The Cultivation of the Gaze

Capítulo 67 - O retorno do gatinho

AVISOS: contém agressão física.

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Um pouco antes da tragédia com Fai Shuang, seu irmão mais velho foi levado por dois guardas até o Subsolo tão temido por todos os seres humanos que fizeram atrocidades nesse mundo. Esse local era conhecido especialmente pelas salas de tortura, que Hong Lan fazia questão de ensinar seu filho, Hong Shaoran, a como utilizar cada instrumento que nela havia.

A história mais conhecida era sobre o dia no qual Hong Lan subiu ao poder e castigou com suas próprias mãos, um ser espiritual. Mesmo a sociedade não sabendo os detalhes concretos sobre esse acontecimento, de alguma maneira, ninguém se esqueceu da tamanha crueldade desse homem com a criatura. Os servos do clã Hong espalharam rumores do momento que a sala de torturas, mais ligada a instrumentos de corte, exalavam o cheiro de ferro do sangue fresco e a melodia de gritos juvenis era escutada. Esse momento, por mais que nenhum servo tenha visto de fato o que aconteceu, os traumatizou. Então, começaram a dizer para os outros o que poderia ter acontecido, tornando o Subsolo temido por muitos.

Fai Chen já esteve nesta área do clã Hong uma única vez e foi na mesma que conheceu Hu Long, um jovem cheio de energia no peito e querendo brincar com ele depois do trabalho árduo. Só de lembrar dessa pequena lembrança, um rápido sorriso permaneceu por alguns segundos no rosto do cultivador, que tentava deixar de lado o pavor da recordação de ter matado um humano. Porém, quando sua mente começou a raciocinar a situação por completo e se acalmar, ele finalmente chegou numa das celas do Subsolo e seu azar apenas mostrou-se ser mais forte que sua esperança.

Os dois guerreiros acabaram encontrando outros dois dentro daquela mesma cela. Todos entrelaçaram olhares e começaram a rir, olhando para cada utensílio que havia ao redor. O mais alto dos quatro, chegando a ter pelo menos uns 2 metros de altura, tocou em uma faca de porte médio que estava pendurada em um dos pregos no lado esquerdo da parede. Logo, olhou para o cultivador, que mantinha a cabeça abaixada e torcendo para ficar o mais rápido possível sozinho, a fim de equilibrar toda sua energia.

Entretanto, esse desejo não poderia ser realizado nesse momento, pois o guerreiro mais alto, com uma raiva permanecendo em seu coração, agarrou a faca com total força e com seu talento de batalha, agarrou fortemente o maxilar de Fai Chen. Levantou seu rosto ainda com os curativos pelas suas bochechas e arrancou cada um deles com os próprios dentes, parecendo um animal tirando a pele de sua presa para degustar da parte macia.

"Um cultivador matou nosso líder. Acha que nós, guerreiros justos e leais ao líder Hong, ficaríamos apenas olhando para um bosta como você?", um sorriso perverso apareceu na face do guerreiro, que aos olhos de Fai Chen, era completamente louco.

Antes do guarda realizar seus desejos de prazer, outro guerreiro se aproximou e socou suas as costas, deixando-o atordoado por um bom tempo. Esse jovem violento, tinha olhos claros, que agora poderiam ser facilmente comparados aos de uma cobra. Além da cor, seus olhos ficavam abertos o tempo todo e estavam protegidos de qualquer um que se aproximasse. Mas, de qualquer forma, Fai Chen não tinha compreendido o motivo pelo qual esse jovem tinha agido de tal maneira.

O cultivador não precisou ficar pensando por alguns minutos. Suas dúvidas foram cessadas assim que o guerreiro de olhos claros, ficou frente a frente e disse, com uma voz rouca:

"Todos temos sentimentos, mas devemos agir como profissionais e entender que seu destino, Jovem Mestre Fai, estará nas mãos do Conselho de líderes. Mas...", o jovem roçou seus lábios em seu dedo indicador e olhou de baixo para cima Fai Chen, que continuava com uma postura firme, sem expressar desconforto ou algo do tipo, pois se deixasse essa emoção clara, essas ações possivelmente continuariam de um modo ainda mais invasivo.