Cap. XIV - Emergência familiar

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A manhã de quinta-feira em Hogwarts estava animada. Estudantes se apressavam para sentar nas mesas para o café de manhã, enquanto professores rondavam o salão principal. Um burburinho de apostas e indagações sobre o resultado do jogo de Quadribol era o plano de fundo do café da manhã.

O jogo seria acirrado: Grifinória versus Sonserina. O time da Grifinória iria jogar, pela primeira vez, com os novos jogadores escalados. Entre eles, Ronald Weasley, como goleiro. Harry continuara com a sua posição de apanhador e capitão do time.

-Aposto 10 galeões que o Weasley vai desmaiar no primeiro tempo.

Uma garota comentou, em um tom maldoso, ao lado de Sarah na mesa do café da manhã. Algumas meninas gargalharam e fecharam a aposta. Sarah suspirou. Ela não planejava se envolver na conversa, mas, não tinha outro lugar para sentar na mesa.

Depois da sua briga com Draco, Sarah havia se afastado e mudado de lugar. Draco, por sua vez, continuara sentando sozinho e lançando olhares frios para Sarah sempre que podia. Orgulhosos demais para conversarem, Sarah e Draco permaneciam em um impasse silencioso e indiferente.

Um assobio fez com que os alunos levantassem as cabeças em direção ao teto de Hogwarts: o correio estava chegando. Como sempre, dezenas de corujas romperam o ar com cartas, pacotes e até vassouras embrulhadas. A coruja de Sarah era um animal branco com olhos dourados. Ela era sossegada e elegante, não fazendo muito alarme como as outras.

A coruja deixou uma carta cair nas mãos de Sarah e lhe deu uma piscadela ao rodopiar pelo ar em direção à saída. Sarah sorriu e reconheceu o envelope lilás: sua mãe havia lhe escrito. Porém, ao ler as palavras da sua carta, o sorriso de Sarah desapareceu. Seus pais haviam regressado de uma missão do Ministério da Magia com péssimas notícias e precisavam que Sarah voltasse para casa imediatamente. 

Embaixo da sucinta explicação, a mãe de Sarah deixou uma autorização para ser entregue à Professora Minerva McGonagall solicitando o retorno da garota.

Sarah piscou algumas vezes antes de se levantar. Tinha a impressão de que algo ruim estava acontecendo com a sua família. Com pressa, Sarah deixou a mesa da Sonserina e caminhou até McGonagall para lhe mostrar a carta e a autorização. A professora também se espantou, mas não fez comentário algum. Com delicadeza, McGonagall pediu que Sarah arrumasse suas coisas e se dirigisse para a portaria do castelo onde pegaria o trem para Londres.

De canto de olho, Draco Malfoy observou a movimentação e a expressão de Sarah. O garoto cerrou os punhos, ferindo as palmas das suas mãos com frustação. Ele queria correr até Sarah e perguntar o que ocorreu... Mas, não podia. Draco tinha a certeza que havia magoado Sarah e não sabia como se desculpar ou contar a verdade sobre seus sentimentos. 

O garoto estava em um beco sem saída.

-

Sarah fora recebida pela sua mãe na porta da sua casa. Sua mãe, Agatha, era uma mulher de meia idade, cabelos loiros e olhos cor de chocolate. Ela era carinhosa, inteligente e sempre estava com um prato de panquecas na mão e um livro embaixo do braço. Sarah sorriu ao sentir os braços de sua mãe ao redor dela.

-Minha querida, que bom que chegou para o jantar!

Agatha disse, conduzindo Sarah gentilmente para dentro da casa. Antes de fechar a porta, ela lançou um feitiço de proteção no jardim. Sarah encolheu os ombros e deixou seu malão de Hogwarts próximo ao cabideiro.

Um cheiro delicioso vinha da cozinha, junto com risadas e conversas animadas. A mãe de Sarah parecia assustada, com olhares preocupados e sorrisos fracos.

Quando Sarah chegou à cozinha, fora abraçada pelo seu pai e sua madrinha. Seu pai, um sujeito alto e robusto, tinha olhos azuis e cabelos loiros. Suas bochechas ficavam vermelhas com uma frequência admirável. 

O Acordo e o Segredo de Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora