Capítulo 103 - A Deusa Curandeira III

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O som da água corrente tinha costume de deixar os humanos calmos e relaxados, se esquecendo de certos problemas do momento. Entretanto, a única sensação que corria pelo corpo de Fai Chen era a ansiedade. Ansiedade por encontrar a pessoa que tantos falavam e a que, talvez, poderia tirar toda a angústia dentro de si.

A Deusa Curandeira parou sua meditação e se aproximou dos jovens, colocando seus pés em terra firme. Ela tinha quase a mesma altura do que Fai Chen, o que surpreendeu bastante Hu Long que, ao perceber essa característica, murmurou baixinho:

"Porra... Por que eu não podia ser um pouco mais alto?", ele olhou para o cultivador, que passou seus olhos por todo o corpo de Hu Long e riu como resposta. Porém, antes que o assassino pudesse falar algo sobre aquela risada tão graciosa, a Deusa Curandeira tomou atitude e começou a se pronunciar.

"Poucos conseguem chamar a minha atenção e bem, estou vendo que há uma mulher entre vocês que precisa de ajuda", a Deusa Curandeira olhou de relance para Xia Ling, que continuava nos braços de Li Ming-Yue. "Aparentemente sua pele está cercada de queimaduras. Agora, seu corpo inteiro está lutando contra uma febre criada pela infecção das abertura e hum..."

A mulher se abaixou e ficou de joelhos à frente de Li Ming-Yue e o corpo adormecido de Xia Ling. Ela estendeu a mão, com o intuito de distinguir uma febre forte de uma febre mediana, porém, antes mesmo dela tocá-la, a cultivadora demoníaca puxou o corpo da falsa concubina para mais perto de si e olhou com tamanha frieza para a Deusa Curandeira, que reagiu àquilo com um sorriso no rosto.

"Essa falta de confiança que tem pelas pessoas pode te ferir futuramente", a mulher mais alta disse, encarando a outra, que parecia estar pronta para golpeá-la se ousasse tocar em Xia Ling. Então, usando a paciência ao seu lado, a Deusa Curandeira continuou sua fala: "Se eu não posso cuidar da jovem em seus braços, o que vieram fazer aqui?"

Ao ouvir o jeito calmo de falar e agir da mulher, Fai Chen lembrou-se vagamente de memórias passadas, as quais faziam relação a uma pessoa querida em sua vida, que o ajudou em momentos mais desesperadores dentro de seus dias no clã Wei. Por conta dessa lembrança, a presença da Deusa Curandeira não estava mais causando tamanha ansiedade e sim uma leveza dentro de si, pois, se ela tivesse realmente um jeito parecido ao de seu velho conhecido e amigo, certamente poderia dialogar com mais facilidade.

Hu Long, por outro lado, estava de braços cruzados e um pouco arrisco a pessoa desconhecida. Por mais que ela falasse que era a Deusa Curandeira, ele sentiu de longe a repulsa de Li Ming-Yue sobre a tal e isso o pegou de jeito.

Sua amiga e companheira de batalha nunca errou sobre seus inimigos. Então, decidiu ficar atento a quaisquer que fossem as próximas ações da mulher.

De qualquer forma, eles também não podiam deixá-la sem uma resposta ao seu questionamento. Então, o próprio assassino decidiu respondê-la e de uma forma carismática, não tentando preocupar o cultivador com seus pensamentos controversos sobre a Deusa Curandeira.

"Viemos realmente em busca de uma ajuda por Xia Ling. Mas, acho que você conseguirá entender, né? Quando gostamos de alguém, não queremos que pessoas desconhecidas toquem nela. Por isso, A-Yue está agindo dessa forma!"

"Hu Long, cale a boca...", Li Ming-Yue respondeu, com suas bochechas completamente coradas. "Eu não deixo essa outra mulher tocar em Xia Ling porque..."

A Deusa Curandeira olhou para Li Ming-Yue e sorriu novamente, parecendo entender melhor a situação. Então, ela se levantou da terra um pouco molhada e começou a caminhar para a cabana. Sem pensar muito, Fai Chen, todo entusiasmado, decidiu ir atrás dela.

"Ei, Cegueta! Espere por mim!", Hu Long caminhou rapidamente para o lado de seu amado, que parecia estar com pensamentos avoados. Preocupado com o cultivador, o assassino pegou sua mão com carinho e a alisou, pedindo por sua atenção. "Você está bem, Cegueta?"

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