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Peguei uma muda de roupas no armário, e fui para o banheiro me preparar.

Meu celular começou a tocar estupidamente alto.

Era uma ligação de Shuichi.

- Alô?

- Bom dia, S/n! Aconteceu alguma coisa?

- Não... por quê?

- Eu te liguei 7 vezes.

- Ah... desculpa... eu não vi a notificação...

- Sem problemas, só fiquei preocupado.

- Ah, certo... - Respondi, penteando meu cabelo em frente ao espelho. - Já pode vir, se quiser... eu já estou pronta.

- Okay!! - ele respondeu empolgado. - Já estou indo!

- Okay! Até.

Desliguei o celular, e coloquei na cômoda. Arrumei um pouco meu quarto, e sentei na cadeira da penteadeira, tentando parecer apresentável. Já eram seis horas.

Ouvi um barulho de buzina lá fora. Corri até a janela. Shuichi já tinha chegado.

Peguei o celular, descendo as escadas. Abri a porta, tranquei, e abri a porta do carona.

- Bom dia!

- Bom dia, S/n! Tudo bem? - ele respondeu, enquando eu colocava o cinto e fechava a porta.

- Claro! E você?

- Melhor agora. - Ele respondeu baixo puxando a aba do boné para baixo, o rosto levemente vermelho, pisando no acelerador.

-  Hm, bom saber! - Eu respondi, tirando o boné da cabeça dele, colocando na minha. - que tal?

Ele abafou uma risada.

- O que foi? Ficou tão ruim assim? - Eu perguntei, ajeitando o boné na cabeça.

- Não, muito pelo contrário... ficou muito.... bem em você...

- Obrigada, vou ficar assim até o fim do dia.

ele mordeu o lábio abaixando por impulso a aba agora inexistente do boné.

- Ha, otário. Agora é meu.

Ele dobrou a esquina, olhando para mim com cara de surpresa e inocência. A cara que se vê em uma pessoa que descobre ser cornado por quem ama.

- Ah, desculpa. Fiquei com dó de você agora. - eu respondi, colocando o boné de qualquer jeito na cabeça dele.

- Obrigado. - ele respondeu, sorrindo. - Já escolheu o nome do nosso filho?

- Hm?

- Do dinossauro de pelúcia.

- Ah.... ainda não. Que tal.... Shumai?

- Quê? - ele perguntou, arqueando uma sobrancelha.

- É fofo... espera... Shumai combina com Shuichi, não?

- Não. - ele respondeu, com o rosto um pouco vermelho.

- E, até hoje eu não te dei apelido...

- Nem precisa...

- Hmmmm..... Shumai...?

- O que foi?

- Já tá atendendo por apelido?

- N-nã-n-não! E-eu só~

- Bem fofo. - Eu respondi, apertando a bochecha dele.

- Para, S/n. - ele disse, com o rosto mais vermelho do que nunca.

- Ah, desculpa, Shumai~ - Eu respondi, escorando o cotovelo na porta do carro, abafando uma risada.

- E você? Não ganha apelido?

- Não. Eu só tenho uns que o Rantaro me dá aleatoriamente.

- Hm. Aquela coisa irritante de "amor", "princesa" e coisas do gênero?

- Não é irritante.

- É sim.

- Vai me dizer que nunca chamou a Kaede de "amor"?

ele abaixou a cabeça, mordendo o lábio. Pelo visto, eu toquei num assunto não muito agradável.

Um clima extremamente pesado recaiu no carro. Shuichi apertava o volante com força, deixando os nós dos dedos vermelhos. A respiração pesada, a aba do boné cobrindo o rosto.

- Desculpa...

- Tudo bem. Não é culpa sua. - ele respondeu com a voz mais baixa que o normal, estacionando o carro.

- Certeza? Não queria te fazer~

- Não tem problema. - Ele respondeu limpando a garganta, saindo do carro e fechando a porta.

Saí atrás dele.

- Então, o que quer fazer primeiro? - Eu perguntei, abraçando o braço dele.

- Pegar o dinossauro.

- Você realmente quer esse dinossauro, hein? - Eu perguntei, seguindo ele em passos acelerados até a tenda que tinha o tal dinossauro.

ᴍᴀɴɪᴀᴄ!Onde histórias criam vida. Descubra agora