Capítulo 39- Um amor conquistado

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Olá, pessoal, mais um capítulo de broken postado. Espero que o apreciem e me deixem seus comentários. Beijos.

ANNE

Outro dia tinha nascido, e Anne viu os raios de sol passarem pelas frestas da janela como se fossem uma festa de cores brilhando no meio do quarto. Essa era a hora que mais apreciava, desde que fora morar com Gilbert, pois sentia uma alegria espontânea despertar com ela todos os dias junto a um brilho especial que dificilmente abandonava seu rosto nos últimos tempo. Ela sabia agora o que era felicidade, e esperava que tal sentimento continuasse morando em sua vida para sempre, porque não tinha preço poder respirar o ar límpido de toda manhã, e saber que seu coração estava leve e cheio de sentimentos bons.

O homem responsável pelos seus melhores sorrisos dormia a seu lado, e sequer despertou quando os dedos femininos se perderam em seus cachos espessos. Eles estavam ainda no quarto de hotel e voltariam para casa logo após o café da manhã, por isso, ela se apressou em pedi-lo por telefone. Ainda não sabia a que horas seu noivo pretendia sair dali, mas mesmo assim não tinha intenção de acordá-lo naquele instante, pois ainda era muito cedo, e o dia mal começara .

Como não voltaria a dormir, e estava em companhia de si própria, Anne permaneceu deitada, se recordando dos acontecimentos do dia anterior, sua vagem até Green Gables com Gilbert, e os momentos em que passearam juntos pelos recantos de sua infância, dividindo com ele seus anos mais felizes. A fazenda dos Cuthbert sempre seria seu lar permanente, e se um dia precisasse de refúgio, certamente era para lá que iria.

Impaciente pelas horas que demoravam a passar, Anne pensou no que faria até Gilbert acordar, e então, logo uma ideia lhe ocorreu, e resolveu colocar em prática o que sabia fazer de melhor, pegou papel e lápis na mesinha do criado mudo ao lado da cama, e começou a desenhar Gilbert dormindo. Ele era um espetáculo masculino de qualquer jeito, e um modelo lindo também. Já o tinha desenhado de tantas maneiras, e sempre pensava que nenhum de seus desenhos fazia jus a beleza dele de verdade, mas ainda assim ela tentava toda vez a chegar em uma perfeição que a aproximasse da realidade inquestionável de traços sem defeitos esculpidos por mãos divinas.

Deste modo, ela desenhou todos os detalhes do rosto, até mesmo a covinha no queixo que suavizava suas expressões quando ele ficava sério e pensativo, depois Anne se concentrou nos outros detalhes, e quando fez o último traço, o café da manhã chegou, e ela acabou largando o desenho sobre a cama e correu para atender a porta. Em seguida, ela colocou a bandeja caprichosamente arrumada em cima de uma mesinha de canto que havia por ali, e decidiu ir tomar um banho e esperar que Gilbert despertasse já vestida e pronta para partir.

Quando ela entrou no banheiro, e se olhou no espelho de corpo inteiro, foi que ela viu as marquinhas deixadas por Gilbert em seu pescoço na noite anterior e suspirou. Não ficara zangada com a maneira como ele praticamente a atacara quando entraram no quarto, e muito menos julgara sua atitude de forma depreciativa. O noivo nunca fora tão afoito ao beijá-la e tal atitude a pegara desprevenida, trazendo de volta à sua mente coisas das quais não gostaria de se lembrar. Era certo que não havia comparação na maneira como Gilbert demonstrara seu afeto por ela de um jeito intenso demais, com a maneira como Roy a deixara ver seu ódio expressado sempre de forma violenta com uma pitada de deboche sádico cujo intuito era apenas ferir, macular e deixar marcado na pele dela seu desprezo como forma de punição por tudo o que ela era, e também por tudo o que ela não seria a seus olhos.

Gilbert se desculpara por sua atitude impensada, e ainda lhe dera uma prova de amor maior do que as que tivera por parte dele até então, ao lhe explicar que ela tinha direito à escolha se queria aceitar um carinho da parte dele ou não, e que nunca deveria se submeter as vontades de um homem apenas porque era seu parceiro ou no caso dele seu noivo. Foi então que ela notara mais uma vez que homem raro era Gilbert Blythe, que se colocara na categoria de qualquer outra pessoa que agira errado e admitia esse erro, pedindo-lhe perdão da forma mais singela e sincera que alguém incrível como ele poderia fazê-lo.

Broken Hearts-  Anne with an eOnde histórias criam vida. Descubra agora