Capítulo 107 - A lábia de uma raposa

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Qualquer pessoa que tivesse um único contato com o filho do líder Wei Ming saberia dizer sobre o estado de sua energia espiritual que exalava em seu corpo. Ela sempre foi "limpa" e pura. Combinando perfeitamente com sua personalidade calma e justa. Por essa causa, os cidadãos das terras do clã Wei diziam que Wei Huli atrairia incontáveis resultados gratificantes para si mesmo e para seu próprio governo futuro.

Seu cheiro também era algo que marcava por ser bem agradável, lembrando-se, de certa forma, o odor da fruta de pêssego.

Visto essas características que o corpo de Wei Huli cotidianamente demonstrava aos outros, era evidente que sua energia de agora estava completamente diferente do casual e seu cheiro, ao invés de ser doce, era amargo.

Como se todo aquele poder estivesse o apodrecendo de dentro pra fora.

Fai Chen não ousou dar nenhum passo adiante. Ainda estava refletindo sobre a versão que via de Wei Huli à sua frente.

Ele queria respostas.

Ele queria compreender o motivo de tudo aquilo.

Entretanto, por mais que sua mente metralhava perguntas, quem deu início a um diálogo cheio de fúria foi Hong Shaoran, que trincou os dentes e puxou Wei Huli pelo colarinho daquele hanfu escuro que usava para perto de si.

"Você não é Huli! Você não pode ser ele! Olhe para isso... Você está nos enganando, maldita hulijing", o mais velho entre os três disse, olhando ferozmente para Wei Huli, que lambeu os beiços, traçando os restos de gotas de sangue que ali tinham.

"A-Ran, você acabou de me chamar de hulijing. Agora, me diga. O que lhe deixa em estado de negação sobre minha verdadeira identidade?", Wei Huli retrucou, abrindo um sorriso sarcástico.

"O que me deixa em estado de negação? Você é idiota?", Hong Shaoran apertou mais o colarinho do outro, deixando os rostos mais próximos. "Me explique essa merda ou..."

"Ou... O que? Vai me machucar, A-Ran?", os olhos tons de roxo de Wei Huli brilharam, como se ele estivesse fascinado por aquela opção. Porém, Fai Chen e os outros dois jovens que o viam, já sabiam que aquilo não se passava de uma simples ilusão.

Uma manipulação.

"Shaoran... É melhor você se afastar dele...", Hu Long comentou, ainda um pouco a frente do corpo de Fai Chen.

Porém, Hong Shaoran não ouviu o conselho de seu irmão mais novo. Ele estava se sentindo perdido. Perdido em meio de inúmeras passagens memoráveis que teve ao lado daquele homem, que estava o menosprezando com simples olhares.

"Huli, eu estou cansado dessas brincadeiras. Eu exijo explicações", o Jovem Mestre Hong comentou, largando o colarinho do hanfu da criatura e suspirando forte. Ele estava se controlando. Muito. Deixando evidente que não queria realmente machucar Wei Huli.

Fai Chen percebeu aquela ação e sentiu um enorme peso no peito. Assim como Hong Shaoran, ele queria entender como as coisas ficaram desse jeito e porque aquela pessoa, que mostrava aos outros uma figura tão bondosa, era, na verdade, a que mais carregava pesos negativos em sua alma.

Wei Huli, já libertado das mãos do outro homem, estalou seus ombros e respondeu, com um leve sorriso em sua face:

"A-Ran, para começo de conversa, eu sempre fui assim. Como disse, essa é a minha verdadeira identidade. Manipulando quem ousar ficar em meu caminho com meus sorrisos e palavras gentis até que..."

As palavras da criatura foram rapidamente cortadas quando, sem pensar muito, Fai Chen, com tamanha angústia em sua garganta, disse tais palavras:

"Huli, por favor... Me escute. Nós vimos um rápido passado sobre uma hulijing que foi pega pelo meu pai. Era...", o cultivador engoliu o seco. Suas mãos estavam suando e seu coração palpitava muito forte. Era uma ansiedade absurda correndo pelas suas veias. "Aquela hulijing... Era apenas uma criança..."

The Cultivation of the GazeOnde histórias criam vida. Descubra agora