História da Rocinha

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Antes de contar a história da Rocinha resumidamente, queria dizer algumas coisas, então lá vai algumas palavrinhas da autora. Bom, primeiramente queria muito agradecer a vocês, leitores (que majoritariamente são meninas), e queria dizer que sem vocês nada disso estaria existindo. Nada dessa história, nada dessas emoções, nada! E queria novamente me desculpar pela milésima vez, quem me acompanha do início sabe que a minha frequência de postagem é bem ruim, a minha rotina me suga e apesar de eu amar esse cantinho, infelizmente ainda preciso dar valor às coisas que me dão retorno financeiro. Aqui é incrível, mas não passa de um hobby, por isso que eu não priorizo 100%. Mas de qualquer forma, amo cada uma de vocês e sou muito grata pelas interações. Cada curtida e cada comentário me aqueceram de formas indescritíveis, muito obrigada.

• História da Rocinha

Agora chegou a parte que as pessoas que não são daqui do Rio de Janeiro estão querendo saber. Afinal, o que é a Rocinha?
Bom, a Rocinha é simplesmente a segunda maior favela da América Latina! Com 70 mil habitantes, perde apenas pra Favela Sol Nascente, que é um setor habitacional localizado em Ceilândia, Distrito Federal. A Sol Nascente tem uma estimativa de 80 mil habitantes. Mas em 2013 a Rocinha já ocupou o primeiro lugar de maior favela da América Latina.
Inicialmente, antes de ser habitada por milhares de pessoas, a Rocinha era literalmente uma roça. Sim, era uma grande fazenda que fornecia em grande quantidade produtos pra Zona Sul do Rio de Janeiro. Mas essa parte eu não vou me aprofundar, não é tão interessante e não tem a ver com o enredo do livro.

• O Narcotráfico

A Rocinha já teve oito chefes do tráfico desde 1980, mas os mais marcantes, sem dúvidas, foram Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha, e o Rogério Avelino Silva, o Rogério 157.
Resumidamente, Rogério 157 era braço direito de Nem da Rocinha na época que a favela ainda era dominada pela facção criminosa Amigos Dos Amigos, popularmente conhecida como A.D.A. Eles eram inseparáveis, amigos de verdade, só que discordâncias sobre os valores provenientes do tráfico começaram a criar atrito entre eles. Porém apenas em 2011, quando Nem foi pego por polícias do Batalhão de Choque, Rogério se declarou inimigo número um de Nem e se aliou ao Comando Vermelho, mais conhecido como C.V. ou C.V.R.L. para os mais íntimos. Rogério Avelino, sucessor de Nem, ao mudar de facção expulsou todos os familiares do seu antecessor da favela, incluindo Danúbia de Souza Rangel, esposa de Nem, conhecida como Xerifa da Rocinha.
Decorrente dessa desavença, em 2017 ocorreu uma guerra na Rocinha a mando de Nem que mesmo preso ainda tinha contato com amigos que estavam do lado de fora do Presídio Federal de Porto Velho, em Rondônia, onde está preso até hoje. Nessa mesma guerra, Rogério 157 acabou sendo detido por Policiais Civis e seus sucessores, Gênio e Bambu, ficaram em seu lugar. Mas não demorou muito pra Gênio ser afastado tendo em vista que ele tratava os moradores de forma extremamente hostil. Johny Bravo foi posto em seu lugar e assumiu a comunidade junto de Bambu, que também é conhecido como Goiabada. Porém, Goiabada/Bambu perdeu forças ao lado de Johny, que comanda a Rocinha de forma exímia e inteligente.
Com vocês, o relato de um Policial Civil que por várias vezes participou de operações pra tentar capturar Johny Bravo:

"Johny Bravo é um dos piores traficantes de quem eu já tive notícia. Durante a guerra da Rocinha entre o Nem (Antônio Francisco Bonfim Lopes) e o 157, Bravo e os seguranças dele foram os únicos que não saíram da comunidade. Mesmo com a intervenção do Exército e aquela quantidade toda de policiais, ele encontrou uma forma de permanecer na comunidade. É um traficante que tem uma cabeça de “empresário” e de “guerra” ao mesmo tempo, o que é meio difícil de se ver. Geralmente, eles são um ou outro, mas Bravo tenta unir os dois lados. Johny é o tipo de bandido que não posta nada, não gosta que tirem sua foto, é reservado e meio neurótico com o corpo. Gosta de malhar. Em cada um de seus esconderijos há uma mini academia de ginástica."

Esse é um relato real! Quem tiver dúvidas ou achar que eu inventei, só pesquisar no Google que vocês acham muito mais relatos desse criminoso bárbaro.

• Sobre o livro

Sim, o Johny Bravo da Rocinha não é invenção da minha cabeça, ele realmente existe na vida real e neste momento está na Rocinha. A sua morte em meu livro é completamente fictícia, ele não morreu e do jeito que ele é extremamente ágil e inteligente, está bem longe de morrer ou ser preso. Cada traço sádico e narcisista dele não foi invenção, ele de fato é assim, cruel e vaidoso. Traficantes que eu citei nesse livro com o nome de Piranha, Doca, Abelha, Catatau, Das Mulher, Chapisco e Jota de fato existem na vida real, sendo Doca, Urso e Piranha do Complexo do Alemão.
Mas Lpê, Mauzão, Nonato, Baratão, Jacaré, Gordo, CL, Da Nike, AK, Jhonathan, Manuela e outros que eu não citei na lista de cima são apenas personagens fictícios. Eles não existem na vida real e foram somente inspirados em traficantes e pessoas não tão próximos de mim.

• Sobre os protagonistas e antagonistas.

Bom, eu colocaria imagens de como os personagens são pra mim, mas a graça de um livro é você imaginar a aparência dos personagens e não já tê-las montadas em mente. Então eu só irei explicar a construção dos personagens, falar um pouco mais da essências deles e afins.

Amanda Linhares de Sá → A Amanda foi inspirada em diversas amigas e colegas minhas que são negras e obstinadas, grande parte dessas amigas sonham com a UERJ ou já estão dentro da UERJ, então eu compactei todas e fiz uma só pessoa. Meiga, estudiosa por obrigação e medo do fracasso, frágil e forte.

Diogo Novais Mancini → O Diogo foi inspirado num homem inexistente. A essência dele sempre existiu na minha cabeça, um homem comum, simpático, neutro, amoroso com todos que o cercam e que sabe separar o profissional do pessoal. E sendo sincera, é o meu sonho encontrar um homem assim, então descrevi o homem dos meus sonhos nesse personagem tão querido. Seus traumas foram inspirados em traumas reais de meus familiares e conhecidos militares, compactei todos eles e fiz um só pra pôr no Diogo.

Felipe Ribeiro Pessanha → O Felipe foi inspirado em um menino que fez o ensino médio comigo. Não vou citar nome de escola, nem nome desse colega e nem nome da favela que ele é, mas irei contar sua história resumidamente. Esse menino era traficante, ninguém da escola sabia mas eu descobri e não falei nada pra ninguém, pra minha segurança. Apesar dos pesares, ele gostava de estudar, era muito inteligente e sempre chegava na semifinal da OBMEP, Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas, mas nunca ia pra final porque pra ir ele precisaria dos documentos dele pra viajar de avião já que a última etapa é em outro estado. Pra manter a descrição máxima e pra que ninguém tivesse acesso aos documentos dele ou pudesse investigar sobre a vida dele, ele sempre desistia de ir. Porém, mesmo ele sendo exímio em física e matemática, ele também era muito sádico, sombrio e não gostava de fazer amizades na escola. Depois de um tempo houve uma guerra de facções um pouco perto da nossa escola e foi aí que todos descobriram sobre ele, mas ninguém se atreveu a perguntar algo.
As poucas palavras que eu troquei com ele, percebi que ele não era uma má pessoa, só estava num caminho errado. O sonho dele era virar Fuzileiro Naval, mas por ele ser o que era, ele nunca cogitou muito esse sonho por ser um pouco fora da realidade dele. Hoje em dia não tenho notícias dele, nem sei se tá vivo, mas eu jamais esquecerei da imagem dele porque além de inteligente, ele era muito bonito e chamava a atenção de todos da minha escola, até a minha. Então, pra criação do Felipe, tirei a parte nerd dele e deixei só a parte sádica e ruim. A parte nerd e sonhadora foi pro CL, de uma pessoa só eu consegui fazer dois personagens.

• Considerações finais

Quem leu até aqui, comenta "🙋🏽‍♀️" pra eu saber!
Enfim, eu sou anônima como perceberam, mas se quiserem saber quem estar por trás desse enredo que modéstia à parte, foi muito bem pensado e desenvolvido, podem me chamar no privado daqui mesmo e pedir meu Instagram, eu passo sem problemas algum, só não quero deixar aqui por causa da exposição. E mais! Se quiserem saber como é a cara dos personagens pra mim, lá no meu insta eu vou mandar os perfis que me inspiraram a imaginar eles.
Obrigada por terem lido tudo e até a próxima história que sinceramente não sei se vai sair, mas eu espero que um dia saia. Um beijo!

(Esse livro continuará aqui, porém será corrigido. Nada mudará, só os erros que sairão de uma vez por todas. 😊)










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