Capítulo 42 - O sangue de demônio

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O guerreiro, inconformado por ter sido enganado por tantos anos sobre sua verdadeira identidade, ousou tirar satisfações necessárias nem que morresse depois disso. Sendo assim, sabendo que tanto Xia Ling quanto Wei Huli estavam cuidando de seu irmão de sangue, correu em direção a sala de estar principal do líder Hong, que provavelmente estaria em seus tempos de lazer com suas concubinas, já que sua esposa havia falecido.

Dentro de minutos já estava no cômodo e de raiva, ao ver Hong Lan alimentando suas novas mulheres, Hu Long pegou um vaso que estava em uma prateleira perto e o tacou em direção ao rosto do mais velho. Porém, como o líder era ótimo em sentir movimentos bruscos em sua direção, assim que o vaso foi arremessado pelos ares, ele o pegou e quebrou com suas próprias mãos, assustando as duas mulheres que estavam em seu colo.

"Hu Long, precisa de alguma coisa?", perguntou ironicamente, sorrindo de lado e querendo na verdade ignorar o jovem o mais depressa possível. "Veio falar sobre A-Ran? Soube que ele perdeu a noção e bebeu muito..."

"Lixo", respondeu o mais novo, cerrando seus olhos castanhos escuros e desejando jogar mais vasos na direção daquele homem imprestável. "Você é um lixo."

Por conta do xingamento de Hu Long, Hong Lan cessou seu sorriso que encantava as mulheres, pediu por gentileza para que as mesmas saíssem do cômodo e voltassem mais tarde. Apenas deixando ele e o jovem guerreiro na sala de estar.

"Além de perder Fai Chen, perdeu a educação também?", Hong Lan o questionou, soltando uma risada e se levantando de sua cadeira principal, caminhando em direção ao mais novo, que agora franzia a testa de tanta irritação

"Não use o nome de Fai Chen contra mim", retrucou, levantando sua mão, pronto para acertar a cara do mais velho se ele ousasse caminhar mais para perto de si. "Eu quero a verdade."

"A verdade? Sobre o que gostaria?"

O menor jogou a carta do falecido servo em direção ao peitoral de Hong Lan, que estava já bastante próximo, e riu com desdém.

"Quanto tempo você achou que iria esconder a verdade sobre mim, papai?", Hu Long comentou com um ar de deboche, abaixando suas mãos e as cerrando, tentando controlar suas mais emoções que se revoltavam em seu coração.

Líder Hong com um olhar sombrio pegou a carta e leu rapidamente. Depois de tê-la lido, recitou um pequeno versículo que Hu Long nem sequer conhecia e em segundos, a carta estava queimando na palma da mão do mais velho.

"Fui um tolo por ter confiado em um servo como aquele. Concubina Hu sempre foi uma mulher muito carinhosa e conquistava o coração de todos", Hong Lan iniciou suas frases, às quais Hu Long estava prestando atenção em silêncio. Porém, esse silêncio se quebrou quando o mais velho citou algo que o guerreiro jamais gostaria de ouvir. "Mas seu corpo sedutor era apenas meu."

"É apenas isso que você via nela?", questionou o mais novo, com ferocidade em seus olhos.

"Claro. Há outra razão para eu ter concubinas? Todas são iguais. Me servem e me deixam tocar seus miseráveis corpos nus. Elas são tolas", a frieza da voz de Hong Lan estava deixando Hu Long enjoado. Sabia que o líder sempre fora um homem de negócios e que o "amor" não era um dos tópicos mais importantes de sua vida. Hong Tao era uma mulher de acaso. O casamento de ambos era um mistério. "De qualquer maneira, você já sabe a verdade. O que devo lhe dizer mais? Oh... Entendo..."

Hong Lan pousou delicadamente sua mão no ombro de seu filho ilegítimo e sorriu falsamente, mostrando pelas palavras irônicas seguintes que não havia um pingo de sentimentos verdadeiros e afetuosos sobre Hu Xing.

"Você deseja que eu peça desculpas por tê-la matado?"

"..."

"Meu filho, eu jamais pediria desculpas", Hong Lan continuou a falar, com o mesmo tom de voz de antes. "Na verdade, se eu pudesse voltar ao passado, transaria com ela quantas vezes desejasse e depois de seu nascimento, certamente a mataria pela segunda vez."

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