Capítulo 52- Lágrimas e descobertas

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Olá, pessoal. Este capítulo é especial. Espero que me deixem seus comentários depois de lê-lo, pois isso me ajuda a continuar escrevendo. Muito obrigada por tudo. Beijos, Rosana.

ANNE

Estava escuro, mas Anne não se importava, pois era sempre para aquela escuridão que voltava quando se sentia infeliz. Ela chorara a noite inteira, depois que Gilbert foi embora em sua última conversa, porque ela se sentia culpada por esconder seu segredo mais importante. Irina a consolara por horas, pedindo-lhe que pensasse no bebê, dizendo-lhe que não podia se estressar, que devia se preocupar com sua alimentação, com suas horas de sono e tranquilidade, mas não conseguia pensar em nada que não fosse em Gilbert.

Ela fora covarde, devia ter contado sobre o bebê ao ver aqueles olhos castanhos tão magoados pelo que sua esposa morta fizera, e apenas uma palavra sua, faria Gilbert sorrir de novo, curaria aquele coração que fora golpeado o mesmo tanto de vezes que o dela.

Mas, tivera medo, ficara apavorada com a ideia de alguém mais saber além de Gilbert. Ela ainda estava recebendo as ameaças e cada vez que seu celular sinalizava a chegada de uma mensagem, seu coração disparava. Anne estava vivendo em um terror constante, e não podia contar a ninguém, pois as últimas mensagens que recebera diziam que se ela contasse para alguém, a vida daquela pessoa estaria em perigo. Assim, ela se calara diante do expressão decepcionada do homem de sua vida, daquele amor que ele sentia por ela, daquele pedido mundo nos olhos de Gilbert implorando para que voltasse para ele, e daquela sensação especial e maravilhosa de estar nos braços da única pessoa que já possuía seu coração completamente.

Definitivamente, Anne não estava bem há exatos dois dias. Além da gravidez que a incomodava com os enjoos matinais, sua alma estava agonizando mais uma vez. Levantar naqueles dias era um sacrifício, mas, ela o fazia para não preocupar Irina, que tinha que deixá-la sozinha para ir trabalhar. Anne fingia que não estava tão mal assim, mas, era óbvio para qualquer um que visse seu rosto pálido, que ela não estava em seus melhores dias.

Por esta razão, assim que Irina saía para ir a clínica, Anne voltava para a cama, e passava lá o dia todo. Às vezes, a ruivinha conseguia ir até o jardim, e ficava sentada lá por horas, se lembrando de seu passado distante e também o mais recente, no qual tinha alcançado um tipo de felicidade que pensara nunca ser possível. Gilbert lhe dera tudo o que uma mulher sonhava em ter, e ela tivera que virar as costas para todos os sonhos que construíra em sua mente naquele período.

A solidão a estava consumindo lentamente, e a única coisa que a salvava de entrar em um processo de depressão profunda era o bebê com quem ela falava o tempo todo. Aquele pequeno ser que lhe dera o maior susto no início, era seu único e mais forte apoio para não chegar no fundo do poço mais uma vez.

Era o filho de Gilbert, e pensar nisso a deixava extasiada. Eles fizeram muitos planos para filhos depois do casamento, mas seu relógio biológico resolvera se adiantar, e aquele bebezinho que não pudera esperar para vir ao mundo estava ali em seu ventre, crescendo com toda a força e dando a mãe dele o suporte para que não desistisse de si mesma.

- Se o seu papai estivesse aqui, com certeza estaria falando com você, e de dando todo o amor do mundo.- uma lágrima escorreu, e ela a enxugou com o dorso da mão direita.- Um dia você vai conhecê-lo e saber o quanto ele é maravilhoso. Ele não pode saber de você agora, mas eu prometo que um dia vamos estar juntos, mesmo que não seja como uma família.- nesse ponto de seus pensamentos mais lágrimas vieram e Anne não pôde deixar de soluçar.

Ela não queria se sentir tão arrasada por dentro, mas não conseguia ter ânimo nem mesmo para pintar. Anne sabia que precisava ir embora, e até ajeitara suas malas no armário, mas, não conseguira separar as roupas que iria levar. Na verdade, pensar em ir para longe sem nunca mais poder ver Gilbert, a destruía ainda mais. Nunca pensara que teria que se afastar dele daquela maneira, mas por mais que adiasse sua partida, ela teria que ir uma hora ou outra.

Broken Hearts-  Anne with an eOnde histórias criam vida. Descubra agora