Cap. XXVII - Nosso tempo acabou

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Os dias depois do Natal se alastraram rapidamente, como neve que cai em solo verde. Draco Malfoy já tinha a sua confirmação: Dumbledore não estava morto. Ainda sem entender, quem tomou o líquido da garrafa envenenada foi Ronald Weasley.

Ao ser levado para a enfermaria pelo professor Horácio Slughorn e Harry Potter, Dumbledore examinou a garrafa e descobriu que se tratava da mesma magia do colar entregue por Katie Bell.

O plano de Draco havia falhado, novamente. O garoto se sentia frustrado, ansioso e com raiva. Quanto mais Draco ansiava pelo fim do seu pesadelo, mais inconvenientes surgiam no seu caminho.

Era sexta-feira de manhã, quando Draco levantou da cama de Sarah. Com um olhar sentimental, Draco cobriu Sarah com uma manta xadrez e esticou os braços. Se sentindo arrasado, Draco caminhou até o banheiro.

Suas olheiras estavam mais intensas, resultado das noites em claro que ele experimentava. Draco estava no ápice da sua preocupação e se sentia sem saída. Uma batida na porta fez com que o garoto se virasse.

Ao abrir a porta do quarto de Sarah, Draco encontrou Ollie sentado no chão do corredor. Ao reconhecer seu dono, Ollie avançou em direção à Draco e fez uma referência. Contra sua vontade, Draco puxou a carta que a coruja segurava no seu bico.

-Draco? Quem é?

Sarah perguntou com a voz sonolenta. Draco escondeu a carta nos seus bolsos e deu de ombro com irritação.

-Uma garota pediu seu caderno para a aula de Poções.

Ele respondeu fingindo uma indiferença que não sentia. Seu coração martelava e Draco sabia que a carta não significava algo bom.

-Mas... Tão cedo?

Sarah perguntou novamente.

-Volte a dormir, meu amor. Está tudo bem.

Draco completou, tentando controlar sua expressão de susto. Sarah assentiu enquanto Draco se trancava no banheiro. Com as mãos trêmulas, Draco reconheceu o papel de carta da sua mãe e sua caligrafia impecável. 

"Nosso tempo acabou."

Um grito de raiva ficou preso na garganta de Draco. Com a respiração irregular, Draco se vestiu e saiu do quarto com pressa. Ele não conseguia... Explicar o que estava sentindo.

A sensação de ter falhado o invadia. Draco sentia a raiva inflamar em seu corpo, como uma febre se expandindo. Voldemort... Já estava no castelo? O armário estava funcionando? Por Merlim, Draco precisava encontrar Dumbledore logo.

Sem ideia do que fazer, Draco correu até o refeitório principal procurando pelo diretor de Hogwarts. Quando Draco se aproximou da mesa percebeu o olhar de Harry voltado para ele... Seguido pelo olhar de uma menina de cabelos morenos. Katie Bell.

Harry e Katie Bell estavam conversando. Harry piscou com irritação e Draco soube, naquele momento, que Harry desconfiava dele.

Com os pensamentos confusos, Draco se virou e correu em direção às escadas do corredor Norte. Ele não tinha para onde ir. Sua vida estava em risco. E o seu tempo tinha acabado.

Draco desviou de alguns alunos e desapareceu pelo corredor até o banheiro dos monitores. Como era de se esperar, o ambiente estava vazio e silencioso. Draco correu até a pia e puxou seu suéter. Ao encarar seu reflexo no espelho, Draco chorou baixinho. 

Suas mãos agarraram a pia com força. Draco se sentia desesperado. Como ele iria matar Dumbledore? E se Voldemort o matasse? 

-Eu sei o que você fez, Malfoy.

O Acordo e o Segredo de Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora