The Cultivation of the Gaze

Capítulo 46 - Irmãos de sangue

Depois de uma curta caminhada, o grupo chegou no clã Hong. A casa principal era bem chamativa. Na porta central, havia um símbolo de uma rosa com seu caule cheio de espinhos envolvendo um machado. Pelo que Fai Chen se recordava, essa imagem simbolizava a união entre a força e o amor, duas coisas extremamente importantes para a vida de um ser humano e no seu desenvolvimento.

Ao entrar na sala, Hong Shaoran se virou para Fai Chen, que voltou a abaixar seu rosto para não olhar diretamente nos olhos de alguma pessoa. Hu Long estava ao seu lado, nervoso e ansioso, porém, o cultivador não sabia ao certo se essa reação era por conta da preocupação por ele ou apenas pela vontade de ver sua grande amiga perdida, Li Ming-Yue.

"Certo. Vocês três, levem Fai Chen para uma cela do Subsolo e...", Hong Shaoran tentou mandar as ordens, mas foi interrompido por Wei Huli.

"No Subsolo? Lá não há muita luz e Fai Chen não precisa ser um prisioneiro. Correto?", perguntou o jovem de cabelos acinzentados, olhando com um certo carinho para Fai Chen, que apenas ouvia o que os outros diziam.

Hong Shaoran revirou os olhos, mas Wei Huli tinha razão. Não poderia tratar um Jovem Mestre, mesmo que fugitivo, daquela maneira tão brutal. Então, mudou as suas ordens e disse para os três guerreiros o levarem para o quarto de hóspedes do primeiro piso, que era mais voltado aos funcionários. Fai Chen não ousou contestar. Já achava uma benção por ter pelo menos um lugar para ficar e que não passasse por maus tratos como na infância.

Assim que os guerreiros o levaram, Hu Long continuou olhando para Fai Chen, mas já bem de longe, dessa vez. Seu coração estava completamente dividido entre segui-lo ou deixá-lo nas mãos dos guerreiros. Wei Huli percebendo que o assassino continuava a olhar para seu antigo amigo, pousou delicadamente a mão direita no ombro do menor e disse, com um sorriso delicado no rosto:

"Ele ficará bem. O quarto de hóspedes do primeiro andar não é algo ruim", Wei Huli apertou o ombro do rapaz e depois o soltou, olhando para Hong Shaoran, que parecia bem animado. "Shaoran, voltarei para meu clã. Logo será o horário do medicamento de meu pai e ele não pode ficar sozinho. É perigoso... Para as curandeiras."

"Líder Wei ainda não melhorou?", Hong Shaoran perguntou, parecendo curioso.

"Não. Ele só piorou..."

Hu Long não sabia ao certo sobre o que estava acontecendo com o líder Wei Ming. Até onde sabia, o líder estava bem de saúde e até mesmo ajudando seu filho nos combates, treinando-o. Estava bem perdido sobre essa conversa, mas também decidiu não questionar sobre o assunto, apenas relembrar Hong Shaoran sobre o ponto que estava extremamente aflito.

"Onde está A-Yue?"

Wei Huli acenou para Hong Shaoran, virando-se de costas e caminhando em direção à saída da casa principal, deixando apenas os irmãos juntos. O homem de olhos mel esverdeados se voltou para o mais baixo e sorriu.

"Oh. Espere em seu quarto. Lembra onde fica?"

"Quanto tempo terei que esperar?"

"Não demorará muito."

Sendo assim, Hu Long não fez mais perguntas e caminhou rapidamente para seu quarto, que se localizava no final do corredor mais longo do piso. Ao caminhar pelo local um pouco estreito, lembrou da sua infância, quando corria com Hong Shaoran para caçar vagalumes na floresta. Um sorriso torto foi esboçado em seu rosto tão exausto. O assassino jamais pensaria que aquela relação entre ambos se tornaria uma tão complicada nos dias atuais.

Ao chegar em seu quarto, olhou ao redor, percebendo que tudo estava do mesmo jeito. A colcha que cobria seu colchão era ainda a bordada com silhuetas de folhas. Seu travesseiro estava amarelo, provavelmente por ter ficado parado diante de tanto tempo. Logo, os olhos de Hu Long percorreram para a bancada que havia na parede de frente para a cama. Em cima da mesma estava a sua antiga arma, que havia utilizado em tantas batalhas contra inimigos e que conseguia dilacerá-los de uma maneira tão rápida e dolorosa. Sua lança.