Capítulo quinze

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23 de setembro de 1991:

Mais uma vez estou olhando para o teto e pensando sobre a minha vida, nada me vem à mente agora, apenas uma dor ou talvez seja um vazio inexplicável. As lágrimas vieram sem avisar e o soluço me faz pensar que eu realmente precise chorar, mas não quero, apenas quero sorrir e ser feliz, mas nem isso posso nesse momento.

Viro para o lado e olho para a parede que devido às lágrimas, minha visão estava embaçada, eu não sei o porquê de eu estar chorando, mas apenas quero ficar aqui hoje, me sinto estranha, sinto que não sou eu que estou me controlando hoje. Não sou eu aqui dentro, alguém poderia, por favor, me ajudar?

Bateram na minha porta e não digo nada, bateram novamente depois de minutos e me assusto, na terceira vez não bateram na porta e sim, entraram no meu quarto; fecho meus olhos para fingir que estou dormindo, mas isso não adianta. A pessoa fechou a porta e caminhou até mim, se sentando em minha cama e se encostou na cabeceira.

_ Sabe, cachinhos, chorar às vezes faz bem, mas quando temos companhia para chorar não faz que a gente se sinta sozinho. - Alisou meus cabelos e se abaixou trazendo meu corpo para seu tórax. Eu já sabia quem era a pessoa, mas eu apenas me agarrei em sua camisa e chorei ainda mais.

_ Eu não sei.

_ Não sabe o que, meu doce? - Beijou a minha testa, me abraçando mais forte, desprendo minhas mãos de sua roupa e coloco em sua cintura, o apertando.

_ Eu não sei o motivo de estar chorando, mas apenas dói e eu não consigo mais segurar. - Funguei.

_ Não precisamos necessariamente de um motivo para chorar, minha cachinhos e pode chorar, estarei aqui te abraçando.

_ Gosto de você, Thomas, mas também te odeio. - Ri chorando.

_ Não tem problema e você já me falou isso. - Sorriu tirando o seu sapato e se aconchegou de baixo do meu cobertor, e voltou a me abraçar, mas agora estávamos deitados. _ Eu estaria aqui mesmo que você me matasse.

_ Se eu te matasse, você não poderia me abraçar. - Sorri me aconchegando ainda mais em seu peito e sinto seu coração batendo.

_ Isso é verdade. - Sorriu novamente beijando minha testa e começou a fazer cafuné em minha cabeça, aquilo era bom. _ Gosto muito do nosso fundador por não ter separado o corredor dos dormitórios ou até mesmo ter lançado um feitiço na escada.

_ Se tivesse feito isso, eu estaria chorando sozinha. - Ainda estava chorando, mas bem menos.

_ Sim, temos aula em algumas horas. - Constatou fazendo um feitiço e vendo que era apenas 00:47.

_ Durma aqui.

_ Tem certeza, cachinhos? - Retirou sua mão de minha cabeça para alisar minhas costas.

_ Tenho, apenas durma aqui comigo e não me deixe. - Aperto sua cintura.

_ Seu pedido é uma ordem.

Levanto a minha cabeça e vejo que ele estava me olhando, sorri com lágrimas nos olhos. Levantei-me sendo segurada por um dos meus cotovelos, ficando rente ao rosto de Thomas e dando um beijo em sua bochecha, deixando um pouco de minhas lágrimas caírem em seu rosto, limpo e me deito novamente em seu peito.

_ Sabe, cachinhos, eu realmente gosto de você e farei de tudo para conquista você.

_ Não sou um troféu para conquistar Thomas, sou apenas um ser humano e se gostasse realmente de mim, não pensaria desse jeito.

_ Sou totalmente errado com meus sentimentos, mas você fez surgir essa necessidade de posse, não me entenda mal.

_ Entendo, mas, ao mesmo tempo, não. - Alisei sua barriga e sinto pequenos gominhos, pensei que fosse ilusão, por Merlim. _ Já vi várias notícias de bruxos que mataram suas esposas ou namoradas devido a sua possessividade e eu não quero essa vida.

A Segunda Chance ~Tom Riddle~Onde histórias criam vida. Descubra agora