The Cultivation of the Gaze

Capítulo 87 - Reencontro de almas

Promessa.

Em alguma parte da vida, todos já realizaram uma.

Essa ação é descrita como o compromisso de se fazer alguma coisa; aquele que promete algo, está comprometido com aquilo e faria de tudo para cumpri-lo, chegando até ser visto como uma obrigação ou até mesmo um pacto.

Por diversas eras, os homens fazem promessas e não se cansam das mesmas, pois são elas que mantêm uma relação estável entre dominadores. No caso, donos de terras e de riquezas. Essas são as comuns promessas de bens materiais, muitas vezes não mostrando a tamanha importância da palavra e ação em si.

Em uma rápida análise, as promessas mais fortes são aquelas que demoram e quando são cumpridas, se tornam as mais rigorosas.

São conhecidas como promessas de coração. Aquelas que são formadas conforme as esperanças do momento e agem conforme os medos. No caso de Xia Ling e Li Ming-Yue, Fai Chen logo compreendeu que as mulheres, no passado, fizeram uma promessa forte e que nunca poderiam esquecer.

Por conta dessa promessa, Xia Ling não pensou duas vezes antes de ir até Li Ming-Yue, que estava em um local rodeado de chamas e a partir do momento que a cultivadora demoníaca a sentiu em seus braços, inconsciente e fraca, seus olhos vermelhos se tornaram castanhos escuros e o fogo que a cercava, desapareceu conforme o vento ficava mais forte.

Li Ming-Yue, em apenas um grito histérico, apertou a jovem concubina sob seu peito e destroçou todos os cadáveres ambulantes que haviam pelo local.

Era sangue para todos os lados. Os troncos ficaram completamente sujos e o chão escorregadio. Hu Long ficou perplexo pela tamanha força que havia em apenas um grito e Fai Chen assustado, por existir alguém com uma forma tão peculiar de dizimar.

Depois da cena, o cultivador ajudou o assassino a se levantar calmamente. O mais velho ainda estava um tanto receoso de se aproximar de Li Ming-Yue, porém, o mais novo, mesmo machucado e se sentindo inútil, começou a andar em direção a mulher que, nesse momento, estava em um grave transe de realidade. Ela apenas conseguia olhar Xia Ling, dormindo tranquilamente em seus braços e com um sorriso cansado no rosto.

O olhar que esboçava no rosto da cultivadora demoníaca era um que Fai Chen conhecia na palma da mão.

Um olhar no qual expressava vários sentimentos de culpa e desprezo por si mesmo.

Dessa forma, Fai Chen, mesmo que não conhecesse a jovem, sentiu a necessidade de ajudá-la e deixar o receio de lado. Ele continuou andando ao lado de Hu Long até chegarem mais próximos de Li Ming-Yue.

"Xia Ling decidiu esse caminho por si mesma", Fai Chen disse, em um tom de voz calmo, para não assustar a cultivadora demoníaca, que respirava forte. "Se cuidarmos das queimaduras, ela conseguirá se recuperar em um curto tempo. Se me permitir, posso cuidar dela e..."

"Não toque nela", Li Ming-Yue respondeu com um tom de voz rouco e frio que poderia congelar todos os ouvintes. "Cultivadores só trazem desgraça aos outros... Se ela estivesse dentro do clã Hong nada disso teria acontecido..."

A cultivadora trincou os dentes com uma certa raiva, mas continuou a dizer para si mesma:

"Por que ela me desobedeceu?"

Fai Chen deu um passo para trás, se distanciando um pouco. Hu Long, por outro lado, chegou mais perto e sem um pingo de medo em seu corpo.

"Ela devia ter me obedecido enquanto eu mandava aqueles pesadelos. Por que Xia Ling não me obedeceu? Por que ela não entendeu meus recados? Por que ela... Por que ela insistiu em fugir?", Li Ming-Yue murmurava, enquanto olhava freneticamente para a falsa concubina, cheia de queimaduras ardentes. "Como pode existir uma mulher tão..."