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- Nada, ué. Curiosidade.


- Certo, eu não sei. Ele largou as garrafas aqui, e sumiu.


Rantaro estava escorado em uma parede, com um grupinho de garotas se formando na volta. Ele literalmente não dava a mínima pra nenhuma delas. Vez ou outra ele dizia ''eu já namoro'', ou algo parecido.

- dramático ele, não? - Angie comentou, comendo alguma coisa, e jogou um papel no Kokichi, que estava quase dormindo.

- ah, tadinho do neném. Dorme cedo, Kokichi? - Angie perguntou, rindo da cara dele.


- Durmo. 


- Deixa ele, Angie.


- Para de defender ele, S/n. Ele tem que estar pronto para o mundo lá fora.  E o macho degenerado, como está? - Angie perguntou, se referindo à Rantaro. 


- Não fala dele assim.


- Você reclama mas não vive sem ele, né? - ela perguntou. 


- Cala a boca.


- Deixa ela, Angie. Kokichi disse,  escorando a cabeça no meu ombro, e quase dormindo sentado. 


- Quer que eu vá falar com o seu boi? 


- Pra que? Pra dizer que eu quero terminar com ele?


- exatamente.


Ouvi o diretor anunciar a última música. Já eram onze da noite.


- Mas agora, falando sério. Vai falar com ele. - Angie disse.


- Não era você que queria que eu largasse ele?


ela deu de ombros.


- Eu falo com ele no carro.


Can't help falling in love tocava nas caixas de som. Se Rantaro não queria estar aqui antes, agora ele queria menos ainda, e isso era claro.


- Para de olhar pra ele, S/n. - Angie reclamou.


- hm? Eu não estou~


- tá sim. - Kokichi respondeu.


- não estou não.


- tá sim. 


- Não.


- sim.


- Dane-se. - Angie reclamou, jogando um guardanapo na minha cara. - O baile já tá quase acabando, falando nisso, devolve o casaco pra ela, Kokichi.


 Kokichi olhou para o meu casaco- que ele ainda estava usando - e olhou para Angie de novo. 


- Não. Eu gostei dele. 


- Devolve pra ela.


- Não.


- Pode ficar, Kokichi. Cor de rosa e renda fica bem em você.


- Claro que fica. Eu sou lindo. E, muuuuito obrigado, S/n-Chaaaaaaaaannnnn~


- Ele tá ridículo. 

- Cala a boca, Angie!


Rantaro apareceu na porta da cozinha. Pelo visto, várias pessoas já estavam indo embora.


- Ah.... eu vou indo. Tchau, Kokichi! Tchau, Angie!


 - Tchau, S/n... - Angie respondeu, encarando Rantaro, provavelmente pensando em como fazer ele engolir cimento ali mesmo.


- Tchau, S/n-Chan!! Obrigado pelo casaco!! - Kokichi respondeu sentado na bancada, balançando as pernas, e sorrindo.


sorri em resposta, e segui Rantaro até o estacionamento.


Sentei no banco do carona de Christine. Rantaro ainda não tinha dito uma palavra sequer.


Rantaro dirigia pelas ruas agora silenciosas da cidade, mesmo sendo sábado. Acho que eu peguei um pouco pesado com ele. Afinal, ele só queria saber se eu estava bem.


- Desculpa.


- Hm?


- Desculpa por hoje mais cedo. Eu... falei sem pensar.


Rantaro suspirou.


- Não tem problema. 


- Tem. Tem sim. Eu sei que você só queria me proteger, não queria que nada de ruim acontecesse comigo, e.... me desculpa.


Ele sorriu de canto.


- Não tem problema. Só de ficar por uma hora e meia sem falar com você, eu achei que ia morrer.


- Idiota. Não foi por você não. Eu só não quero que seu carro me atropele durante à noite.


Rantaro riu da minha piada ultra idiota.


- Christine só matava quem perturbava o Arnie, S/n. Você não me perturba.


- Arnie pensava a mesma coisa sobre Dennis. Porém, Christine não pensava assim.


- Me desculpa também. Eu fui bem idiota. 


- Não tem problema.  Agora, manda seu carro não me matar. 


- Não mata ela, Christine. - Rantaro disse, rindo. - eu te amo, S/n.


Sorri em resposta. 


- Eu te amo também.




ᴍᴀɴɪᴀᴄ!Onde histórias criam vida. Descubra agora