O tempo é relativo. As lembranças dos corredores de Hogwarts haviam sido substituídas por destroços. Enquanto Sarah Kinsella e Draco Malfoy libertavam os Sonserinos, os outros comensais invadiam a escola.
Um cheiro de queimado, misturado com fagulhas de explosões, provocava lágrimas e gritos nos alunos. Voldemort não havia entrado no castelo: ainda esperava por Harry Potter na floresta proibida. Mas, sua presença também não era necessária.
Seu exército havia cumprido a missão de matar metade do corpo estudantil da escola. Por onde se olhasse, bruxos disparavam feitiços em duelos. A definição de caos era aquele momento. A enfermaria estava destruída, então os alunos carregavam seus colegas feridos até o salão principal.
Sarah destapou a boca e deixou que um berro ecoasse pela sua garganta. O ruído das paredes sendo explodidas era ensurdecedor e apavorante. O castelo estava cedendo, mas os alunos não. Todos lutavam: crianças, professores, adolescentes e funcionários.
Sarah se encolheu de medo ao pular pelos tijolos de uma parede do pátio. Todos se agitavam freneticamente ao redor dela, mas Sarah sentia o mundo em câmera lenta. Seu coração martelava de desespero e ela só pensava no que queria proteger. Dentro de si mesma, em seu ventre. Um bebê, fruto do seu amor com Draco Malfoy.
Se antes havia alguma chance de escapar, esse momento passara. Não era possível aparatar em Hogwarts, um feitiço havia sido lançado. As saídas secretas já estavam bloqueadas pelos escombros. Todos estavam encurralados e prestes a enfrentar mais uma tropa do exército de Voldemort.
A jovem se aproximou do salão principal, ou do que restava dele, e procurou com o olhar seus pais. Quando o cheiro pungente de fogo chegou as suas narinas, Sarah se apoiou na parede e curvou seu corpo. Em sua mente, um filme de terror era projetado. Onde Draco Malfoy estava?
-Mais uma traidora na vida dele.
Sarah ouviu uma voz trêmula disparar para ela. A jovem se virou e encarou Ginny Weasley com a varinha apontada para a sua direção. Sarah sorriu por uma fração de segundos até compreender que a frase havia sido dita para ela.
Por um momento de tensão insuportável, Sarah refez seus passos. Mas, era tarde demais. Ginny lançou um feitiço e jogou a varinha de Sarah longe. Sarah se perguntou se Ginny havia lhe confundido com o inimigo. Mas, então se lembrou... Ela era o inimigo.
-Como você ousa vir até aqui? Depois de tudo que fez contra Harry?
Ginny berrou com as mandíbulas cerradas. Sarah tentou se agarrar em uma parede, mas a mesma cedeu fazendo com que seus dedos atravessassem os cascalhos.
-Ginny... Eu não sei o que você acha que eu fiz, mas...
-Calada!
A ruiva se enrijeceu ao lançar mais um feitiço contra Sarah. Sarah perdeu completamente o ar ao ser arremessada em direção ao corredor lateral do salão principal. Suas costas bateram no chão frio e ela tentou se levantar, mas Ginny fora mais rápida.
-Você é uma deles desde quando? Você foi na nossa casa, Sarah! Quando estava namorando Harry e... Você passava as informações de Harry para Voldemort?
Ginny gritou com fúria. Sarah tentou raciocinar o que a ruiva dizia, mas as palavras pareciam densas. Como se ela estivesse escorregando na lama.
-Eu nunca traí Harry! Ginny, eu libertei Harry da Mansão Malfoy! Draco não o entregou à Voldemort.
Sarah balbuciou com ansiedade. Três estampidos soaram sucessivamente fazendo com que Sarah e Ginny pulassem de susto.
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O Acordo e o Segredo de Draco Malfoy
FanfictionUm segredo por um acordo. Sarah Kinsella acreditou ser a melhor solução para recuperar o amor perdido de Harry Potter. Fingir um namoro com Draco Malfoy pouparia o segredo descoberto por ela. Um segredo que não era simples ou fácil de ser compreendi...