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Malia acordou atordoada, não sabia a quanto tempo esteve inconsciente, tudo que se lembrava eram dos últimos minutos que ficou frente a frente a L em uma realidade de 1980.

- Bom dia. - A voz irreconhecível soou em seus ouvidos.

Bem, era L.

A37 tomou um momento para observar ao seu redor, estava presa a uma cadeira metálica, em uma sala branca com não muito mais que uma janela de vidro a sua frente. Pelo pouco que pôde perceber, imaginou não estar mais na realidade virtual criada por L, pressumiu que estivesse de volta no mundo real, já que ainda estava com seu uniforme dos jogos e haviam machucados por sua pele.

- Pensei que havia dito que eu estava morta. - A37 lhe respondeu com desdenho.

- Você vai está, sua morte tem data marcada.

- Estou lisonjeada. - Malia sorriu falsamente.

- Aprendeu palavras novas? - L fingiu surpresa.

- Parece que viajar pelas suas realidades bizarras serviu de alguma coisa. - A37 engoliu a seco. - Até aprendi novos nomes para te chamar.

- "Vagabunda? "Psicopata? "Cadela?" - Nada que alguém já não tenha me chamado antes. - L caminhou calmamente até um balcão, pegando uma seringa que havia sobre ele. - Mas de qualquer forma, você está certa, deixar você viajar entre as realidades que criei serviu de muita coisa.

Malia observou L se virar de frente para ela, lhe encarando com aqueles olhos vazios, que mesmo com tamanha semelhança ao olhos reais de um ser humano, eles nunca chegariam nem perto de demonstrar humanidade.

- Porque agora, você vai voltar a ser o rato de laboratório que sempre foi. Sinto muito por você mas não temos espaço para envolvimento sentimental aqui dentro.

- Duvido muito que você seja capaz de expressar qualquer sentimento. - Malia lhe encarou firmemente.

- Pois é querida, é o meu signo. - L fingiu suspirar. - Agora, vamos começar te desconectando de Scott.

Medo e surpresa tomaram conta da face de A37.

- Por que? - A37 engoliu a seco, com os olhos arregalados. - Minha conexão com Scott não seria um bom experimento pra você?

- Talvez, mas Scott me pediu para fazer isso. - A máquina deu de ombros.

- Por que ele pediria isso?

- Bem, pergunte para ele, bem atrás de você.

Malia se virou rapidamente, finalmente percebendo a pequena janela de vidro atrás dela, se deparando com Scott, sentado em uma cadeira de aço com os olhos fixados nos seus, ele não estava preso como ela, tinha seus cotovelos apoiados nos joelhos enquanto lhe encarava cabisbaixo.

- Scott! - Ela se debateu inutilmente. - Scott, porque?! Porque quer se desconectar de mim?!

Ele desviou o olhar para baixo, e logo depois esfregou seu rosto com as mãos, sem ter coragem de voltar a encara-la.

- Scott?! Scott porque quer fazer isso?! - Malia gritou em desespero, mas ele sequer lhe olhava. - Por favor, me responde!

Suas palavras foram em vão, porque ele nem mesmo levantou o olhar quando L se aproximou, e injetou algo em Malia que a apagou completamente.

...

A37 acordou lentamente com uma suave luz invadindo seus olhos, junto ao som de turbinas se afastando enquanto erguia seu tronco, era o som das areonaves das máquinas que voavam no céu.

Malia não demorou a perceber que estava deitada sobre o gramado do Resort, vestia o uniforme azul marinho e haviam dezenas de jogadores ao seu redor, todos despertando atordoados.

Cristais de Vidro - Scalia 2Onde histórias criam vida. Descubra agora