Capitulo cinquenta e quatro

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31 de dezembro de 1993:

Carros estavam parados no acostamento e alguns transitavam pelas ruas cobertas de gelo fino. As casas tinham luzes de Natal que ainda não foram tiradas, mas algumas só tinha uma guirlanda enfeitando a porta.

Mas hoje não era Natal e sim, Ano Novo, uma celebração que todos comemoravam, até mesmo os bruxos.

Enquanto andava pela rua branca com um guarda-chuva, as pegadas vermelhas me acompanhavam.

Os flocos de neve caiam graciosamente no guarda-chuva preto e com isso, o fazia ficar um pouco pesado.

Contudo, meu sobretudo preto estava impecável, mas as roupas por baixo dele estavam ensopadas de sangue e por conta disso, minha pele estava melada.

Até mesmo minhas luvas de couro estavam avermelhadas, se visse mais de perto.

Mas não me importava com o frio que fazia, ou com o cheiro de sangue que impregnava minhas roupas, só queria matar mais uma pessoa e tudo que passei para conseguir sangue, acabaria.

Porém, por ser Ano Novo, encontrar uma pessoa no frio terrível da Bélgica era como ganhar no bolão.

Coloquei o cachecol mais perto da boca e sopro o ar frio que esfriava meus pulmões.

Como a minha máscara mudou, só poderia tirar a parte de baixo que cobria apenas a minha boca e o queixo.

_ A senhorita precisa se esquentar, ou pegará um resfriado. - Disse Cerberus, que emergiu na minha sombra.

_ Não se preocupe, só preciso achar mais uma pessoa e voltarei para casa. - Não o olhei.

_ Mesmo assim, me preocupo, encontrarei um corpo para a senhorita, por favor, aguarde. - E sumiu da minha sombra.

Desde que falei para o mestre sobre meu sonho, venho treinando arte das espadas, luta corpo a corpo, feitiços das trevas, feitiços da necromancia, poções e várias outras coisas.

Necromancia era mais difícil do que podia imaginar, já sabia fazer corpos e zumbis, mas depois que me tornei a rainha do submundo, as minhas opções de estudo na categoria necromancia foram ampliadas e modificadas.

_ Tem um homem trouxa fumando mais adiante em uma esquina, minha senhorita. - Atrapalhou meus pensamentos.

_ Obrigada.

_ Qualquer coisa para a minha senhorita. - E desapareceu.

Fechei o guarda-chuva, o diminuindo e o colocando no meu bolso.

Vejo o homem e ele não estava muito longe, estava uns dois metros de distância.

Começo a andar em zigue-zague e caio sem querer no chão de gelo fino, gargalhando no processo, e aquilo chamou atenção do homem.

_ Está tudo bem, moça? - Abaixou-se, me levantando do chão.

_ Sim. - Ficou surpreso, não pela máscara, mas, sim, pelo rosto que estava vendo.

Não sabia qual rosto estava vendo, mas sabia de uma coisa, ele não estava vendo minha máscara.

_ Você está bêbada? - Ajudou-me a caminhar para um beco escuro.

_ N-não. - Enrolei a língua igual bêbada, aprendi com Nalize. _ Acho que quero vomitar. - Corri até uma lata de lixo e começo a fazer sons de vômito.

Ele não veio me ajudar, estava tirando o cinto...

Sem perceber, movimentei o meu sobretudo para o lado e pego a minha adaga, que estava num cinto de coxa preparado para essas ocasiões.

A Segunda Chance ~Tom Riddle~Onde histórias criam vida. Descubra agora