Cap. XIX - Reveja suas prioridades

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Draco Malfoy ajeitou os botões do seu terno preto ao sair da lareira na sua mansão. A sala, tão conhecida pelo garoto, estava fria e silenciosa. Os móveis ricos em detalhes de ouro e prata continuavam nas mesmas posições fazendo Draco se questionar a sensação incômoda que sentia ao voltar para casa.

Talvez fosse, porque, estivera ignorando as cartas da sua mãe durante a semana. Ou talvez porque há algumas horas atrás estivera na companhia de Sarah, o que fora maravilhoso, até ele receber uma carta na floresta proibida. 

"Vá para casa. Imediatamente." Essas foram às palavras cunhadas por Narcisa Malfoy, revelando um contraste entre a sua urgência e a delicadeza da carta.

Draco, sem dizer uma palavra para Sarah, a conduziu pela floresta proibida até o castelo de Hogwarts. A quietude de Draco sobre o conteúdo da carta fora suficiente para evitar que Sarah fizesse perguntas. A garota apenas o abraçou e beijou sua testa, pedindo para que ele tivesse cuidado.

Quando Draco se lembrava desse momento, uma onda de amargura corroía seu coração: ter cuidado? Com o que? Ele já era um Comensal da Morte... Não tinha como ser pior que isso.

Com um suspiro, Draco caminhou em direção à sala de jantar. O ruído dos seus sapatos no chão de mármore iria denunciar sua presença na Mansão Malfoy. Ao chegar à sala de jantar, Draco encontrou sua mãe e seu pai sentados na longa mesa preta.

Draco limpou a garganta e se aproximou de seus pais. Narcisa Malfoy o abraçou, graciosamente, e passou a mão pelas suas bochechas pálidas. 

-Obrigada por ter vindo.

Narcisa disse em um tom trêmulo. Draco assentiu e dirigiu o olhar para seu pai, que o cumprimentou com um aceno de cabeça. Essa era a primeira vez, desde a fuga de Azkaban, que Draco e Lucius ficavam no mesmo cômodo. 

O cabelo de Lucius Malfoy estava mais cumprido e sua face também continha arranhões. Como sempre, Lucius segurava seu cetro de prata em uma mão, enquanto agarrava um copo com a outra.

-O que era tão importante?

Draco perguntou. Narcisa olhou de relance para Lucius, como se esperasse pela sua confirmação, antes de prosseguir dizendo:

-Precisamos saber como estão as suas tarefas.

Lucius fixou seu olhar em Draco franzindo os lábios com desaprovação. Ele não entendia qual a dificuldade de Draco em matar Dumbledore. Essa era a sua única missão e Draco ainda estava hesitante sobre ela.

-Eu já tenho outro plano. Semana que vem irei conseguir finalizar tudo.

Draco respondeu. Um nó estava se formando no seu estômago seguido por uma onda de ansiedade. O coração do garoto batia de forma desgovernada em seu peito. Ele só queria ir para casa. Ir para Hogwarts.

Lucius bateu o copo com o líquido vermelho na mesa produzindo um estralo na sala. Narcisa ignorou o comportamento do seu marido e disse, calmamente, para Draco:

-Draco, nós não temos muito tempo. O quanto antes você conseguir finalizar a sua tarefa, será melhor para nós. 

Narcisa concluiu com um tom maternal. Ao encontrar o olhar desesperado de Draco, um sorriso fraco surgiu em seus lábios como sinal de apoio. Ela havia percebido o quanto havia errado com Draco, mas, era tarde demais. Sua única saída era tentar protegê-lo, mesmo que isso significasse fazer um voto perpétuo com Severo Snape.

-Não seja fraco, Draco.

Lucius grunhiu de maneira autoritária. Draco sentiu a raiva borbulhar em sua garganta... Ele queria responder seu pai, mas seria inútil. Desde criança, Lucius arbitrava as ações de Draco e ele não tinha a chance de se defender.

O Acordo e o Segredo de Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora