Capítulo 4 - Hu Long e seus olhos sanguinários II

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Os pensamentos do cultivador estavam completamente embaraçados, cheios de nós que só poderiam ser desamarrados com respostas de Hu Zhuang sobre tais afirmações de ambos guerreiros a sua frente. Desta forma, Fai Chen pousou o indicador esquerdo em seu queixo, simulando um ato de pensar. Após alguns segundos, o astucioso deu de ombros e soltou um suspiro, indicando a decepção.

"Infelizmente não posso ajudá-los. Não conheço ninguém com esse nome. Sinto muito pelo incômodo e pelo tempo perdido". Fai Chen respondeu, de forma educada e calma, trazendo um ar de sinceridade em suas palavras.

"Não se preocupe, Daozhang. Somos nós que o incomodamos". Entre os dois homens, esse que estava tomando partido ao falar com Fai Chen era o mais maduro, sem utilizar uma linguagem informal. Já o outro apenas conseguia formular uma frase se houvesse palavreados sujos na mesma.

"Merda, esse cachorro conseguiu correr mais rápido do que pensamos."

"Não diga essas coisas. Ainda estamos na frente de Daozhang. Pela terceira vez, perdoe-me pelo meu companheiro. Agora, se nos der licença, precisamos continuar a procurá-lo."

Por fora, Fai Chen sorria, mostrando entendimento aos homens. Por dentro, encontrava-se em desespero e angústia por ter um assassino em sua pequena cabana, tomando um chá feito pelo mesmo, pois havia se preocupado com sua saúde.

Ao fechar a porta, o homem indignado retornou ao cômodo no qual Hu Zhuang estaria tratando de sua alimentação. Fai Chen conseguiu sentir bem o cheiro do chá, portanto, o assassino ainda não tinha acabado de beber. Isso era ótimo, pois se ele irritasse Fai Chen, ele poderia jogar o líquido na pele do outro.

O cultivador quis dar um belisco em si mesmo. Jamais machucaria um outro ser humano daquela maneira, tão perversa e infantil. Por mais que o jovem merecesse, não era do feitio dele criar um ambiente violento ao seu redor. Sendo assim, quando Fai Chen finalmente encontrou novamente com Hu Zhuang, começou a tremer um pouco, mas não pelo medo e sim pela sensação de ser enganado em tão pouco tempo.

"Hu Zhuang, o Assassino de Olhos Sanguinários."

"Hum?", o jovem resmungou, parando de beber o chá a partir do momento que o homem citou aquele título de reconhecimento.

"É procurado por matar mais de 5.000 guerreiros do grande clã Hong e enganar o Jovem Mestre Hong Shaoran. Isso é verdade?", Fai Chen o questionou, aproximando-se dele e às vezes, tocando na bainha de sua espada, preparado para qualquer ação do garoto sobre suas palavras.

"Cegueta, obviamente isso é uma mentira", Hu Long começou a responder enquanto se levantava da cama, e aos poucos, aproximava-se do homem vendado. "O clã Hong consegue ser cada dia mais dramático. Eu não matei 5.000 guerreiros. Foram 2.000."

Uma risada vinda do jovem foi executada bem rente ao ouvido direito de Fai Chen, deixando-o mais enfurecido do que antes, pensando em iniciar, até mesmo, uma luta. Porém, decidiu ir para um lado mais ligado ao diálogo, pois se o jovem assassino partiu para o deboche, Fai Chen ganharia no quesito de indagações.

"Vou lhe perguntar novamente e espero que agora seja mais sincero, pois não gastei minhas ervas medicinais à toa. Por que você estava fugindo?"

"Falar me cansa, Cegueta. Mas, por você, eu falo um pouco sobre meu grandioso pecado", a voz de Hu Long ainda estava bem rente ao ouvido do cultivador, deixando-o mais esperto e cuidadoso do que o normal. "Aparentemente, você conheceu alguém do clã Hong ao atender a porta e essa pessoa disse tais básicas informações sobre mim. Sim, eu estou sendo procurado pelo Jovem Mestre por ter o enganado e matado seus preciosos soldados de guerra que, na verdade, eram mais considerados como peças de seu jogo de territórios. No final das contas, eu ganhei e sai vitorioso. Consegui destruir uma boa parte de sua estratégia e isso, porra, me deu um grande tesão. "

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