Capítulo vinte e sete

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Escutava os cantos dos pássaros e isso me assustou, não estava mais deitada na cama de casal do meu quarto e sim, deitada num campo de flores.
Levantei-me e olhei em volta, vendo apenas flores amarelas e uma árvore bem longe de onde estava. Olho para cima e vejo um céu muito azul e não tinha nuvens para compartilhar o céu com o sol.

_ Oh! - Escuto uma voz que vinha da árvore verde e frutífera. _ Você chegou mais cedo do que eu previa, venha aqui. - Não conseguia ver quem era a pessoa, mas tinha a sensação de que iria me surpreender.

Ando em direção da pessoa e quando cheguei perto, vejo com um certo sentimento de horror que a pessoa que estava ali era... Eu! Aquela mulher tinha cabelos cacheados, nariz fino e um rosto que parecia de boneca de porcelana, mas suas feições eram cruéis.

_ Está surpresa? - Disse a mulher, ela parecia ter pelo menos 18 anos. _ Esse pijama é da Sonserina? - Perguntou assustada.

_ Sim, sou da Sonserina. - A mulher franziu o cenho e estalou a língua.

Olhou para a grama e se sentou nela, me olhou como se pedisse para que eu fizesse o mesmo e fiz. Olhei para o horizonte e percebi que não tinha um, para começo de conversa, era apenas o campo de flores amarelas e depois disso não tinha mais nada.

_ Fui da Grifinória. - A olho espantada. _ Não me olhe assim, não queria fazer parte daqueles seres malignos.

_ Quem são os seres malignos? - Pergunto com raiva.

_ Os Sonserinos, é claro. Na verdade, tive escolha, poderia ser uma nerd da Corvinal, mas o azul nunca me favoreceu e o amarelo daqueles Lufanos me enojava, então o único que sobrou foi a Grifinória.

_ E o amarelo das flores? Não te enoja? - Falo ríspida e ela deu de ombros. _ Sou da Sonserina e tenho orgulho de ser parte daqueles "seres malignos", mas mesmo sendo da casa das serpentes peço que nunca fale mal das outras casas.

Ela me olhou surpresa, mas logo riu e suspirou nada contente.

_ Você é diferente de mim, não apenas pela idade, mas é diferente pelo caráter. - Ela riu nervosa. _ Convivi com a minha mãe, Destiny, e convivi com o ódio pelo meu pai, mas e você? - Olhou-me com raiva.

_ Vi a minha mãe ser raptada bem na minha frente, nunca vi meu pai e sempre tive medo de vê-lo. - A olhei e a vi estranhando a minha pequena e fútil história. _ Fui criada por Demion e ensinada como administrar as propriedades da minha família, fui selecionada para Sonserina onde fiz vários amigos de verdade e acabei me apaixonando. - A mulher me olhou assustada na última palavra, mas não disse nada.

_ Fui criada pela minha mãe até meus dezesseis anos quando ela tentou colocar aquele homem dentro de casa. - Riu sombria. _ 1996 foi quando meu pai fugiu de Azkaban e foi o ano que matei a minha mãe. - Sorriu doentia.

O ar escapou dos meus pulmões e fiquei paralisada de medo.

_ Sabe por que a matei? - Fiz não com a cabeça e já tinha lágrimas nos olhos. _ Eu a matei porque ela queria colocar Dolohov dentro de casa, ela queria que fossemos uma família. - Riu contorcendo as mãos. _ Eu era da luz, fazia parte da Ordem da Fênix, como poderia deixar que ela trouxesse um Comensal da Morte para dentro de casa? O que Harry iria pensar de mim? - A olhei apavorada, não tinha palavras para debater com ela.

_ Pensei que tinha feito o certo, mas em 1997 foi quando meu mundo cor de rosa desmoronou, Clover me pediu para que eu fosse até Gringotts para resolver algumas pendências e como eu procurava Rony, tinha tempo.

_ Você era amiga de Ronald? - Pergunto.

_ E por que não seria? - Perguntou como se não entendesse meu julgamento pela amizade com o Ronald. _ Eu me sentei na sala daquele duende chamado Caspra e ele me mostrou três coisas.

A Segunda Chance ~Tom Riddle~Onde histórias criam vida. Descubra agora