Capítulo 20 - Festival da Raposa II

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AVISO: o capítulo começa com um pequeno flashback e contém um trecho sobre os castigos de Fai Chen no clã Wei.

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O cavalo branco era muito rápido. Logo os dois homens chegariam na cidade onde se estabelecia o centro do clã Wei, no caso, a grande residência do líder Wei Ming.

A cidade DongHua.

Nas lembranças vagas de Fai Chen, essa cidade era conhecida pelo grande número de flores e que no inverno pareciam como cristais encantados. Quando era menor, o jovem cultivador ia frequentemente para essa cidade, graças aos acordos de seu pai com o líder Wei.

Principalmente nessa estação, quando os animais se escondem e as aves param de cantar, a única coisa bela que chamava a atenção de Fai Chen e o fazia não perder sua bondade e esperança eram exatamente as flores, sobretudo as ameixeiras, que tinham uma fragrância única.

Sendo assim, no inverno, Wei Huli ia para o jardim próximo a casa central com Fai Chen e eles as cultivavam. Wei Huli, nas memórias do cultivador, sempre foi muito habilidoso na jardinagem. Ele cuidava das flores da ameixeira como se fossem realmente cristais preciosos. Fai Chen, por outro lado, não sabia muito bem como cuidar das mesmas, então na maioria das vezes só observava o garoto delicado.

Uma certa vez, em um dos dias mais frios do inverno daquele tempo, Wei Huli estava sentado na varanda de seu quarto, esperando Fai Chen chegar para eles poderem observar as flores da ameixeira que cresciam em seu jardim. Porém, nesse mesmo dia, o jovem com o dom da verdade voltou com muitos machucados. Suas bochechas estavam arranhadas e seus braços estavam cheios de açoites, arranhões e roxos, marcas de um provável espancamento.

"O que aconteceu?", Wei Huli perguntou, levantando-se do chão depressa e pegando as mãos de Fai Chen, que estavam trêmulas. "Meu pai fez isso com você?"

"Huli... Eu realmente não quero falar sobre isso..."

"Como não, Fai Chen? Me responda! Eu posso convencê-lo a parar com isso! Ele não pode lhe machucar desta maneira! Como seus pais vão ficar..."

"Meu pai não liga para minha saúde e minha mãe está morta, Huli", a voz do jovem já estava um pouco modificada, pois já tinha seus 15 anos e nesse período de crescimento os hormônios começam a florescer. Graças a isso e a irritação no peito de Fai Chen, sua voz saiu um tanto grossa.

Wei Huli percebeu que não deveria ter tocado nesse assunto e então soltou as mãos de Fai Chen. O jovem, um pouco mais velho do que o outro, deu meia volta e foi novamente para a varanda pegar uma flor de ameixeira que ele cultivava em um pequeno vasinho, arrancando-a e voltando para onde Fai Chen estava, ainda de cabeça baixa e se negando a levantá-la.

O garoto de cabelos cinzas estendeu a flor para frente e colocou-a atrás da orelha de Fai Chen, de um modo extremamente carinhoso e não querendo parecer invasivo.

"Fai Chen, você já se perguntou por que eu gosto tanto da flor de ameixa?", Wei Huli questionou o outro garoto, que estava segurando todas suas dores internamente para não chorar na frente de seu amigo.

"Não..."

"A flor de ameixa, apesar da sua aparência bem delicada, é o símbolo da persistência, da perseverança, pois elas florescem ainda no inverno, quando os galhos estão repletos de neve. Por causa disso, ela é considerada como o fim de uma vida para outra. E bem...", o garoto mais velho tocou aos poucos a bochecha machucada de Fai Chen, querendo acariciá-la, mas não ao ponto de piorar a ardência. "Ela me lembra de você, Fai Chen... Quando você passar por tudo isso, poderá ter uma vida normal. E se desejar..."

The Cultivation of the GazeOnde histórias criam vida. Descubra agora