⌘ Missão ⌘

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Draco Malfoy

Essas férias de Natal foram tão ruins quanto eu imaginava que seriam. Quando cheguei à estação de King's Cross, minha mãe e meu pai me esperavam com aquelas caras frias de sempre, mas nem minha mãe sorriu e me abraçou como sempre faz. Senti na hora que teria problemas.

- Boa tarde, Draco! Fez uma boa viagem? - Perguntou meu pai debochado.

- Sim, pai! Obrigado! - Respondi seco.

- Vamos embora então! - Pediu minha mãe.

Saímos e até em casa nada foi dito. Sabia que a partir do momento que entrássemos em casa eu seria severamente castigado. Eu conseguia sentir a preocupação da minha mãe de longe, como uma energia me sugando.

Quando entramos na mansão dos Malfoys, meu pai não perdeu tempo e me lançou uma maldição de Cruciatus e senti uma dor terrível me assolar. Eu ouvia de longe meus gritos misturados ao choro de minha mãe. Minha vista estava embaçada, * Meus próprios ossos pareciam estar em fogo; minha cabeça, sem dúvida alguma, estava rachando, meus olhos giravam descontrolados em minha cabeça; eu só queria que aquilo terminasse, que eu perdesse os sentidos, que eu morresse. *

A dor passou tão rápido quanto ela veio. Eu estava no chão, respirando com dificuldade e me sentindo humilhado. Pude ver que eu tinha chorado e estava todo suado. O que mais me deixa angustiado é que a maldição Cruciatus só pode ser lançada por quem realmente quer ferir a outra pessoa. Meu pai queria me ver sofrer, me sentir humilhado, ele conseguiu.

- Esse é seu castigo por ter sujado o nome dos Malfoy. - Disse seu pai friamente.

Senti minha mãe segurar meus braços e me ajudar a ficar de pé. Olhei pra ela, mas ela desviou o olhar rapidamente.

- O Lord das trevas o espera, Draco. - Disse minha mãe baixinho no meu ouvido.

- Ele está aqui? - Perguntei e notei pânico em minha voz.

- Sim, está! Veio vê-lo. - Respondeu cético.

- É melhor não fazê-lo esperar. - Disse meu pai.

Fiz um breve aceno de cabeça.

- Onde ele está? - Perguntei.

- Na sala de estar! - Respondeu minha mãe.

Olhei para sala, respirei fundo e entrei.

Lord Voldemort estava virado para a lareira e a seu lado estava Nagini, sua cobra. Nagini me observava como se estivesse pronta para dar o bote quando seu mestre mandasse. Lord das trevas estava com sua varinha na mão e se virou quando ouviu eu entrar. Ele abriu seu sorriso que o deixava com uma cara estranha.

- Draco! - Disse abrindo os braços esperando um abraço.

Eu odeio tudo isso! Caminhei até ele que me acolheu estranhamente em seus braços. Eu não esperava esse tipo de acolhimento depois do que fiz. Com certeza virá algo por aí.

- Lord, gostaria de pedir desculpas pelo... - Mas não consegui terminar porque ele me dispensou com um gesto.

- Não vim pessoalmente por isso. Tenho uma missão para você. - Disse olhando com um sorriso sinistro no rosto.

Eu estava esperando por aquilo. Só não sei se estou preparado. Não sei se quero fazer isso. E se eu tiver que fazer algo contra o Potter? Dane - se o Potter! Porque eu estou pensando nele?

- Claro, milorde. - Falei meio inseguro.

- Espero que não me decepcione Draco. Será sua prova de fidelidade. - Disse muito friamente.

Fiz um leve aceno de cabeça para confirmar o que ouvi. Estou me sentindo enjoado.

- O que irei te pedir vai precisar ser executado com calma e cuidado para que ninguém suspeite de você. - Ele fez uma pausa e olhou para mim espalhando pelo rosto seu sorriso diabólico.- Preciso que você mate Dumbledore! - Disse calmamente.

Devo ter ficado assustado porque ele começou a gargalhar ferozmente e os pelos do meu braço se arrepiaram inteiro. Ele não poderia estar falando sério, como que eu iria fazer isso dentro de Hogwarts? Acho que irei vomitar.

- O que me diz ? Acha que consegue? - Perguntou debochando de mim.

Fiz a única coisa que poderia fazer para não morrer aqui e agora.

- Sim, milorde. - Respondi baixo.

- Ótimo! Agora sobre seu relacionamento com meu inimigo, espero que prove que está do meu lado Draco, ou... - E então Nagini se aproximou de mim pronta para dar o bote.

- Milord, fizemos uma aposta e eu teria que fazer ele se apaixonar por mim e depois destruir o coração dele. A aposta já foi cumprida, não tenho mais nada com ele. Potter me odeia tanto quanto antes.

- E você o odeia? - Perguntou sério agora.

Claro que não.

- Odeio com todas as minhas forças. - Disse com ódio.

Ele se aproximou e colocou seu dedo em minha bochecha e aparatou, me deixando sozinho na sala. Assim que ele sumiu eu vomitei. Vomitei até perder as forças. Ninguém veio me ver ou saber se o Lord das trevas tinha me matado. Peguei um copo de água que estava na mesa e o bebi inteiro. Me sentei no sofá e fiquei pensando porque nasci nessa família.

Eu amo meus pais, mas se eu pudesse, escolheria viver outra vida. Como raios eu iria matar Dumbledore, o maior bruxo de todos os tempos? Eu estou fudido mesmo!

Como eu gostaria de estar passando as férias na escola, talvez agora estivesse na sala Precisa com Potter. Estaríamos curtindo um ao outro e eu poderia estar beijando sua boca tão macia e quente. Meu coração acelerou e minha boca ficou seca. Como eu poderia estar excitado depois de tudo que aconteceu? E porque raios eu estou pensando em Potter? Devo ter perdido o juízo mesmo!

Conjurei um feitiço de limpeza e fui para meu quarto. As férias demoraram muito a passar e eu fiquei a maior parte do tempo no meu quarto. Meu país não me perguntaram o que Lord das trevas falou comigo, provavelmente sabiam bem o que ele me disse. Devem ter escolhido juntos minha missão especial.

No último dia de férias quando estava descendo minha mala para ir para estação, meu pai me parou na escada.

- Draco, sei que você está com raiva, mas preciso pedir para cumprir a tarefa que lhe foi designado. Estamos dependendo de você! - Ele falou olhando dentro dos meus olhos.

- Sim, senhor! - Foi o que consegui dizer.

- Ora Draco, não seja infantil! - Respirou fundo - Já sabe o que irá fazer? - Perguntou com irritação.

- Claro que não, pai! Nunca planejei matar ninguém. - Disse seco.

- Vamos pensar em algo que não envolva diretamente você. - Disse tentando me tranquilizar.

Claro, como se mandar um bolo envenenado não fosse a mesma coisa que matar ele com um Avada Kedavra.

- Sim, senhor!

Meu pai girou os olhos e depois me olhou muito seriamente.

- Espero que não me decepcione, Draco!

A que maneiro! Agora tenho que fazer isso para honrar minha família. Espero que Lord das trevas esteja certo no seu plano e discurso. Porque se perdemos, eu to ferrado.

Depois disso eu não lembro de muita coisa. Minha cabeça estava tão cheia de pensamentos que só reparei que tinha chegado em Hogwarts quando a carruagem parou à porta do castelo. Olhei para aquela escola que muitas vezes era mais minha casa do que a mansão onde eu morava. Respirei fundo e desci da carruagem descido a cumprir minha palavra. 

Apostando no Amor [NÃO FINALIZADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora