O Acordo e o Segredo de Draco Malfoy

Cap. XLI - A reunião final

Draco Malfoy havia feito um esforço extremo ao contar para Sarah Kinsella sobre o seu destino como Comensal da Morte. Porém, nenhum esforço se comparava ao que ele tinha que fazer para se convencer de que Sarah estaria segura durante as reuniões com Voldemort.

Uma grande parte de Draco desejava poder fugir com a garota. E tomado por isso, Draco se permitia imaginar uma vida longe da Mansão Malfoy. Mas, a sensação de conforto que essas imagens lhe traziam, rapidamente eram substituídas pela sua preocupação constante.

Draco não poderia proteger Sarah para sempre. E seus pais ainda estariam na Mansão seguindo as ordens de Voldemort. O jovem tinha a certeza de que se fugisse com Sarah, seus pais morreriam como vingança pela sua traição. Era um beco sem saída e Draco estava cansado de se sentir encurralado.

Seu único respiro era estar ao lado de Sarah. De alguma maneira, a garota tornava tudo mais fácil. Talvez seja essa a beleza do amor, afinal. Enxergar as pétalas em algumas situações... Ao invés de focar nos espinhos.

-Sarah, você está com a sua varinha?

Draco perguntou com um tom de voz preocupado. A garota prendeu seus cabelos loiros em um rabo de cavalo bagunçado e lhe lançou um olhar divertido.

-É a segunda vez que você pergunta isso, Malfoy. Eu estou com a minha varinha e... - Sarah deslizou suas mãos pelos ombros tensos de Draco - É só mais uma reunião.

Draco fez uma careta e continuou a pressionar as teclas pretas do seu piano. Ele havia descoberto que Sarah se alegrava ao ouvi-lo tocar... Então, todos as noites Draco se sentava no piano próximo à janela e tocava uma canção.

Draco gostava da maneira como Sarah o encarava. Como se ele fosse o ser humano mais especial do planeta.

-Se ele ousar tocar em você, novamente... Eu juro que...

Draco murmurou com irritação. Voldemort não havia visto Sarah depois da última reunião, onde ela fora marcada. Alguns dias depois, Draco constatou que Voldemort mexeu nas memórias de Sarah por prazer. Pelo simples prazer de lhe causar dor.

-Draco, ele não vai me machucar. Está tudo bem.

Sarah sussurrou ao perceber a tensão na voz de Draco. O loiro respirou fundo e pressionou mais uma vez as teclas com precisão. Sarah se deixou guiar pelo som suave e encostou sua cabeça no ombro de Draco em aconchego.

Alguns minutos se passaram até o relógio marcar meia noite. Estava na hora da reunião.

Com graciosidade, Draco se levantou do piano e colocou seu braço ao redor do corpo de Sarah. Em proteção. Mas, em medo. Um medo latente de Voldemort tirar a única pessoa que ele fora capaz de amar.

Os jovens caminharam abraçados em direção à sala de jantar onde as reuniões aconteciam. Um ar sombrio se destacava na atmosfera da sala que estava mais escura que o regular. Draco se sentou ao lado de Lucius e Narcisa.

Seus pais lhe lançaram um olhar aflito, mas Draco pareceu não notar. Sua cabeça latejava de ansiedade. Em sintonia, Sarah agarrou sua mão embaixo da mesa e esfregou seus dedos com carinho. A jovem sorriu e um sentimento intenso invadiu o coração de Draco.

Por Merlin, essa garota. Draco pensou ao devolver o sorriso para Sarah.

Os outros comensais se posicionaram na mesa em silêncio. Sarah e Draco eram os mais novos entre os bruxos, o que revelava o quanto de suas juventudes eles estavam perdendo.

Um barulho agudo surgiu no outro extremo da sala, seguido pela figura de Voldemort se aproximando. Instantaneamente, Sarah sentiu um arrepio de agonia. Voldemort havia lhe torturado há algumas semanas quando a marcou. E Sarah podia estar bem fisicamente... Mas ainda era assombrada pelas memórias.