30. Anel Brilhante e Surpresa!

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DIONÍSIO DI SAULO

Cladire Masculina, Academia Artrópode Artêmesis, Artrópota.

15 de janeiro de 2019. 

Manhã
  Estou aproveitando ao máximo o tempo livre que tenho antes de as aulas começarem, mas isso não me faz menos ansioso para estudar a disciplina artrópode, ainda mais agora, que tenho uma ótima equipe para isso. Acabamos de retornar do café da manhã e estamos dando um tempo na sala para voltarmos a encontrar as meninas. Está uma manhã agradável e o som do lago atrás de nossa casa torna tudo mais terno.

  Jhonnata conseguiu trabalho como recepcionista no Cladire Mare, quase como um porteiro. Ele é responsável por liberar a entrada e saída dos moradores de lá, mesmo sendo todos Tropos e outros funcionários. Os pais de Jade e Vítor também estão lá, para se manter mais perto dos filhos. Os de Hayse se instalaram numa generosa casa no litoral de Ciarta e estão sempre por aqui para trabalhar e ver a filha.

  Jhonnata também tem acesso ao pessoal da secretaria, onde também chegam as correspondências. Ele me ligou agora pouco dizendo que uma carta havia chegado para mim. Estranho. Quem me mandaria algo assim?

— Então, quem mandou? — pergunta Matthew, impaciente, ao me ver com o envelope em mãos.

— Parece um tipo de convite, mas é escrito à mão...

— Estranho ainda haver isso por aqui.

  É uma clássica caligrafia característica de uma única pessoa. Sentamos na Praça da Aliança e começo a ler para meus amigos:

  “15 de janeiro de 2019, Ilha de Artrópota.

 Queridos Dionísio e amigos,

 Não posso esconder a minha alegria e satisfação em ver vocês juntos e se dando tão bem. Acompanhei o crescimento de meu estimado sobrinho até esse momento decisivo de sua vida, e espero que cresçam juntos pelos próximos 4 anos. Peço perdão pela espionagem, mas não pude deixar de segui-los e apreciar o repentino interesse que tiveram pela casa de minha falecida esposa. Por uma distração, me atrapalhei entre as latas de lixo e prejudiquei a exploração de vocês, ainda que inoportuna e inconveniente.

  Gostaria de convidá-los para uma visita à minha casa hoje às 14h. Sigam até o quilômetro 3 da estrada que liga Artêmesis a Ártiko. À direita da placa de sinalização “km 3”, vocês encontraram um pequeno barranco e uma trilha em seu fim, que adentra a floresta. Sigam por ela e sejam pontuais, pois os esperarei.

  Peça também para seu amigo Matthew trazer aquele anel interessante que o acompanhou na viagem da América até nossa companhia.

  Atenciosamente, Mr. Gabriel Klock.”

BIANCA FRANCO

Arredores de Élopo, Ilha de Artrópota.

Tarde
— Ainda acho que ele quer ferrar com a gente por ter invadido aquela casa — digo, impaciente. — Certo, andar três quilômetros não é tanto, mas quando vamos finalmente pegar nossos veículos?

— Quando acabarem as aulas de direção e conseguirem suas carteiras. E ele não vai ferrar com a gente, meu tio é muito legal, vocês vão ver.

  Jade parece incomodada:

— Por que ele seguiu a gente daquela maneira? Se não fosse pelas lixeiras, nem saberíamos que havia alguém ali além de nós, e isso é muito estranho.

Artrópota: Árvore-MármoreOnde histórias criam vida. Descubra agora