Capítulo 20- Uma promessa

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Olá, querido leitor. Não vou deixar nenhum comentário meu sobre esse capítulo, pois quero que me digam o que acharam. Encontro vocês nas notas finais.


ANNE

O jardim adorável e colorido naquele dia atraia o olhar de artista de Anne, que sentara ali aquela manhã para respirar um pouco de ar puro depois de um dia inteiro trancada no quarto por conta de sua crise emocional. Era óbvio que aquilo não fora ideia sua, e sim de Gilbert que pedira a Irina que a fizesse sair daquele ambiente fechado, e ficasse durante um tempo ao ar livre para sentir o efeito benéfico do sol sobre a sua pele.

Não podia dizer que fora má ideia, porque ela apreciava imensamente seus momentos de tranquilidade no jardim, mas, naquela manhã não teria se importado em passar mais um dia em seu refúgio talvez desenhando ou lendo um livro, porque se sentia indisposta demais para fazer qualquer coisa que não fosse se isolar do mundo.

Era algo que normalmente fazia em seus dias ruins, a diferença era que antes ninguém se importava, mas agora tinha Gilbert e Irina para fazê-la sair de sua zona de conforto, abandonar os braços de sua depressão, saindo da penumbra que alimentaria o seu estado sombrio, para buscar um pouco de luz naqueles raios alaranjados que iluminavam seus cabelos ruivos naquele momento. O caso era que não se sentia melhor ou pior, existia apenas uma certa indiferença vazia que não permitia que sentisse nada além de um vácuo cheio de névoa que a arrastava para o silêncio das vozes que raramente incomodavam quando se mantinha nesse estado entre dois extremos vida e morte, loucura ou sanidade. Era um mecanismo de auto defesa que ela desenvolvera durante os longos meses que o sofrimento de tudo a levara a seu limite, e assim, ela criou aquele sentimento no qual não sentia nada, a não ser uma sensação estranha de se observar a distância como se estivesse fora do próprio corpo, atuando como uma mera expectadora de uma pessoa que mais parecia uma casca vazia.

Anne respirou fundo e mexeu inquieta no banco, pensou em tudo o que se passara com ela nas últimas horas, e seu peito se inflou de maneira desconfortável. O nome de Roy Gardner parecia impregnado em sua mente, fazendo-a se lembrar dele a cada dez minutos. Ela tinha certeza agora que ele era a chave para o mistério do que fora sua vida antes de vir parar naquele hospital, e ele também parecia estar por trás das razões que a fizeram esquecer do significado que ele tivera em sua vida. Tudo indicava que tiveram um relacionamento amoroso, mas, ela ainda não era corajosa o suficiente para vasculhar a sua mente até vencer a barreira de sua amnésia temporária, e se lembrar de tudo. Ela tinha medo do que encontraria ali, pois seu instinto lhe dizia que havia algo maligno por trás da porta fechada de seu cérebro que se recusava a abri-la, talvez pela percepção de que poderia destruir o pouco que sobrara do seu eu interior.

Anne fixou o olhar no roseiral, e pensou que se tivesse forças suficientes, ela gostaria de trabalhar em uma tela naquele momentos, pois em um fato raro, todos os botões estavam abertos em uma junção única de cores que ficariam perfeitas em um quadro, embora ela preferisse os girassóis que existiam nos canteiros de Marilla Cuthbert em Green Gables. Contudo, ela mal conseguia ficar em pé naquela manhã, e tentar segurar um pincel para conseguir representar com tinta uma cena tão encantadora quanto aquela seria de um esforço tremendo.

De repente, seus sentidos foram aguçados, e seus olhos seguiram a linha do roseiral até o portão de entrada que estava sendo aberto naquele momento, e então, Gilbert desceu do carro, trancando a porta em seguida. Ela fixou o olhar no andar dele em sua direção, e contou distraidamente cada passo dado por aquele andar confiante até que o viu parar na sua frente. Ela levantou a cabeça e encarou o olhar dele preocupado que examinava todo o seu rosto enquanto Anne se perdia na profundidade daqueles olhos. Ele sentou-se a seu lado no banco e perguntou;

Broken Hearts-  Anne with an eOnde histórias criam vida. Descubra agora