Broken Hearts- Anne with an e

Capítulo 41- Além das estrelas

Olá, pessoal. mais um capítulo postado. Espero que gostem e me deixe seus comentários. Beijos.

ANNE

Anne caminhava por entre seus alunos, e observava atentamente cada criação deles com os olhos críticos da artista genial que sempre fora, e se peito se inflava de orgulho ao ver os traços não tão perfeitos, a tinta um pouco borrada, mas havia tanta verdade ali que era impossível não se emocionar ao ver pessoas que até outro dia não tinham quase perspectiva nenhuma de vida, se agarrarem àquela oportunidade como se fosse um recomeço. A arte a salvara, e esperava que pudesse salvar aquelas pessoas também.

Ela estava imensamente grata pela oportunidade de desenvolver um novo talento, pois quando era professora de literatura nunca sentira tanto prazer em ensinar como agora. Talvez porque a literatura sempre fora associada com seu passatempo favorito, e a pintura como medicina para sua alma.

Gilbert tinha grande participação naquela sua empreitada vitoriosa, pois ele lhe dera a ideia, e ela a abraçara com certo receio e insegurança, e após alguns dias ela percebera que não tinha nada a temer, pois tudo o que deveria fazer era deixar seu coração falar por ela, e colocar nas palavras sua grande paixão pela arte. Fora seu noivo que lhe abrira a porta e a incentivara a caminhar com os próprios pés. Fora ele que lhe apontara o caminho, e ela confiara nele o bastante para conseguir trilhar cada milha dele sem desistir. Era verdade que caíra algumas vezes, mas se levantara e seguira em frente, e apesar de não estar emocionalmente cem por cento livre de seus temores, ela pensava que estava se saindo relativamente bem, a comparar aos primeiros dias em que chegara ali catatônica, e vivendo em um mundo paralelo onde não havia nada de bonito do que se lembrar .

Tanto Gilbert quanto Irina costumavam dizer que ela era corajosa, porém, ela não enxergava essa característica em si mesma. Ela vinha superando suas barreiras, porque tinha incentivo para isso, e porque descobrira que seu desejo de viver era maior que qualquer sentimento de destruição que desenvolvera dentro de si naquele período, em que se escondera por trás de um muro de sentimentos negativos que cultivara depois da morte de Roy, e acabara tornando sua própria vida em um circo de horrores que somente a fragilizou e quase a destruiu por dentro.

Sua sorte fora a clínica e depois dela, o amor de Gilbert, mais do que qualquer remédio a vinha curando a cada dia, e transformando todo o deserto que a engolira por quase um ano em terreno fértil e de bons frutos.

Cada dia que passava, ela o admirava mais. Gilbert era um homem de valores sólidos, e vivia por seus próprios parâmetros. Sua ética profissional era irrepreensível, e seus princípios como homem eram inquestionáveis. Era lógico, que como todo ser humano ele cometia erros, e nem Anne esperava que ele fosse perfeito. No entanto, ele era sempre o primeiro a admiti-lo e nunca fugia de suas responsabilidades morais.

Nunca fora tão fácil para Anne amar alguém, e deixar que essa pessoa entrasse em sua vida de maneira completa. No passado, ela fora uma grande solitária, pois confiar em alguém lhe mostrara muitas vezes como era fácil se magoar e se decepcionar, porém, a convivência com Gilbert afastara seu medo de se entregar a alguém de corpo e alma, e o que eles viviam juntos diariamente era uma troca de amor incondicional.

As aulas terminaram no horário previsto, e enquanto ela arrumava seu material, organizando-o cuidadosamente dentro de uma pasta vermelha, passos ecoando na porta da sala a fizeram se virar e encarar seu noivo que acabara de chegar.

Como de costume seu coração disparou, seu estômago se contraiu, e os arrepios familiares que sentia toda vez que os olhos amendoados dele deslizavam por sua figura tomaram conta de cada parte de seu corpo., como se ela se apaixonasse por ele todas as vezes em que se encontravam, e se fizesse as contas, todos os encontros somaram mais de 20 vezes por dia.