Capitulo 60 - Tudo de mim

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Olá, pessoal.  Desculpem me a demora em postar.  A vida está muito corrida, mas aqui está o capítulo.  Muito obrigada por tudo. Beijos.

ANNE

Os passos de Anne mal eram ouvidos dentro da casa da fazenda, enquanto ela caminhava de cômodo em cômodo naquela madrugada. Era o penúltimo dia dela e de Gilbert na fazenda,e ela acordara com uma enorme crise de ansiedade sem realmente saber o motivo. 

Dessa vez, ela não conseguira relaxar como das outras vezes, mas não dissera nada a Gilbert ou ele se sentiria culpado por seu estado emocional não estar tão equilibrado quanto deveria por conta de algumas situações que envolveram diretamente o psiquiatra, mas não era culpa dele se ela estava com sua cabeça ruim naqueles dias.

Parecia mais um instinto de proteção que desenvolvera como se houvesse uma ameaça no ar da qual não conseguia se livrar. Será que se ela contasse a Gilbert a sensação que tinha de estar sendo observada o tempo todo, ele pensaria que ela estava perdendo a razão novamente? Ela tinha medo de estar entrando de novo naquela zona desequilibrada de seus sentidos que a levaram a um colapso interno enorme no último ano. Anne tinha tanto pavor de perder a voz e a consciência novamente, porque agora tinha um serzinho crescendo dentro dela, e por seu filho ela tinha que lutar para se manter lúcida e completamente dona de suas faculdades mentais.

No entanto,  o medo era real, e ela tinha que controlar o pânico toda vez que seu celular tocava ou ela ouvia um sinal de mensagem chegando.  Nos últimos dois dias para preservar sua sanidade mental, ela o deixara desligado, pensando que assim sua mente a deixaria em paz, mas ela simplesmente não conseguia se desconectar da sua atual realidade para mergulhar naquele mundo mágico da imaginação que sempre lhe trouxera conforto. 

Anne tentara pintar, mas sua criatividade não estava tão aguçada para criar algo que valesse a pena, embora tivesse disfarçado bem seu estado de ânimo e não deixado Gilbert perceber que emocionalmente ela não estava nada bem. Lembranças ruins a alcançaram várias vezes em momentos inesperados,  e ela percebeu que isso vinha acontecendo desde o dia do aniversário da morte de Roy.

Aquele homem mesmo depois de morto continuava a fazer estragos na sua vida. Será que algum dia se libertaria dele? De sua influência maldosa , e de toda nuvem se negatividade que ele colocara sobre ela, e que ainda a fazia duvidar de si mesma? O que ela realmente desejava era nunca tê-lo conhecido, pois assim sua vida teria seguido um outro rumo e ela não estaria se sentindo um farrapo humano, sempre no seu limite e a ponto de se quebrar. 

Como não percebera que Roy Gardner era o mal em pessoa? Como o deixara a manipular de tal forma que perdera o controle sobre a própria vida? Será que podia culpar sua carência por amor e sua ingenuidade?  Ou será que fechara os olhos à crueldade de seu ex namorado, porque tinha medo de enxergar o que havia na superfície?

Anne chegou até a escada com mil e um pensamentos rondando sua cabeça, e desnorteada, ela resolveu voltar para o quarto. Quando chegou lá, um olhar para Gilbert dormindo a fez parar na porta e observá-lo. Ele estava deitado de bruços, e vestia apenas uma cueca boxer,  enquanto o resto do corpo estava despido. De onde Anne estava,  ela podia ver a tatuagem de dragão nas costas cheias de músculos que a fascinava sempre que tinha a oportunidade de tocá-la. As pernas estavam levemente separadas,  o rosto apoiado no travesseiro virado para o lado onde ela dormia , e os braços se mantinham eretos ao lado do corpo.  Ele parecia completamente em paz, enquanto sua respiração se mantinha em uma cadência suave. 

Como ela queria aquela paz para ela, aquela tranquilidade que seu noivo transparecia ressoando naquele momento. Anne queria se deitar ao lado dele e roubar um pouco para si a coerência daquele rapaz que era a coragem em pessoa, pois ela se sentia tão frágil naqueles dias, e odiava sua fraqueza imensamente. Lutar contra si mesma era exaustivo, não se entregar à sua loucura era tão difícil,  ela não queria ser tão dependente do afeto de Gilbert para conseguir caminhar com as próprias pernas, mas sem ele, Anne sentia que não conseguiria dar um passo sem fraquejar.

Broken Hearts-  Anne with an eOnde histórias criam vida. Descubra agora