Capítulo 23- Porto seguro

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Oi, pessoal. Desculpem a demora da atualização. mas, é que voltei a trabalhar essa semana e o tempo está curto, por isso, peço que tenham paciência comigo que vou atualizando conforme consigo. Espero que gostem de mais este capítulo e me deixem saber de suas opiniões por meio de seus comentários tão estimulantes. Beijos, vou corrigir depois, obrigada por tudo.

ANNE

Era um dia comum, ou pelo menos deveria ser já que nada mudara na rotina de Anne que a seguia minuciosamente sem quebra de regras, mas algo dentro dela tinha mudado. Estava feliz? Tinha medo de dizer que sim, e tudo ser tirado dela como em um piscar de olhos. Coisas boas quase nunca aconteciam com ela, e nos últimos tempo estava vivendo em uma montanha russa de sentimentos inconstantes, e a única coisa certa e alentadora era o que estava sentindo por Gilbert, e ainda assim ela temia até onde tal emoção a podia levar.
Deus! Aquele homem era tudo, sem exagerar nessa sua afirmativa. Ele tinha o rosto mais bonito que já tinha visto, um corpo másculo que escondia por trás de suas roupas brancas de psiquiatra músculos de dar inveja a qualquer outro homem, e acabar com a sanidade de qualquer mulher.

Ele a deixava tonta com seu sorriso, e sabia usar aqueles lábios tão bem fosse com palavras ou com beijos que a deixavam enfeitiçada em dois minutos na companhia dele. Anne não tinha muita experiência com homens, e o único de quem fora íntima a tinha usado da maneira mais perversa possível, mas, ela imaginava que era assim que uma mulher apaixonada se sentia, elevada, envolvida, completamente mergulhada em um encantamento fora de medida.
Ela estava tentando ir devagar. Não queria beber demais daquela fonte e acabar se afogando como acontecera com Roy, mas Gilbert era diferente, não era? Pelo menos era o que seu coração dizia toda vez que pensava nele, e acreditava nele, pois confiança sempre fora o ponto que ligara os dois desde o início, e Gilbert era seu ponto de apoio e conexão consigo mesma, e não queria perder isso, não podia perder.

Naquela manhã, Anne voltara a pintar e estava ocupada com a figura de um coração. Ela o desenhara com asas, representando assim a liberdade que sentia dentro de si, não completamente conquistada, porque algumas correntes ainda a prendiam às suas mágoas e desilusões, mas era uma liberdade que Gilbert a estava  ajudando a alcançar. Eles estavam finalmente juntos, e ter aceitado o que ele lhe oferecia a fizera se perguntar como foi que conseguira fingir que aquele homem era apenas um amigo? Eles nunca foram amigos desde o princípio, e se sentiam atraídos como se tivessem sido moldados exatamente para se sentirem assim um pelo outro. Não falaram de amor, apenas confessaram que se queriam, e isso deveria bastar pelo menos por um tempo.

Anne sabia que o amava, mas, não estava pronta para dizer, pois era algo grande demais para confessar assim de qualquer jeito, e quanto a Gilbert, Anne não tinha a certeza que ele nutria por ela um sentimento tão forte assim, pois como ela, o rapaz também tinha seus traumas e mágoas, e o pior de tudo era que ele já amara alguém, e ela se perguntava se ele estaria disposto a se abrir de novo para tal sentimento.

Anne olhou para o efeito do vermelho sobre o desenho, acrescentando mais brilho, para que a cor fosse destacada com toda a sua força, pois vermelho era uma cor quente e merecia total atenção para que não se tornasse exagerada, estragando irremediavelmente a pintura. Ela consertou alguns exageros nos contornos, e depois continuou acrescentando alguns detalhes que achou que faltavam em sua obra, ficando satisfeita com o resultado. Estava quase finalizando seu trabalho, quando se lembrou da conversa que tivera com Gilbert na biblioteca dias atrás sobre sua troca de psiquiatra.

Ele não podia continuar como seu médico agora que estavam assumindo um relacionamento afetivo. Isso estava claro como água, e ela compreendia que não havia como fugir disso se quisesse ficar com Gilbert, e ela queria e muito. Faria qualquer sacrifício para estar ao lado dele, mesmo que tivesse que lutar contra sua aversão por falar de si mesma com outra pessoa que não fosse Gilbert, mas, ele lhe prometera que a ajudaria a se adaptar, ou mesmo lhe dando conselhos como antes. Não precisava necessariamente deixar de lhe confidenciar seus medos, apenas os estaria partilhando com mais alguém que não fosse seu namorado.

Broken Hearts-  Anne with an eOnde histórias criam vida. Descubra agora