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- Alô, Rantaro? - falei com tom de tédio no telefone.

- Oi, amor! Já chegou em casa?

- já cheguei sim. - respondi, dando um longo suspiro.

- O que foi? Aconteceu alguma coisa?

- ehh... você pode vir aqui, por favor?

- Já tá com saudade de mim? Que fofo.

- Só vem logo. E, se prepara pra perder o bom humor.

- por quê?

- Só vem logo, tchau.

Larguei meu celular na cama. Já que eu não teria nada melhor pra fazer até Rantaro chegar, decidi ir tomar banho. Na porta do banheiro dava para ver a zona que meu quarto estava. Droga.

Eu tinha arrumado anteontem....

Quem veio aqui poderia PELO MENOS sair sem deixar RASTROS.

revirei os olhos, e tranquei a porta do banheiro. Tomei banho, e troquei de roupa. Foi o tempo de ouvir a campainha tocando umas 20 vezes em menos de 1 minuto. Desci as escadas correndo, e abri a porta.

Rantaro estava quasse esmurrando a pobre campainha.

- S/n, você tá ficando surda? Eu toquei aqui umas mil vezes!

Eu não respondi. Só continuei olhando para ele com total cara de tédio.

- aconteceu alguma coisa? - ele perguntou entrando, trancando a porta, e colocando uma mochila em cima do sofá.-  Você tá com cara de que não dorme desde semana passada.

Arrastei ele pela mão até meu quarto. Ele arregalou os olhos, e deu um leve apertão na minha mão.

- Meu pai do céu. O que aconteceu aqui? - ele perguntou, entrando no meu quarto, e fechando a porta.

- não sei.

- como assim, não sabe?

Suspirei em resposta, me jogando na cama.

- alguém veio aqui em casa.

- O quê?

- Isso mesmo.

- de novo?

- de novo.

- Como? - ele perguntou, deitando ao meu lado.

- como eu vou saber? Eu tenho cara de ser Enola Holmes por algum acaso?

Escorei a cabeça no peito dele, querendo morrer ali mesmo.

- você tá tão cansada disso como eu. Você pode ficar lá em casa se quiser, é claro. Posso abrir boletim de ocorrência mas, por favor, não fica assim, S/n.

Suspirei em resposta, encarando o teto.

- quer ajuda para arrumar isso tudo? - Ele perguntou, passando os dedos pelo meu cabelo.

- Por favor.

Ele sorriu em resposta, levantando, me puxando pela mão.

- hm... o que é isso? - ele pegou o porta retrato quebrado. Era a última coisa que eu queria que ele visse nessa vida. - ah... - ele viu a foto.... riscada. Ele estava com medo, e eu sabia disso. Mas, como não estar?

- eu também não sei.

Ele largou o porta retrato em cima da escrivaninha, voltando a atenção para o meu armário.

- até pra fuçar no teu guarda roupa? Quem é o retardado por trás disso?

- Não sei, não quero saber, e tenho raiva de quem sabe. - respondi, dobrando uma camiseta.

- Quer que eu arrume tudo aqui? Vai comer alguma coisa. Já é.... meio dia. - ele disse, vendo a hora no meu celular.

Ele ergueu uma sobrancelha, e pegou meu celular, que estava em cima da cômoda.

- O que foi?

Ele desbloqueou a tela.

- Acho que um psicopata em formação te mandou mensagem.

- o que?

Era mensagem de Shuichi.

- ei! Não fala assim dele.

- O que ele quer?

- ele só perguntou se eu vou no baile hoje à noite.

- ele já sabe que tu vai, iupiiii, pronto, acabou. - ele desligou meu celular, largando na cama.

- Ei!

- Que foi? Esse garoto parece ser seu cachorro, S/n. Acho que hoje ele aparece com uma coleira com o seu nome.

- Cala a boca. - eu respondi, dobrando outra camiseta.

- "Pise em mim S/nnnnnnnnnnn, por favor, S/nnnnnnnn" - Rantaro disse numa tentativa horrível de imitar a voz de Shuichi.

- Minha nossa.

- O que foi? Ficou tão ruim assim? - ele perguntou, colocando algumas coisas em cima da escrivaninha, e guardando algumas roupas no guarda roupa.

- ficou horrível. - eu respondi, colocando minha luminária de volta na cômoda, sentando no colo de Rantaro.

- Terminamos. - ele disse, abraçando minha cintura, com a cabeça escorada no meu ombro.

- terminamos.

- Vai se vestir que horas?

- não sei.

- Quer fazer alguma coisa?

- Sei lá, tanto faz. Você quer?

- Hmmm..... já sei! - ele respondeu, pegando meu celular.











ᴍᴀɴɪᴀᴄ!Onde histórias criam vida. Descubra agora