Cara Metade

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Encararam a fachada animada do Instituto. A logo era um círculo contornado de preto, como o que ambos agora carregavam em seus pulsos direitos, com o círculo cromático dentro brilhando e aparecendo gradativamente, fazendo o Instituto parecer mágico, de alguma forma.

 A logo era um círculo contornado de preto, como o que ambos agora carregavam em seus pulsos direitos, com o círculo cromático dentro brilhando e aparecendo gradativamente, fazendo o Instituto parecer mágico, de alguma forma

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Liam nunca pensou que seria esse o primeiro lugar que iria com sua Alma Gêmea. Toda essa situação estava entre seus melhores sonhos, que consistiam em ter uma Alma Gêmea e o amor que sempre almejou, e os seus piores pesadelos, onde ele também era um Imemorado.

Ele tinha uma Alma Gêmea, o que anulava seu pior pesadelo, mas não tinha o amor que sempre almejou, o que também anulava seu melhor sonho. E estar preso no meio disso com algum hippie maluco era, no mínimo, frustrante.

— Olá, meu nome é Lili, sejam bem-vindes ao Instituto Cara Metade. Como posso ajudar? — Foram recepcionados por uma moça ruiva usando roupas sociais e um sorriso simpático, que para Liam parecia mais uma maître do que a recepcionista de uma instituição de pesquisa.

— Boa noite. Nós somos... hã... a Chuva Cromática de agora há pouco foi a nossa Chuva. — Ótimo, oralidade também não era um ponto forte dele.

A moça analisou com mais atenção o casal destoante na sua frente e adquiriu uma postura mais séria. — Oh, ótimo, estávamos esperando por vocês. — Finalmente a postura de alguém que trabalha em uma instituição de pesquisa, sua chefe realmente estava certa, a postura dos funcionários é a primeira impressão de uma empresa. E a primeira impressão é a que fica, não é mesmo? — Por favor, esperem ali. — Apontou para as cadeiras ao redor de um pequeno jardim, que se destacava no meio da construção completamente branca por ter cores vibrantes e incontáveis, todas as cores do círculo cromático e algumas misturas.

No entanto, Liam preferiu analisar a arquitetura do local, deixando sua Alma Gêmea ir pra lá sozinho, já bastava o silêncio desconfortável que tinha se instalado na caminhada até o Instituto. E pensar que ele achava que não fecharia mais a boca quando encontrasse o amor da sua vida, o destino é realmente cruel.

A imponente construção parecia ainda maior do lado de dentro, a recepção ficava do lado direito e o jardim do lado esquerdo. Depois deles e praticamente no centro, tinha uma construção que incluía o famoso elevador de vidro da instituição e uma pequena... piscina? Era obrigatório, por lei, todos os estabelecimentos terem uma claraboia e um lugar para a Chuva se acumular, mas sempre algo pequeno, discreto. Liam achou muito estranho que parecia uma pequena piscina, mas isso podia ter relação com o fato de ser uma instituição de pesquisa sobre a Chuva.

O que não tinha relação com nada era o fato de que agora estava cheia de água perfeitamente dividida entre amarelo e vermelho, não se misturando em nenhum ponto.

Ele engoliu em seco, esperando que eles soubessem o que aquilo significava e que o ajudassem a entender o porquê a deles foi desse jeito. Por que não sentiu nada quando olhou para o homem tatuado de cabelos pretos e olhos âmbar, vestido com uma blusa social branca com pequenos alienígenas em verde néon e só abotoada em três ou quatro botões no meio? Qual a utilidade de uma blusa social se não for abotoada corretamente? Pelo amor de Eros, ele conseguiu quebrar toda a seriedade que as roupas sociais passam e como se não fosse suficiente, ele ainda estava usando um short de elástico... verde e não qualquer verde, verde néon e chinelo, chinelo! Ele era o quê? Surfista? Estava vindo da praia, por acaso? Só pode. É a única explicação plausível para alguém se vestir assim no fim de tarde de uma quarta-feira e ir pro centro da cidade. E o pior de tudo! Uma bolsa carteira verde musgo absolutamente ridícula! — Senhores? — Lili limpou a garganta. — Por favor, me acompanhem.

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