco, bolo, ih... Esquece! — gargalhou.
— Ninguém é sem noção igual a você. — a Rebeca levantou da cama — Agora sai do meu quarto, a gente ainda tem que dormir. — disse o puxando pelo braço.
— Calma, eu já tô indo. — disse levantando — Chata, mané.
— Vai embora. — disse o empurrando quarto afora.
— Boa noite, Amanda! — ele gritou, bem humorado.
— Boa noite, Miguel! — o respondi, rindo.
A Rebeca fechou a porta e voltou à cama como um furacão, doida pra saber de mais coisas.
— Fala a verdade, transou? — perguntou como se fosse caso de vida ou morte.
— Não. — riu.
— Rolou nada, nadinha? — apertou os olhos.
Gargalhei com sua interrogação.
— A gente quase transou, mas...
— Eu sabia! — bateu as mãos, como se tivesse solucionado o maior caso da sua vida.
— Mas rolou nada além de beijo. — a tirei as esperanças.
— Nem mão boba? — perguntou ainda esperançosa.
— Não. — ri — Mas nem precisou de nada disso pra ter sido perfeito. — suspirei — Rebeca, eu acho que tô gostando dele mesmo. — a olhei.
— Ah... — disse rindo e me abraçando de lado, colando nossas bochechas — Tá apaixonada! — zombou.
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Entre A Paz E O Caos
RomanceUma jovem de dezoito anos, negra, periférica, nascida e criada na favela da Rocinha, localizada na Zona Sul do município do Rio de Janeiro. Com um pai ausente, foi criada sozinha pela sua mãe. Seu maior sonho é ingressar em uma faculdade e sair de o...