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- Sim? - Shuichi apareceu do ALÉM sentando ao meu lado. Rantaro só revirou os olhos, e pegou minha mão, olhando para a chuva que batia nas janelas.


- Monitora a partida, e não deixa a Angie trapacear. - Kokichi disse, olhando desconfiado para Angie.


Shuichi deu de ombros, escorando o rosto na palma da mão.


- O que eles estão fazendo exatamente? - Shuichi murmurou.


- Apostando. - Se o Kokichi ganhar, ele ganha 15 dólares. Se a Angie ganhar, Kokichi diz de quem ele gosta.


- Ah... espero que ele ganhe. E, como está nosso filho?


- Filho? - Rantaro perguntou. - Que filho?


- O dinossauro de pelúcia que fica na minha cama. - respondi.


- Filho??


- Depois, Rantaro, depois.


Ele suspirou, levantando, e saindo da cafeteria.


- Que cara chato. - Shuichi disse, tirando o boné da cabeça. Angie arqueou uma sobrancelha, provavelmente surpresa por vê-lo sem o boné.


- Não fala assim. Ele só é...


- Ciumento? Ele é chato. Irritante e insuportável.


- Okay, okay, deu. E, nosso filho está bem.


- AH NÃO. - Angie berrou. - NÃO, NÃO, NÃO, NÃO!


- O que foi? - perguntei.


- ELE GANHOU! QUE DROGA!


Kokichi estendeu a mão para ela, sorrindo, que apenas jogou a nota na palma da mão dele.

- Obrigado, Angie. - Kokichi respondeu, sorrindo.

- Você me paga, moleque.

- Na verdade, não. Você perdeu, não tem o que fazer. - eu respondi.

Ela me ignorou, escorando o rosto na palma da mão.

- S/n, tem comida? - ela perguntou.

- Deve ter alguma coisa no meu armário.

- Vou lá pegar. Kokichi, vem comigo.

Os dois levantaram, deixando Saihara e eu sozinhos.

- Então... como vai?

- Bem... - ele respondeu. - e você?

- Bem também. Então... os professores te estranharam em te ver depois de tanto tempo?

- Sim... alguns acharam que eu tinha saído da escola. - ele respondeu, olhando pela janela.

Novamente, tive o privilégio de ver o quão bonito Saihara conseguia ser sem ao menos se esforçar.

- Eu sei que eu já disse isso, mas você fica bonito distraído.

- Você tem problema de visão? Eu não sou bonito.

- É. É sim.

- Não.

- Uhum. É sim. Enfim, vai na festa da Kaede?

- Você vai?

- Vou, Rantaro não quer ir sozinho.

- Então eu vou.

- Que bom! Vai ser bom te ver lá.

Ele sorriu em resposta.

- Então... como vai o seu... namoro?

- Ah, vai bem. - respondi, tamborilando os dedos na mesa. - Você toca piano. Né?

- Um pouco.

- Eu quero ouvir um dia.

- VOCÊ quer me ver tocar?

- Claro!

- Nossa. Alguém como você~

- Não começa com essa. Não se rebaixa. Você é incrível.

- Não sou não. Olha você, S/n! Você é... mais que perfeita.

- Não é pra tanto. Você tinha que enxergar como você é, Shuichi!

- Não... pensa bem, eu nunca chegaria aos seus pés.

- Para... - respondi, pegando a mão fria dele. - você é muito melhor que eu, em MUITOS aspectos.

- Não...

- Uhum. Vou fazer você ver isso um dia.

- Se você insiste... - ele respondeu sorrindo, acariciando minha mão.

Ouvimos alguém pigarrear atrás de nós.

ᴍᴀɴɪᴀᴄ!Onde histórias criam vida. Descubra agora