26. Zabat

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HAYSE ZABAT 

Antikythera, Grécia.

13 de dezembro de 2018

ANOTAÇÃO EM DIÁRIO

Manhã
  Estou tão empolgada de finalmente poder ir para Artrópota! Já escrevi tantas vezes aqui sobre esse lugar... A ideia de haver uma ilha inteira com duas cidades e uma universidade superpoderosa que ainda não explorei me excita intensamente. Quero viver tudo o que eu puder viver (e talvez o que não puder também). Nada vai ficar sem respostas!

  Claro, a situação em si poderia ser melhor. A parte menos atrativa disso tudo é ter conhecimento de todo o sofrimento dos sobreviventes enlutados por seus entes. Ainda assim, não deixo de enxergar uma oportunidade real de começar a exercer o que realmente quero como profissão: a psicologia. Soube que há um centro para tratamento psicológico em Ártiko e mal posso esperar para visitá-lo.

  Viver no subterrâneo de uma ilha com certeza intensifica esse meu sentimento desbravador. Não há muitas opções de entretenimento em Antikythera, especialmente quando seus pais vivem para administrar esse porto tamasiano. É daqui que partem as trilobitas carregadas de mantimentos e materiais diretamente para Tâmasus e Artrópota e contamos com cerca de 200 funcionários artro-tamasianos, que a esta altura, já partiram para lá. Todos corriam perigo aqui, então, por hora, é melhor nos mantermos em Artrópota até a situação se estabilizar.

  Serão algumas horas debaixo d’água na viagem mais emocionante nesses meus 18 anos de vida. Vamos partir em poucos minutos, por isso não escreverei tanto, mas espero completar esse caderno com histórias entusiasmantes sobre todas as minhas futuras aventuras.

Cladire Feminina, Academia Artrópode Artêmesis, Ilha de Artrópota.

13 de dezembro de 2018

ANOTAÇÃO EM DIÁRIO

Noite
A primeira impressão que tive não foi das melhores, claro. Há luto e incertezas por todos os cantos, mas não quis me abster muito a isso. Tive ótimas primeiras impressões de rapazes muito atraentes, embora tristes. Um em especial me chamou atenção: tem cabelos pretos e olhos azuis, é alto, corpo atlético e jeito tímido, um tanto protetor, pelo visto. Usava roupas simples e práticas e seus traços fortes se uniam harmonicamente a seu jeito suave. Até salvou um garoto de uma baita surra. Ele estava no mesmo setor continental que eu, então pude repará-lo bem. Assim que acabamos com as Fichas, todos os recém chegados se dirigiram para o auditório a fim de ouvir as longas e lamentosas palavras do Tropo Superior Tuski. Depois, nós garotas nos dirigimos até um casarão que contrasta em traços modernos e arcaicos que mais parece um hotel: o Cladire Feminina. Meu quarto é o número 45 do quarto andar.

  Aquela garota, a de cabelo azul, despertou minha atenção. Preferiu se isolar das outras meninas, mas não a julgo, tendo em vista o local que escolheu para isso: o deque. As duas mansões (Cladire Feminina e Cladire Masculina) são uma ao lado da outra, sendo separadas por uma distância de cerca de 1km. Ao fundo, um charmoso lago se sobressai, unindo as duas mansões. Duas plataformas saem do fundo de cada casa e quase se encontram lago a dentro, a não ser por uma distância de cerca de 20 metros. Se um garoto e uma garota chegarem aos deques de suas respetivas plataformas, poderão, mesmo num tom alto, conversar tranquilamente.

  E é lá que Bianca estava, sentada, com os pés quase a tocar o lago. Me aproximei e ela me olhou de canto de olho. Tentei puxar assunto, mas só levei foras e mais foras, até que voltei pro quarto. Parece uma garota revoltada, intensa... Espero que convivamos mais.

  Optei por me tornar Artrópode, mas pretendo conciliar os estudos de psicologia aos treinos marciais. Como já disse, quer o viver tudo o que eu puder viver.

  E o que não puder também.

Artrópota: Árvore-MármoreOnde histórias criam vida. Descubra agora