Capítulo 18- Entre o amor e a amizade

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Olá, pessoal. Estou postando mais um capitulo de broken hearts. Espero que apreciem e me deixem seus comentários, pois eles são muito importantes e me incentivam demais. Beijos. Será revisado depois.

ANNE

Josie estava sentada nem sua sala com uma pilha de relatórios para ler e assinar, mas assim como nos outros dias, desse que Gilbert terminara seu relacionamento ela, não conseguia se concentrar o suficiente naquele trabalho que deveria ser terminado e entregue ao diretor da clínica no fim do dia.

Resmungando algo para si mesma, ela se levantou e foi até a cafeteira e se serviu de uma xícara enorme de café. Precisava de cafeína em seu sangue para animá-la, pois naquele dia se sentia mais morta que viva. Ela foi até a janela e lançou um olhar para a do consultório de Gilbert que ficava localizada exatamente em frente à sua, e suspirou ao ver a silhueta do homem que literalmente pisoteara seu coração parado com as mãos segurando no parapeito. Ele passava um tempo considerável nessa posição nos últimos tempos, pois ela o flagrara assim em vários momentos, porém, naquela época fora ingênua em pensar que ele se posicionava ali apenas para pensar ou olhar a paisagem que não deixava de ter uma vista bonita de sua janela. No entanto, agora ela sabia bem porque ele não saía daquele lugar específico todas as manhãs, e tal constatação a fez ferver de um ódio que não conseguia mais controlar.

Seus olhos castanhos escuros seguiram a mesma direção dos de Gilbert, e logo, ela pôde enxergar quem ele observava com tanta adoração. A pintora ruiva estava no jardim, com uma tela a sua frente na qual trabalhava com bastante concentração. Josie sentiu seu maxilar endurecer da ira que se agitava dentro dela com tanta força, que até seu olhar lançava chispas em direção à garota que naquele instante sequer notava o homem que parecia hipnotizado pela visão dela, assim como não percebia a mulher que passara a detestá-la justamente por causa do mesmo homem.

Sem conseguir deixar de observar a cena, Josie olhou para Anne com mais atenção. Ela vestia um vestido simples cuja estampa destacava sua pele alva, e os cabelos ruivos presos em um coque no alto da cabeça a deixava ainda mais graciosa. Josie não podia negar que a garota era bonita, seus traços delicados se destacavam ainda mais por conta de seus olhos azuis intensos, e suas sardas um tanto infantis, mas não deixavam de ser adoráveis. Ela era esguia em comparação com Josie, que tinha quadris largos e arredondados e seios fartos que atrairiam qualquer homem menos o que ela desejava. A enfermeira não conseguia entender como fora trocada por uma garotinha tão sem sal, enquanto ela era um poço de sensualidade e sabia virar a cabeça de um homem como queria, menos a de Gilbert Blythe que parecia completamente enfeitiçado pela ruiva que jamais poderia dar a ele o que Josie com certeza poderia.

O psiquiatra podia negar o quanto quisesse, mas, Josie os tinha visto pelos corredores, conversando com tanta intimidade que mais pareciam um casal do que médico e a paciente. Havia uma luz na maneira como os olhos de Gilbert encaravam Anne, que ela nunca tinha visto quando eles namoravam. Era um brilho que revelava admiração, desejo e paixão, como se uma energia passasse pelos dois os atraindo um para o outro contra a lei da gravidade, da distância, do universo. Eles não se tocavam, mas não era necessário, porque ela pudera perceber que mesmo quando estavam meio metro longe um do outro, havia uma conexão forte como se apenas se comunicassem por gestos além de palavras, e isso tudo ela observara em menos de poucos segundos mantendo uma distância segura de ambos.

E como doera constatar que perdera seu homem para uma menina que sequer fizera nada para merecê-lo, enquanto Josie lutara por um ano para que Gilbert a enxergasse como mulher e a pedisse em namoro, e ainda era obrigada a ver o sorriso dos dois enquanto caminhavam lado a lado como se não existisse mais ninguém no mundo a não ser eles dois. Era verdade que tanto Gilbert quanto Anne jamais se aproximavam mais do que necessário, como se houvesse um acordo entre os dois de manter sempre um espaço longe um do outro, mas, isso não impedia os olhares, os sorrisos, e isso era outra coisa que a matava por dentro, pois em um ano em que se relacionara com Gilbert, ele nunca lhe dera um sorriso, e agora toda vez que ele e Anne estavam juntos, seus lábios não se importavam nem um pouco em se alegrarem daquele jeito, era um novo Gilbert que estava ali, mas, jovem, e se possível, mais bonito.

Broken Hearts-  Anne with an eOnde histórias criam vida. Descubra agora