Broken Hearts- Anne with an e

Capítulo 6- Gotas de esperança

Olá, queridos leitores. Aqui está mais um capítulo de minha nova história. Espero que a apreciem e comentem, pois quero muito saber o que está achando do desenrolar da história. Obrigada por tudo. Beijos

GILBERT

O barulho de música alta da banda que tocava ao vivo ressoava a quilômetros de distância, enquanto luzes de neon iluminavam o ambiente, acompanhada de fumaça perfumada e globos coloridos pendurados no teto que mais davam um aspecto de uma discoteca noturna que uma festa de aniversário supostamente familiar

Sentado em um banco afastado de todos, Gilbert observava a quantidade de pessoas convidadas para a festa aumentar minuto a minuto. Ele tomou um gole de sua coca cola gelada, enquanto se perguntava o que viera fazer ali, sentindo-se completamente deslocado, desejando ardentemente não ter aceitado o convite de Billy Andrews para sua festa de aniversário nada convencional.

Gilbert não se admirava que Billy tivesse planejado um cenário assim para comemorar seus vinte e seis anos. Excêntrico desde criança, seria pouco comum que ele fizesse algo menos peculiar. O amigo adorava criar um clima totalmente adverso entre seus convidados que seria comentado por meses a fio nas redes sociais ou em rodas de amigos. Billy não ligava para o glamour, mas adorava badalações, música alta, burburinho por todos os lados, muita bebida e alegria ao extremo que durariam até o raiar do dia.

Apesar de conhecê-lo a tanto tempo quanto conhecia Moody, Gilbert sequer poderia imaginar que por trás de seus sorrisos fáceis, Billy escondesse um passado familiar sombrio. Ele e sua Irmã Prissy Andrews nasceram em uma família cristã que supostamente seguia à risca os dez mandamentos da Bíblia, e todos os preceitos da igreja a qual frequentavam. Eram vistos como membros distintos da comunidade que frequentavam e bastante estimados por todos que os conheciam.

O pai de Billy era um homem de grande influência, admirado por sua generosidade em engordar os dízimos da igreja tidos os domingos, doando grandes quantidades de dinheiro às coletas do dia, incentivando outros amigos empresários a fazerem o mesmo. Contudo, ninguém acreditaria que aquele homem que todos diziam já ter conquistado um pedaço do céu por sua alma incrivelmente bondosa, praticasse a maldade dentro da própria casa.
Uma pergunta não respondida valia um sonoro tapa na cara. Não comer toda a comida que fora colocado no prato significava três dias de castigo sem alimento nenhum, e falar em tom mais alto que o permitido rendia uma surra que jamais seria esquecida. Sem contar que a mãe de Billy vivia a sombra do marido, enquanto todos a consideravam a distinção em pessoa, tal espírito apagado se devia as constantes surras que levava do homem com quem casara que a transformara em saco de pancadas para suas frustrações.

Viver sobre constante domínio do medo criara um Billy rebelde e uma Prissy feminista. Juntos, eles aprenderam a unir forças e lutar contra o pai violento e proteger a mãe que não sabia fazer isso por si mesma. Isso custou a Billy algumas costelas quebradas, um nariz trincado e pequenas cicatrizes pelo corpo, mas valera a pena quando a mãe cansada de tantos maus tratos, levantara a voz uma única vez para colocar o marido para fora de casa ao vê-lo espancar Billy e Prissy pela centésima vez. A partir desse dia, suas vidas mudaram radicalmente, e a paz viera reinar finalmente entre aquelas paredes que por quase uma década só conhecera a violência, o desamor e o ódio.

No início, o pai de Billy fizera de tudo para trazer sua família de volta para seus domínios, mas fracassara em todas as suas tentativas. Financeiramente ele tampouco pudera prejudicar seus filhos e esposa como ameaçara fazer quando ela não o quisera de volta, porque na verdade toda a fortuna que ele ostentava pertencia a sua esposa que vinha de família ilustre , e como eram casados com separação de bens, não foi nada difícil para ela tirá-lo da posição de presidente da empresa, e colocar sua filha graduada brilhantemente em administração em seu lugar, fazendo do marido um mero assistente júnior, cargo que ele tivera que engolir, pois seu orgulho não permitia que se demitisse e fosse trabalhar em um cargo menor que aquela em empresas que rivalizavam com as de sua família.