Capítulo quarenta e quatro

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2 de julho de 1993:

A tarde estava abafada, mas as cortinas brancas continuavam se levantando, mesmo contendo um vento quente, elas voavam como um pássaro alçando voo.
O quarto onde essas cortinas estavam, era espaçoso e florido.

Não porque tinha flores por todos os lados para ter um perfume floral no local, mas, sim, porque tinha flores pintadas na parede, tinha de todas as cores, tamanhos e formas.

Clover já sabia há muito tempo que uma menina iria morar com eles e como presente de boas-vindas, pintou flores no quarto da nova moradora.

Ela torcia para que quando a garota acordasse, gostasse do presente. O quarto ainda estava um pouco vazio, já que quem deveria decorar era a garota que dormia.

Sienna ainda dormia e sua condição melhorou muito, mas ainda precisava de tempo e isso ela tinha de sobra.

_ Do amanhã o que esperar?
O que se foi não pode voltar.
E a lembrança dessa dor.
Vai sempre estar dentro de mim.

Clover cantarolava baixinho enquanto penteava os cabelos de Sienna, ela gostava da presença da menina.

E ainda mais da magia que Sienna tinha dentro de si, ela ressoava baixinho e aquilo tranquilizava a ansiedade de Clover.

Ela gostava de conversar com Sienna, ler livros e até mesmo contar como era viajar pelo mundo. Mesmo que a garota não respondesse, a magia respondia para ela e aquilo fazia Clover feliz.

_ O adeus, talvez, não vá escutar
Sua falta fez meu tempo parar.
Mas sigo mesmo assim.

Continuou a cantar, a sua voz estava tão emotiva que fazia todos os pelos do seu corpo se arrepiarem.

_ Pensei que você estivesse no jardim colhendo flores para ela. - Nicolás entrou no quarto, se sentando no sofá e ficou olhando a menina sentada na cama de Sienna.

_ Já fui de manhã. - Apontou para as flores que estavam em um jarro com água. _ E você sabe que odeio ir ao jardim de tarde, devido às rosas fantasmagóricas.

_ Você ainda tem medo delas? - Sorriu ladino.

_ Odeio quando elas fazem barulhos de fantasmas, tão assustador. - Tremeu se lembrando das rosas. _ O que faz aqui?

_ Vim aqui para te ver, já que você não me dá mais atenção. - Proferiu choroso.

Ele era um ótimo ator, já que a menina parou de fazer o que estava fazendo e correu para se sentar ao seu lado.

_ Estou sentindo falta de você pequena. - Acariciou as bochechas queimadas da garota.

_ Odeio quando você faz isso. - Bufou, mas não impediu que o homem apertasse suas bochechas.

_ Isso o quê? - Sorriu, ele adorava quando Clover não estava com a máscara. _ Apertar suas bochechas?

_ Não. - Inchou as bochechas. _ Quando usa chantagem emocional. - Deu de ombros.

_ Que eu saiba, nunca fiz isso com você. - Beliscou a bochecha de Clover. _ Mas se fiz, peço desculpas.

_ Ah, então é aí que vocês estavam. - Canopus entrou no quarto, segurando um jornal e se sentou no sofá. _ Deveria ter procurado aqui primeiro em vez do jardim.

_O senhor sabe que Clover odeia ir ao jardim de tarde. - A menina deitou sua cabeça no braço de Nicolás.

Estava cansada, já que treinou a manhã toda.

_ Antigamente não era assim.

_ Porque antigamente não tinha rosas fantasmagóricas no jardim. - Bocejou.

A Segunda Chance ~Tom Riddle~Onde histórias criam vida. Descubra agora